sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

DILMA E O SEMÁFORO...

FONTE: Ivan de Carvalho (TRIBUNA DA BAHIA).

"Acendeu a Luz Amarela”. Este é o título de um dos comentários assinados pelo jornalista político Carlos Chagas e publicados ontem no site do colega Cláudio Humberto. Faço o registro aqui por entender que trata-se de um aspecto que até ontem havia passado um tanto despercebido nas análises públicas da última pesquisa do Ibope, feita por encomenda da CNI. É bem verdade que, ao analisar a pesquisa, sugeri que se a pré-candidatura de Dilma Rousseff der chabu, os 83 por cento de aprovação ao desempenho do presidente Lula são um percentual capaz de levar governantes a fazerem bobagens e temeridades. E elas já vêm ocorrendo mesmo.
Carlos Chagas já esteve no alto da torre de vigília, como uma espécie de São Jorge contra o dragão do terceiro mandato de Lula, até uns meses atrás uma tese muito popular no PT e mesmo fora do partido do presidente (prefiro não analisar aqui, agora, o apoio público dado pelo nosso presidente ao ditador-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, quanto ao direito dele – e se é “direito” dele, deve ser de qualquer outro presidente) de instituir a permissão para reeleições em número indefinido. A possibilidade do presidente-ditador vitalício. Não ainda hereditário, como ocorre, por exemplo, na Coréia do Norte, na Síria, em Cuba.
Não mais vendo no horizonte o terceiro mandato, certamente por acreditar que não dá para o Sol nascer depois do horário costumeiro, diz, com ironia, o experiente Carlos Chagas: “Apesar das obras que se arrastam no palácio do Planalto, não foi retirado o semáforo postado na avenida bem defronte. E a luz amarela acendeu. Na recente pesquisa do Ibope-CNI, Dilma Rousseff manteve-se no patamar de 17% de preferências populares, mas cresceu em rejeição: 41% dos consultados não votariam na candidata”.
E prossegue: “Fazer o quê, para o presidente Lula? Claro que continuar batalhando, na esperança de que sua altíssima popularidade, de 83%, possa reverter os números desfavoráveis à chefe da Casa Civil. O problema é a existência de prazos. Se chegarmos a março sem que Dilma decole e encoste nos percentuais de José Serra, começarão as defecções e as reclamações.
Estas, por parte do PT, que lembrará ao presidente Lula não ter havido participação dos companheiros na escolha. Aquelas, porque o PMDB, por exemplo, é o mais pragmático dos partidos. Já esteve com José Serra, em 2002, tendo até indicado Rita Camata como candidata à vice-presidência. Por isso e outras razões, o atual companheiro de chapa de Dilma não foi sacramentado. Talvez nem seja, menos pelas dificuldades surgidas diante de Michel Temer, mais porque o PMDB não entra em bola dividida.
E conclui Carlos Chagas, com especulação surpreendente: Ciro Gomes, meio na encolha, poderá ganhar oxigênio, abrindo-se uma outra hipótese, por enquanto remota: de o presidente Lula apoiar a candidatura de Roberto Requião, apesar dos prováveis naturais protestos do PT. Em suma, para quem for dirigir, é bom prestar atenção no semáforo...

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