domingo, 18 de outubro de 2009

ÁLCOOL DISPARA E ASSUSTA OS MOTORISTAS BAIANOS...

FONTE: Elielson Barsan (TRIBUNA DA BAHIA).
Alerta nos postos de combustíveis, pois a expectativa é de que o preço do álcool continue a subir na bomba. A chuva que afetou os canaviais da Região Sudeste provocou a queda da produção e os reajustes devem começar a ser sentidos pelos consumidores a partir das próximas semanas, considerando que os preços são formatados por cada posto e nem todos repassaram o produto com aumento.
Em Salvador, nos postos percorridos pela reportagem, - Djalma Dutra, Vasco da Gama, Bonocô e Paralela - os valores patinam entre R$ 1,74 a R$ 1,89. Em um mês, de acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), houve um aumento de 8,74% no valor do produto. Preocupado com a disparada, o governo federal, por meio do Ministério da Agricultura, diz que vai implementar medidas para conter o avanço.
Nesta semana, o ministro Reinhold Sthepanes (Agricultura) apontou duas maneiras de conter a alta dos preços. Reduzir o financiamento para formação de estoques e diminuir o porcentual de álcool anidro na gasolina são as saídas encontradas pelo governo. Atualmente, o teor de álcool misturado à gasolina está em 25%, mas a proposta do órgão federal é de reduzir entre 20% e 23%, a fim de ampliar a oferta do produto no mercado.
As alternativas encontradas pelo ministério agradaram o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado da Bahia (Sindcombustíveis). Para José Augusto, vice-presidente da entidade, estas são as únicas maneiras de aumentar a oferta e conter o preço do produto. "São decisões positivas, pois o contrário disso vai alavancar o valor do álcool, que pode ultrapassar os R$ 2", prevê.
O vice-presidente avalia que, além das chuvas, a preferência pela produção de açúcar também é responsável pelos sucessivos aumentos. "É preciso haver um alinhamento entre o Ministério da Agricultura e o de Minas e Energia para resolver estas questões", opina. Segundo José Augusto, diariamente as notas de compra do produto chegam aos postos com variação para cima e, dessa forma, o custo precisa ser repassado. Conforme ele, a disparada do preço do álcool vai colocar na dianteira as opções de gasolina e GNV. "A gasolina chega a ser 30% mais econômica que o álcool e para quem tem carro convertido a gás, o custo também acaba sendo menor. De opções, esses dois produtos podem se tornar obrigatórios, pois as vantagens de abastecer com o álcool tendem a diminuir", pontua.
Diante do cenário que se estabelece, os consumidores precisam ficar atentos e fazer as contas. Acostumada a abastecer o veículo com álcool, a nutricionista Luciana Ramos observa que o produto tem sofrido diversos reajustes e, por isso, ontem resolveu abastecer com gasolina. "Estou sempre atenta ao valor dos combustíveis e sei que se o álcool não tiver custo de pelo menos 30% menor que a gasolina, não compensa", afirma.
A mudança no comportamento também ocorreu ao professor Paulo César Prates. "O preço do álcool está começando a pesar no bolso. Pelas minhas contas, abastecer com gasolina tem sido mais vantajoso", garante. Para o estudante Adriano Cavalcanti, o GNV continua sendo a melhor opção. "O carro é flex e convertido a gás e eu sempre procuro o combustível com menor preço. Até pouco tempo o GNV estava com preço equivalente ao do álcool, mas com esse aumento é melhor continuar rodando com o gás natural. Além do mais, com 1m³ eu percorro um trecho maior", complementa.

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