terça-feira, 20 de outubro de 2009

SÓ NO BRASIL MESMO...

Semana passada mais precisamente na última sexta feira 16, o jovem Anderson Jorge dos Santos, de 31 anos, ao deixar sua residência em Mata Escura (bairro de Salvador – Bahia), com destino ao seu trabalho quando encontrou a morte pela frente, ele estava em sua moto, quando foi colhido por um veiculo que vinha na contra-mão conduzido pelo juiz Benedito da Conceição dos Anjos, de 62 anos.
O acidente acontece em frente ao Tribunal de Justiça da Bahia, no Centro Administrativo, local onde justamente trabalha o juiz. Naquele momento populares revoltados tentaram linchar o cidadão que até então não havia sido identificado, isto só aconteceu por que um grupo de segurança do Tribunal ao verem a cena de imediato cercaram o juiz evitando assim o linchamento, em seguida ele foi encaminhado ao prédio de onde ninguém mais o viu.
Causou-me estranheza na manhã da segunda feira (19) ao acompanhar os Jornais da Capital e no Correio da Bahia pude ler uma entrevista concedida pelo juiz que se disse inocente e que não havia cometido crime nenhum, perguntado se ele cogitava apoio financeiro a família do rapaz, uma vez que ele deixou um filho de anãs seis anos ele disse que não se cogitava isto neste momento. Tremendo cara de pau, entra na contra mão, na chamada “roubadinha” no trânsito para evitar ir até onde tem que fazer o contorno tira a vida de um pai de família que deixava seu lar com destino ao trabalho e ainda tem a arrogância de responder de tal forma ao repórter.
Pra que os leitores tenham idéia de onde quero chegar com este meu comentário acompanhe a entrevista que o senhor Benedito da Conceição dos Anjos, 62 anos, concedeu ao jornal CORREIO DA BAHIA, de ontem (segunda feira, 19).
01 – O senhor considera a manobra que fez legal?
Aquela manobra é absolutamente legal, utilizada por centenas de pessoas por dia. Não é uma ‘roubadinha’, como se diz. Se fosse ilegal, a Transalvador e o Detran teriam fechado antes. Além do mais, como iam permitir um acesso ilegal na frente do Tribunal de Justiça? Só foi fechado na época da corrida de Stock Car e anteontem, após o acidente.
02 – Existem dois pontos de retorno para entrar ali: na frente do Tribunal de Justiça e em seguida, na entrada da Sussuarana. O que aconteceu exatamente?
O senhor viu o motociclista vindo na sua direção? Já estava quase no estacionamento do Tribunal de Justiça quando o acidente aconteceu. Não vi nada. Só ouvi o barulho imenso. Tomei um susto, pensei que alguma coisa estava caindo. Estava chegando para trabalhar, por volta das 14h30, quando senti o baque no fundo do carro, saí para ver o que era. Foi quando vi a gasolina espalhada no chão, a moto e do outro lado, o corpo. Ouvi alguém dizer que ele ainda tinha pulso. Mas ele deve ter morrido minutos depois. Fiquei perplexo, em estado de choque. Testemunhas me disseram que ele vinha em alta velocidade.
03 – O senhor está dizendo que o motociclista vinha em alta velocidade, mas, por outro lado, afirma que não o viu...
Não vi mesmo. Digo isso baseado em testemunhas. É até complicado dizer isso agora, porque a vítima já não está aqui...
04 – Como o senhor está se sentindo por ter tirado a vida de uma pessoa?
Não tirei a vida de ninguém. Só Deus é quem tira ou dá a vida. Agora, é claro que estou abalado pela fatalidade que me envolveu. Sou católico, juiz de direito, propagador da vida. Estou abalado e sensibilizado com o tratamento do caso. Disseram que atropelei e fugi. Na minha vida não existe mácula alguma. Mas fui tratado como um cidadão irresponsável, como se não conhecesse minhas obrigações. Quando já não havia mais nada a fazer, fui levado pelos policiais militares para o posto médico do Tribunal de Justiça e fiquei lá, sendo medicado porque tive um pico hipertensivo. Depois, fui para o meu gabinete e fiquei esperando o parecer da perícia. Saí do Tribunal por volta das 18h30. Preenchi eu mesmo o boletim de ocorrência, a Transalvador tirou cópia da minha carteira de habilitação e dos documentos de posse do carro. Como é que fugi?
05 – O senhor já entrou em contato com a família da vítima?
Ainda não. Meu advogado entende que não seria bom entrar em contato com eles no calor das emoções. Pedi então que ele entrasse em contato com a família da vítima para ver que tipo de conforto, de solidariedade, podemos prestar. Não para amenizar, porque uma situação dessa não se ameniza. Mas quero dar apoio moral e espiritual, que é o mais importante. Deus é quem sabe por que me colocou nessa situação. Só o tempo e Deus é quem vão responder por que aconteceu isso comigo e com a vítima.
06 – O senhor cogita apoio financeiro à criança de 6 anos que ficou órfã?
Não se cogita isso no momento.
07 – Mesmo assegurando que não fez manobra ilegal, nem atropelou, o senhor sente algum tipo de remorso?
Me confessei, comunguei na missa. Orei não só por mim, mas por aquela família. Mas não me sinto responsável pela morte de ninguém.
08 – Amigos e familiares da vítima se dizem preocupados com o fato de o senhor ser magistrado e, com isso, o caso ser arquivado. Que comentário faz disso?
Sou magistrado e não estou acima da lei. Sou uma pessoa como outra qualquer, vou me submeter ao procedimento normal e cabe à Justiça decidir o que vai acontecer. Confio muito em Deus e não sinto medo.
09 – O senhor tem filhos?
Como sua família está lidando com a situação? Tenho três filhos, dois adultos e um menor. Minha família está muito abalada, assim como meus colegas professores e magistrados, que têm me ligado para prestar solidariedade.
10 – Quando vai depor?
O delegado da circunscrição compareceu ao Tribunal e me informou que no transcorrer da semana serei ouvido.
11 – Vai voltar a trabalhar normalmente?
Sim, não pretendo mudar minha rotina.


