sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

APOSENTADOS REJEITAM REAJUSTE DE 6,20%...

FONTE: Noemi Flores (TRIBUNA DA BAHIA).
Os aposentados estão descontentes com o reajuste de 6,20%, anunciado pelo ministro da Previdência Social e que será editado através de uma Medida Provisória, para quem ganha acima do salário mínimo. Como protesto, será feita, pela categoria, campanha nacional para o retorno do Conselho Nacional de Seguridade Social (CNSS), que, segundo o presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas da Bahia, Gilson Costa, “órgão que tem competência de examinar e fazer balanço da previdência, da saúde e de assistência social, e pode constatar que há perdas nestes reajustes”, desabafou.
Costa acrescentou que este conselho era formado por representantes dos trabalhadores, através de federações e sindicatos, de aposentados, pela confederação da classe e do governo, com representantes dos ministérios da saúde, previdência e assistência social. “ O órgão foi extinto, em 1997, para que pudesse passar o fator previdenciário, que é redutor do salário”.
O aposentado explicou que o fator previdenciário é uma fórmula que leva em conta o tempo de contribuição, a idade e a expectativa de vida dos trabalhadores no momento da aposentadoria. O problema é que quanto menor a idade na data da aposentadoria e maior a expectativa de sobrevida, menor o fator previdenciário e, portanto, menor o benefício recebido. O que implica que quanto mais velho e quanto maior for o tempo de contribuição do trabalhador, maior será o valor da aposentadoria.O aumento para os beneficiários que ganham acima de um salário mínimo será de 6,2%, mantendo a proposta de corrigir conforme a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) mais metade da variação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2008, o que equivale a um ganho real de 2,5%.
Para o presidente da categoria “isto não se chama aumento, isto é zombaria da inteligência dos outros porque o governo dá um aumento na intenção de déficit na previdência”. No entender do aposentado “deve ser feita uma auditoria pública, para apontar os devedores e verificar o que existe de verdade quando o governo afirma que tem rombo. É preciso mostrar onde está este rombo, e punir os culpados, já que pagamos a previdência durante anos”, informou. Ele reforça a necessidade de uma auditoria pública, citando outras épocas na história do País em que o dinheiro da Previdência foi desviado para empreendimentos “como a construção de Brasília, no final da década de 50, a Ponte Rio Niterói, a Transamazônica, a Usina Siderúrgica Brasileira , Itaipu e outros. Isto não é justo porque o aposentado pagou para ter sua aposentadoria digna”, sinalizou.
Não existe nenhum ganho real
“O cidadão que não conhece seus direitos não tem direito de lutar por eles”. A famosa frase foi de Ruy Barbosa, o Águia de Haya, jurista, advogado, diplomata, político e jornalista, lembrada por Alderico Sena, presidente da Movimento dos Aposentados e Pensionistas do PDT, que acha que a classe tem força para eleger, pois são 25 milhões de aposentados no País e uma média de quatro pessoas da família, o que significa 100 milhões de votos. “ o aposentado pode dar a resposta nas urnas, a exemplo dos Estados Unidos”, frisou.
O que Sena não entende é porque o governo tem dinheiro para tanta coisa e não tem para o aposentado. “Quando é para ser concedido para o judiciário, deputados é 40%, e por aí vai, o governo sempre tem dinheiro e também para as Bolsas Famílias, mas não tem para quem tanto se esforçou para o desenvolvimento deste País.”
Sobre os 6, 20 % anunciados, o aposentado disse que “ganho real na concepção do aposentado não tem nenhum. Cada reajuste anualmente é perda para o aposentado. No momento em que o governo não respeita o reajuste com base no salário mínimo, isto chama-se desrespeito. A gente que participou de tanta luta, quando estudantes, na década de 60 e agora abre o jornal e lê que este Pimentel vai baixar uma Medida Provisória para dar reajuste. É deprimente, ridículo, vergonhoso para aqueles que deram o sangue”.
O presidente do Movimento dos Aposentados recorda a época, em que começou a profissão. “Era uma época boa em que existiam trabalhadores com amor à profissão e tudo funcionava bem. O sistema de saúde era excelente, com o Sandu, os colégios então, professores eficientes, o que fazia com o que os pais optassem em colocar os filhos no ensino público, que tinham orgulho de estudar nestas escolas. E a segurança ? Era perfeita, os policiais chegava a ser amigos das pessoas.”
O governo tem retirado tudo do aposentado e quer estabelecer um salário ou dois, ou meio para daqui a seis anos, segundo Sena, “só tem reduzido porque uma pessoa que se aposentou com 14 salários chega um ponto que reduz para 4, 5. Eu mesmo todo o mês pereço 25% com o fator previdenciário. Isto é um absurdo é uma ditadura democrática, pois o aposentado passa uma série de dificuldade com seu mísero benefício não dando nem para comprar remédios”, lamentou.

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