segunda-feira, 5 de outubro de 2009

ENTRE OS BENS DE CONSUMO, LAVADORA É ITEM MAIS VENDIDO...

FONTE: *** Perla Ribeiro (CORREIO DA BAHIA).

Em tempos em que é possível levar uma máquina de lavar para casa com prestações mensais de até R$ 17, quem quer passar horas no tanque com uma pilha de roupas para esfregar? Pode até existir quem goste, mas essa não é a regra geral. Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) revelou que, entre os bens de consumo, o acesso à máquina de lavar foi o que mais cresceu entre 2003 e 2008 - 23,5%, contra 6% da geladeira e da televisão.
A expectativa da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) é de chegar ao final deste ano com 5,5 milhões de máquinas vendidas. Além da utilidade do eletrodoméstico, a queda dos preços e os pagamentos facilitados ajudaram a popularizá- lo entre as camadas mais baixas. “Na nossa rede, o parque instalado da máquina de lavar cresce acima de 50% no Nordeste. Hoje, a demanda é muito maior do que a oferta”, informa a gerente comercial regional da linha branca na rede de supermercados Bompreço, Emília Andrade.
Não importa se é um modelo automático top ou um semiautomático, mais conhecido como tanquinho. Qualquer meio de facilitar o trabalho é bem-vindo. Na hora da compra, a escolha é associada não só à necessidade da família, mas também ao que cabe no bolso.
FACILIDADES Nas lojas é possível encontrar de tanquinhos a partir de R$ 160 a máquinas de última geração, que ultrapassam R$ 4 mil. Já o pagamento, é possível ser parcelado em até 24 vezes. “Para as donas de casa, é um acessório indispensável. Lavar à mão demanda um esforço muito grande e ainda há o problema dos pequenos espaços das residências”, avalia a presidente do Movimento das Donas de Casa, Selma Magnavita.
Para fugir da trabalhosa missão de deixar as roupas da família limpinhas, há anos, a revendedora autônoma Cleonice Carvalho Silva, 47 anos, sonha com uma máquina em sua casa. O problema é que, sem renda fixa e meios de comprovar que terá capacidade de arcar com as mensalidades do crediário, a compra fica difícil. Enquanto o dinheiro não vem, ela só namora os modelos e continua cumprindo o ritual de, toda sexta- feira, passar, em média, três horas lavando roupas.
TRABALHO “Ando cansada de lavar e torcer roupa. Com a artrite, complica ainda mais a situação. Estou olhando, mas o negócio é dinheiro. Como não tenho renda fixa, dificulta conseguir um crédito”, diz Cleonice.
No caso do autônomo José Jorge Pereira Marques, 47 anos, a máquina de lavar já faz parte da rotina da família há cerca de dez anos. Agora, há uma semana, a lavadora quebrou e ele já correu para providenciar outra para colocar no lugar. “Sem máquina fica difícil. Em grau de importância, diria que primeiro vem o refrigerador e o fogão e depois a máquina de lavar”. E, na opinião dele, não vale tanquinho. “Para quem mora em apartamento, tem que ser máquina mesmo porque centrifuga”, justifica.
Antes de efetuar a compra, Marques fez uma sondagem de preços em quatro lojas, incluindo preços e condições de pagamento, e levou para avaliar em casa. De acordo com o presidente da Eletros, Lourival Kiçula, dentre os eletrodomésticos, a lavadora apresenta o maior crescimento do índice de penetração nos lares brasileiros. “Antes, as famílias de baixa renda não tinham condições de ter uma lavadora. Além dos preços e condições de pagamento terem tornado o produto mais acessível, com a profissionalização das mulheres, elas não têm mais como gastar horas no tanque”, avalia.
Ainda segundo Kiçula, no caso das famílias de menor renda, o acesso começa com a lavadora semielétrica e, depois, é substituído pelo modelo mais potente. Das 5,5 milhões de unidades que ele estima serem comercializadas este ano, a maioria seria de tanquinhos - três milhões, contra 2,5 milhões da máquina elétrica. Segundo José Silva, vendedor de uma rede de supermercados, a maior procura é pelas máquinas mais econômicas. “O tamanho varia de acordo com o número de pessoas. Um casal compra a máquina com capacidade para 6kg. Para as famílias grandes, há opção para até 15kg”, explica Silva.
IPI REDUZIDO SÓ ATÉ 31 DE OUTUBRO.
Para quem está ensaiando a compra da máquina de lavar e ainda não entrou em ação, aí vai um conselho. Oficialmente, vai até 31 de outubro o prazo para a compra dos produtos da linha branca com isenção ou redução do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI). De olho nesse mercado, as revendedoras já começaram a reforçar o estoque. No entanto, o presidente da Eletros, Lourival Kiçula, cogita a possibilidade de a redução do IPI ser prorrogada, pelo menos, até o fim do ano. “Se tiver prorrogação, as revendedoras vão comprar em outubro, novembro e dezembro. Caso não tenha, os pedidos serão todos para um mês e a indústria não está preparada para dar conta desta demanda”, diz. A rede Bompreço, por exemplo, já se prepara para ampliar o estoque. “Acreditamos que teremos um mês excelente”, diz a gerente comercial do grupo, Emília Andrade.
DICAS:
ECONOMIZE - Considere a possibilidade de substituir a velha máquina de lavar por um modelo classe A. Os tipos mais modernos consomem cerca de metade da energia consumida por modelos mais antigos.
LEIA - Antes de comprar uma nova máquina de lavar, leia com cuidado a etiqueta energética que indica, além da classe de eficiência, o consumo de energia elétrica por ciclo de lavagem e então escolha um modelo que tenha um baixo consumo.

USE - Utilize a máquina de lavar sempre com carga completa. Duas lavagens utilizando a meia carga gastam mais energia do que uma lavagem com carga completa. SELECIONE - Antes de começar a lavagem, faça uma seleção das peças, separando as mesmas pelas cores e pela intensidade de sujeira. Isso vai facilitar a seleção do ciclo mais adequado de lavagem e evitar manchas nas peças.
LIMPE - Ajuste os pés de nivelamento no chão para garantir a estabilidade da máquina durante a rotação do tambor à alta velocidade.

DISTRIBUA - Separe as roupas de acordo com o tipo de tecido e o nível de sujeira e selecione o programa de lavagem adequado. Se agir assim, vai garantir a utilização da máquina de uma forma mais eficiente e consumirá menos energia
DESLIGUE - Quando se ausentar por um período prolongado, é indicado desligar a lavadora da tomada e fechar a torneira de entrada de água.
NÚMEROS DO SETOR
15,4% dos domicílios baianos possuíam máquina de lavar roupa em 2008, segundo dados do IBGE
59,9% das famílias brasileiras das classes A e B contam com máquina de lavar roupa em suas casas
21,35% das famílias brasileiras da classe C possuem máquina de lavar roupa em casa
13,24% das famílias brasileiras da classe D possuem máquina de lavar roupa nos domicílios
5,51% das famílias brasileiras da classe E possuem máquina de lavar roupa nos domicílios
42,2% dos domicílios brasileiros possuíam máquina de lavar roupa em 2008, segundo dados do IBGE 5% é o percentual médio do consumo de energia elétrica da máquina de lavar em uma residência

*** Notícia publicada na edição impressa do dia 05/10/2009 do CORREIO.

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