segunda-feira, 19 de outubro de 2009

INFELIZ NATAL...

FONTE: JANIO LOPO (TRIBUNA DA BAHIA).

Tive a oportunidade de conversar longamente com o ex-prefeito de Porto Seguro, Jânio Natal, sobre denúncias de supostos desvios de dinheiro público, segundo conclusão do Ministério Público Federal provavelmente baseado em depoimentos dos implicados hipoteticamente no caso à Polícia Federal. Vendo o peixe conforme o comprei. Mas, antes de assá-lo ou mesmo aproveitá-lo no formato de uma bela moqueca, devo confessar que não consigo consumir um prato aparentemente apetitoso sem antes me certificar se não carregaram na pimenta e no tempero, tornando-o um prato, no mínimo, suspeito. Jânio Natal tem argumentos fortes a seu favor.
Seus advogados estão convencidos de que o processo será arquivado na Justiça por absoluta falta de prova concreta. Vamos ao que interessa. Contou-me o xará que coube a ele, depois de consultados auxiliares diretos, não apenas demitiu como representou junto ao MP e até à Polícia Federal contra a funcionária Maria Helena Oliveira Ferreira Santos, ex-gerente de Recursos Humanos. Ele a aponta como a responsável por um esquema ilegal de contratação de funcionários para um programa federal de auxílio à família ( oito ou nove ao total). Chegou ao ponto de colocar estudantes de Direito como se médicos fossem.
A tramamóia foi descoberta com o recadastramento de todo o pessoal determinado pelo próprio Natal. Os contratos da ex-gerente recebiam a grana e repassavam a maior parte para ela. O ex-prefeito garante que nunca teve qualquer contato pessoal ou por telefone com a então funcionária, que teria fugido de Porto Seguro tão logo sentira que a casa caíra. O esquema demorou por cerca de dois anos e deixou um rombo de pouco mais de R$ 800 mil. Chamado, Jânio depôs na PF, quando soube que estava sendo indiciado. Pensara que estava ali na condição apenas de um simples convidado. Não houve acareação e muito menos provas materiais.
Apenas a palavra de uma ex-foragida. Não quero – e nem vou – me precipitar na defesa do ex-prefeito. Seus advogados o farão com competência e à luz dos fatos e da verdade. Entretanto, o que preocupa a todos – sobretudo a políticos e empresários – são ações tidas como destemperadas pelo MP e pela inclusive PF capazes de macular a imagem de gente inocente. Isso na prática já aconteceu.
Sei perfeitamente os males que o País sofre quando maus políticos e maus empresários resolvem agir em favor do próprio bolso. Mas pô tenhamos discernimento para compreender que não há razão para se generalizar. Nem todo empresário e nem todo político são ladrões. E muito menos a PF e o MP estão acima do bem e do mal.
Aliás são constantes as acusações no Congresso insinuando a existência de grupos dentro da PF que agem de acordo com o sentimento ideológico e tal e tal presidenciável. Bem, o que queremos é única e exclusivamente a verdade. A sociedade, por ora, dispensa, a pirotecnia e os espetáculos hollyoodianos.

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