È impressionante, o cidadão responde aos repórteres que não viu a vitima, então ele não tem a mínima condição de estar dirigindo pelas movimentadas ruas de Salvador que é uma das maiores cidades do País, pois se ele não enxergou uma pessoa montada em uma moto imagina se aparece em sua frente alguém montado em uma bicicleta ou fazendo caminhada pelas diversas ruas da cidade!
È triste e lamentável que acidentes grosseiros como estes continuem a ceifar vidas de jovens em nosso País., por mais que se mudem as leis a coisa parece não ter fim, pois a impunidade em muitos casos ainda é muito grande, será que este senhor não vai contar com o corporativismo ou o jeitinho brasileiro de ser e desqualificar o crime por ele cometido e terminar como vitima neste caso? Espero que a Justiça tire a venda dos olhos e realmente faça prevalecer o que está escrito nas Leis e se culpado que este cidadão pague pela vida de um pai de família que ele tirou por sua irresponsabilidade ao volante.
Pelo que posso notar de nada adianta as diversas campanhas dos governos para que não faça do carro uma arma, que se dirija com prudência, pelo visto este cidadão anda tão preocupado com suas leis que não ver nenhuma destas campanhas e justo ele um homem que deveria ser exemplo de cidadão dá uma mostra de tudo que não se pode fazer no trânsito, que aproveitem agora e tirem das mãos deste senhor o mais rápido possível não só sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH), mas sim as chaves de qualquer tipo de veiculo que ele ainda pense em conduzir. Ele disse ainda na entrevista que a família dele está bastante abalada com o fato, mas pelo visto ele não, pois respondeu todas perguntas feitas pela repórter na maior tranqüilidade e se formos analisar com bastante calma ele ainda chegou a ser arrogante em algumas respostas.
Fiz questão de enumerar as perguntas para que você leitor analise uma por uma e veja se este cidadão ainda tem condições de dirigir pondo em risco a vida de outras pessoas. É lamentável, mas não duvido nada se hoje ele já não foi tranqüilo para o seu trabalho conduzido seu veiculo enquanto a família ainda chora a morte de seu ente querido.
Outro fator interessante é que o cidadão ainda foi à missa confessando e comungando, será que nesta confissão ele assumir ter culpa no cartório? Acredito que não, ou será que ele disse ter sido vitima em um acidente de trânsito onde o culpado perdeu a vida no local do sinistro? São coisas que se passam por nossa cabeça neste momento.
Que a justiça seja feita e não só este senhor mas outros que se envolvam neste tipo de acidente sejam punidos dentro dos rigores das leis e que não sejam agraciados só por que exercem determinadas funções.
Infelizmente estas coisas SÓ ACONTECEM MESMO NO BRASIL.


OBS.: AS FOTOS USADAS NESTE COMENTÁRIO FORAM EXTRAÍDAS DE MATÉRIAS DOS JORNAIS “TRIBUNA DA BAHIA” E “CORREIO DA BAHIA”.

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