sábado, 17 de outubro de 2009

E VIVA A PAZ ENTRE OS HOMENS...

FONTE: JanioLopo (TRIBUNA DA BAHIA).

Há alguns dias houve uma celeuma supostamente envolvendo a deputada federal Lídice da Mata (PSB) e o secretário de Relações Institucionais, Rui Costa. Ficou no ar a sensação de que o céu não estava, efetivamente, para brigadeiro e nem tampouco o mar estava para peixe.
Cheguei a acreditar que o circo havia pegado fogo, mas como gato escaldado sempre foge de água fria, achei por bem aguardar as nuvens pararem de se mover para, enfim, ter o que dizer do estranho episódio. Lídice, todos sabem, embora não seja petista, é uma companheira cuja fidelidade ao governador Jaques Wagner é, a meu ver pelo menos, mil vezes maior do que a fidelidade de Rui que, a contragosto, carrega o sobrenome Costa das costas. Até onde me contaram o bicho pegou feio.
Lídice teria dito umas boas ao auxiliar de Wagner, mas manteve o nível já que pega mal para uma parlamentar de seu porte sair por aí bradando impropérios. Mal a informação correu o mundo, ambos os lados trataram de colocar pano quente. O que seria uma bela e admirável troca de farpas públicas acabou se transformando numa sem graça e nada curiosa troca de artimanhas políticas. Não interessa a nenhum dos lados lavar roupa suja no meio da rua.
No entanto, o propósito deste comentário é para esclarecer à opinião pública o quanto uma pessoa apenas consegue politicamente ser defenestrada por aliados e adversários. Os primeiros querem vê-la para lá de Bagdá – ou, quem sabe, no centro de Bagdá atual – e os segundo se divertem com as trapalhadas que acabam sobrando para o governador do Estado. Rui Costa é assim.
Desde vereador já era tido como antipático e arrogante. Acho que desde pequenininho. Aliás, temos (eu e ele) algo parecido. Passei boa parte da vida ouvindo de minha mãe que eu era cínico e insuportável. Ela sempre teve razão, apesar de eu a desdizer. Mas é aquela coisa: macaco não olha para o rabo. No caso de Costa, o agravante é que até no inferno já chegou a informação de que ele é candidato a deputado federal.
Para assegurar a eleição, estaria fazendo das tripas coração ( ou do coração uma tripa). É daí que parte toda ciumeira. E de quem é a culpa? Com todo o respeito, a culpa é do nosso excelentíssimo governador. Explico melhor: Wagner montou uma equipe em que cada integrante é candidato em 2010. Quem não é candidato a nada é candidatíssimo a não perder o lugar que ocupa hoje.
A disputa é terrível. Há mais cacique do que índio. Pior: há mais bolas em campo do que jogadores. Fica difícil administrar um Estado tão complexo ante um cenário tão grave e explosivo. Queiramos, pois, que a paz, que até agora mantém-se um pouco escondida, abra seu largo e brilhante sorriso e que todos os assessores do governador, inclusive seu secretariado, vivam, finalmente, na paz do senhor. Nós, cidadãos e cidadãs baianos e soteropolitanos penhoradamente agradecemos.

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