quinta-feira, 15 de outubro de 2009

BARRICHELLO ENFRENTA “MALDIÇÃO DE INTERLAGOS” PARA SEGUIR SONHANDO COM TÍTULO...

FONTE: *** UOL Esporte, em São Paulo.
Em 16 corridas, ele não venceu nenhuma vez. Pior ainda, não completou a prova 11 vezes - nove delas seguidas. Pódio? Só um, o terceiro lugar de 2004. É com esse retrospecto no GP do Brasil, que será realizado no próximo domingo, que Rubens Barrichello dará sua última cartada pelo título da F-1 em 2009.Ele está 14 pontos atrás do inglês Jenson Button na classificação. Mesmo se quebrar a "maldição de Interlagos" e vencer pela primeira vez, corre o risco de ver o companheiro de Brawn GP campeão. Button garante o título com um terceiro lugar, sem depender de seus rivais - o outro piloto que ainda está na briga é o alemão Sebastian Vettel.A história das decepções de Barrichello em Interlagos tem de tudo. Em 1996, na chuva, tentando ultrapassar Michael Schumacher, rodou. Estava em segundo lugar. Em 2003, já com a Ferrari, liderava a prova e a vitória era certa. Mas o carro acabou sem gasolina e uma pane seca causou seu nono abandono seguido.
“Quando tive carros competitivos, aconteceram falhas humanas ou quebras. Eu mesmo já errei em Interlagos. [A falta de resultados em Interlagos] é um somatório de coisas", justifica.A primeira prova em casa já mostrava como seria o futuro. Sua estréia, em 1993, durou apenas 13 voltas, com o câmbio quebrado. Um ano depois, com a fraca Jordan, saiu do 14º lugar e terminou em quarto. Um raro momento de brilho na pista que considera sua casa - sua avó era vizinha do autódromo e ele andava de bicicleta pela pista quando era criança.Em 1995, começou a pressão. No primeiro GP do Brasil após a morte de Ayrton Senna, Barrichello trocou o capacete e correu com um com as mesmas cores do tricampeão. A pressão em cima do então novato só aumentou. Com o capacete de Senna, e o peso de substituir o ídolo, deu só 16 voltas em Interlagos. Foi o primeiro da série de nove abandonos de Rubinho em São Paulo.

O motivo para essas desistências foram os mais variados. Em 1996, na chuva, estava em segundo, mas rodou quando tentava ultrapassar Michael Schumacher. Em 1997, andou sempre atrás e saiu com problemas na suspensão. Em 98, o vilão foi o câmbio. Em 1999, com a Stewart, ele até colocou a bandeirinha do Brasil no bolso. Liderou a corrida da 4ª volta até a 27ª, quando o motor parou. Saiu do carro, tirou a bandeira do bolso e acenou para o público.Em 2000, sua estréia na Ferrari, liderou por duas voltas, mas saiu com falha no sistema hidráulico. Em 2001 fez seu pior GP do Brasil. Primeiro, seu carro morreu antes mesmo de chegar ao grid de largada. Correu para os boxes, teve de adaptar o carro reserva, que estava ajustado para Michael Schumacher. Largou, mas ficou só três voltas na pista antes de sofrer um acidente com Ralf Schmacher. A corrida de 2002 foi outra grande decepção. Largou em oitavo, chegou a liderar por três voltas, mas os problemas hidráulicos, sempre eles, o fizeram abandonar.



O ano de 2003 foi o mais doloroso. Rubinho largou na pole-position pela primeira vez, enfrentou a chuva que o tirou da ponta, fez diversas ultrapassagens, assumiu a liderança novamente. Foi aí que a maldição foi mais forte: a gasolina acabou na 47ª volta, quando a vitória era certa.Só em 2004, dez anos depois de seu melhor resultado, ele voltou a ver a bandeira quadriculada no Brasil. Terminou em terceiro lugar, seu único pódio até hoje em Interlagos - em uma prova em que largou na pole-position. Em 2005, ano em que a Ferrari deixava a desejar, largou em nono e terminou em sexto.Já na Honda, em 2006, largou em quinto, chegou em sétimo. O problema, porém, é que seu companheiro de equipe, Jenson Button, foi ainda melhor: saiu em 14º, chegou em terceiro. O inglês, aliás, foi melhor do que o brasileiro em dois dos três anos que correu com a mesma equipe em Interlagos. Em 2007, os dois abandonaram, mas em 2008, Barrichello foi o 15º e Button, o 13º.

*** Com reportagem de Rubens Lisboa.

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