terça-feira, 20 de outubro de 2009

PESQUISA REVELA PÉSSIMA QUALIDADE DOS FEIJÕES COMERCIALIZADOS NO BRASIL...

FONTE: Paula Padrao (paulapadrao@gmail.com)
A Associação das Donas de Casa do Estado da Bahia (ADCB) participou de pesquisa nacional que mostrou que 60% das marcas de feijões comercializadas no País está em desacordo com a legislação vigente. Presença de agrotóxico em uma das marcas e de insetos e larvas vivas em 20% das amostras completam o quadro alarmante em que está este nobre alimento que não pode faltar na mesa do brasileiro. A pesquisa foi divulgada no Fantástico com exclusividade dia 11 de outubro.

A ADCB e outras sete organizações de defesa do Consumidor do País foram parceiros do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) de São Paulo em pesquisa feita para verificar a qualidade dos feijões comercializados Brasil adentro. A notícia não é boa: das 33 marcas avaliadas, 20 não cumprem com a legislação vigente, ou seja, 60% está em desacordo.

Na Bahia, as marcas pesquisadas foram adquiridas em estabelecimento de Jequié, cidade do interior. Todas as amostras coletadas das marcas Padim (preto), Peg Pag (carioca) e Tio Neco (carioca) foram desclassificadas, ficando entre os piores resultados.

Foram avaliados os feijões do tipo comum, presente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste; e do tipo corda, comercializado mais nas regiões Norte e Nordeste. Cada uma das entidades comprou as amostras – embalagens de 1 quilo – dos tipos 1 e 2 em uma grande rede nacional de varejo, uma rede regional e um supermercado local. Cada uma das 33 amostras era composta por sete embalagens de 1 quilo, sendo cinco utilizadas nos testes de laboratórios, uma guardada como contraprova e outra, reservada para a Revista do Idec.

A ADCB comprou sete quilos de cada amostra de um mesmo lote, dentro do prazo de validade e com embalagens originais. Todas estavam íntegras e invioladas. Ou seja, as amostras compradas estavam à venda dentro de um padrão absoluto de normalidade para o consumidor comum.

DESCLASSIFICADOS.
Quatro quesitos analisados preocupam – avaliação microscópica, resíduos de agrotóxicos, classificação segundo defeitos e impurezas; e rótulo. O critério que mais houve reprovações foi “classificação segundo defeitos e impurezas”, em que 15 marcas foram reprovadas por estampar no rótulo serem de determinado tipo, mas, na realidade, os testes de laboratório comprovaram serem de um tipo inferior. Diziam ser tipo 1 mas eram do tipo 2 ou 3. Instrução Normativa do Ministério da Agricultura estabelece cinco tipos de feijão, segundo percentuais de tolerância de defeitos. Há tipos 1,2 e 3 (sendo o 1 mais puro e o 3 mais impuro), o fora de tipo e o “desclassificado”.
Outras nove marcas foram consideradas como tipo “desclassificado”, ou seja, nem poderiam ser comercializadas. Pior: dessas nove, sete continham insetos vivos, uma com larvas vivas e outra continha um agrotóxico proibido na lavoura de feijão, o Endossulfam e o inseticida clorpirifós em níveis acima do estipulado por lei. O inseticida é altamente tóxico e o Endossulfam pode provocar danos aos sistemas nervoso e imunológico. Seu uso é proibido em diversos países e no Brasil a Anvisa publicou consulta pública propondo também aqui a sua proibição.

RECOMENDAÇÕES.
A única boa notícia é a aprovação em quatro critérios: umidade, presença de micotoxinas, tempo de cozimento e características do grão após o cozimento. Isso justifica ainda mais o alerta, pois se o feijão comprado parece bom e cozinha bem no tempo determinado, é preciso estar então sempre atento na hora de comprá-lo: A ADCB sugere alguns cuidados na hora da compra:
- verifique sempre a data de validade e prefira produtos que vão demorar a “vencer”
- rejeite embalagens que não estejam íntegras
- os grãos devem estar lisos, brilhantes, uniformes, sem mistura de cascas, matérias estranhas ou outros grãos; e sem carunchos ou insetos
- armazene o produto bem fechado em local seco e fresco.
- fique atento ao cheiro, à cor e ao aspectos do produto. Se alguns desses aspectos estiver alterado, solicite troca ou ressarcimento no estabelecimento onde foi comprado. Comunique também à autoridade sanitária local.

NOTIFICAÇÃO
O Idec notificou as 28 empresas responsáveis pelas 33 marcas analisadas e apenas seis responderam. O instituto enviou os resultados também à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Órgãos responsáveis para combater essas irregularidades.

Informações mais detalhadas sobre a pesquisa estão na revista do Idec ou podem ser obtidas na ADCB na Indústria Cidadã no Distrito Industrial de Jequié, pelo telefone (73) 3525.3557


OBS.: MATÉRIA ENCAMINHADA POR E-MAIL PELA AMIGA E REPÓRTER PAULA PADRÃO, ASSESSORA DE COMUNICAÇÃO DA ADCB, A QUEM AGRADEÇO A GENTILEZA E COLABORAÇÃO.

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