sexta-feira, 23 de outubro de 2009

EM SP, POLÍCIA FECHA BAILE FUNK SUSPEITO DE PROSTITUIR ALUNAS...

FONTE: *** CORREIO DA BAHIA.
Alguns adolescentes que foram apreendidos pela polícia de São Bernardo do Campo, no ABC, na manhã de sexta-feira (23), disseram que o baile funk, apelidado de baile “mata-aula” pelos jovens, acontecia todas as manhãs e tardes de sextas-feiras.
A maioria dos 75 adolescentes levados para a 6ª delegacia seccional da cidade já tinha sido liberada mediante a presença dos pais ou de um responsável. Poucos ainda aguardam a presença dos pais. De acordo com o delegado seccional Mitiaki Yamamoto, o objetivo com o baile é viciar os adolescentes e fazê-los trabalhar para o tráfico e, no caso das meninas, aliciá-las para prostituição.
De acordo com uma estudante de 15 anos que cursa a 7ª série da Escola São Pedro, não havia um baile ainda quando a polícia chegou ao local, próximo à favela São Pedro, também em São Bernardo. “Começou às 7h30 e a polícia chegou às 8h. Só estávamos lá conversando”, disse.
Apesar disso, ela confirmou a venda de entorpecentes e de bebidas alcoólicas no baile. “Eu não bebi nem usei droga, mas tinha”, afirmou, enquanto esperava a chegada dos pais, que já tinham sido avisados. A jovem contou ainda que ficou sabendo da festa quando estava indo para a escola e que foi a primeira vez que foi a um destes bailes. “Toda sexta-feira tem baile do ‘mata-aula’”, admitiu, no entanto.
Outro aluno de 15 anos que cursa a 6ª série da Escola Estadual Nair Franco disse, por sua vez, que há comunidades no Orkut, site de relacionamentos na internet, que avisam sobre a realização dos bailes “mata-aula”. Além disso, ao chegar à escola pela manhã, ele também foi avisado pelos colegas. Ele também confirmou que há vários bailes durante o período de aula.
A mãe de um adolescente que não quis se identificar disse que não sabia que o filha não ia às aulas e que desconhecia a existência destes bailes. “Serve de alerta para nós, pais. Vamos ter de conversar quando chegarmos em casa”, disse, com semblante preocupado.
De acordo com o delegado seccional Mitiaki Yamamoto, as investigações tiveram início há dois meses depois que professores de várias escolas denunciaram o grande número de faltas de alunos em determinados dias.
“Ficamos sabendo que haveria este baile nesta sexta-feira e demos o flagrante. Prendemos um homem e uma mulher que estavam no local. Vamos investigar se há mais pessoas envolvidas”, disse o delegado. Segundo Yamamoto, eles vão responder por corrupção de menores e tráfico de entorpecentes.Os dois detidos, os comerciantes José Oliveira Santos, de 48 anos, e Mariana Peres, de 19 anos, negaram as acusações. “A gente ia só fazer um ensaio funk no local, a pedido dos meninos”, afirmou Santos. Ele negou que tivesse vendido bebida e drogas no balie. “As drogas não eram de lá. Apareceu”, afirmou.
Mariana Peres, por sua vez, disse apenas que José Oliveira é o patrão dela e que todas as acusações foram inventadas pela polícia. “Tudo o que falaram não existe, que acharam um monte de droga, que tinha um colchão com um monte de camisinha ao lado, tudo isso não existe. Isso foi alguém que inventou”, declarou. Ela deu a mesma versão de Santos para o baile. “Os meninos da escola que pediram para fazer um ensaio lá”, disse.
Segundo o delegado seccional, os organizadores dos bailes contratavam aliciadores para ficar em frente às escolas avisando sobre o baile “mata-aula”. Os meninos pagavam um preço simbólico de R$ 2 e as meninas entravam de graça, de acordo com o delegado.
“O objetivo era fazê-los consumir entorpecentes para ficarem viciados. A droga, maconha e cocaína, era vendida a um preço mais acessível. Além disso, vendiam bebidas alcoólicas, como cerveja, pinga e uísque”, disse Yamamoto. Outro objetivo, segundo o delegado, era aliciar meninas para a prostituição.
Os alunos apreendidos são de ao menos quatro escolas da região da favela da Vila São Pedro. “A quantidade de alunos é muito grande. Eles iam para o baile com a roupa com que saíam de casa para ir para a escola. Por isso, fazemos um alerta aos para que fiquem atentos ao comportamento dos filhos”, finalizou Yamamoto.

*** Com informações do G1.

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