quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

M... TAMBÉM É CULTURA...

FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).

Depois da “merda” do presidente Lula (eu alertei: quanto mais mexe mais fede) a população brasileira, e em especial a baiana, aguarda providências imediatas do Planalto para que saiamos da maré alta de coliformes fecais a que estamos sucumbindo. Lula não devia ter prometido tirar a gente da merda. Não que já estivéssemos acostumados a ela, mas é que ele criou uma expectativa alvissareira e até um novo conceito existencialista.
A Bíblia preconiza que do pó viemos e ao pó voltaremos. Já o conceito do marido de dona Marisa é mais pontual e um tanto quanto inusitado. Talvez por isso mesmo se transforme numa peça filosofal a ser estudada detalhadamente num futuro mais longínquo. Lula teria imaginado algo como “da merda viemos à merda voltaremos”. Que espirituoso!
Aliás, em recente artigo sobre as sábias palavras do mestre (me refiro ao mestre Lula, não ao mestre bíblico) disse que só escaparíamos verdadeiramente da merda caso destruíssemos a corrupção. Aí está a gênese de tudo. A corrupção não é apenas o mal dos males. Ela corrói o caráter, estimula os pecados capitais, incentiva a destruição humana e joga literalmente na lama milhões de famílias incapazes de reagir à devastação provocada por essa praga que se expande com uma rapidez atroz. Normalmente, os bem-sucedidos com a nefasta prática são as classes dominantes. São as bandas podres dos políticos, dos magistrados e dos governantes das mais variadas esferas do poder.
Aproveitando a merda (melhor dizendo, a deixa) do nosso ex-operário, não custa lembrar que “a gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte, a gente não só quer comida, a gente quer saída para qualquer parte/ A gente não quer só comida, a gente quer a vida, diversão e balé, a gente não quer só comida, a gente quer a vida como a vida quer”. Talvez Lula não compreenda nada disso. Mas, tão ou mais que sair da merda, precisamos frear a estúpida e interminável burocracia que faz a vida do brasileiro um autêntico inferno. Com toda cerimônia, mas respaldado na respeitável figura lulista, a burocracia para mim é um prato cheio de bosta. E ela se manifesta em coisinha deste tamanhozinho.
Ontem, por exemplo, uma moça tentou um contato com o reitor da Universidade Católica do Salvador, José Carlos Almeida. Ela não estava com cólica nem com diarréia ou tampouco prisão de ventre. Só queria discutir uma questão relacionada à Ucsal e que só dizia respeito a ela e ao reitor. Não sei quantas secretárias a pobre coitada da garota teve de enfrentar. Mesmo assim não conseguiu chegar nem a cem quilômetros do magnífico, do magnânimo, do extraordinário, do onipotente, onisciente e onipresente (retiro o onipresente) reitor . Não lhe foi permitido sequer deixar um úmero telefônico para futuro contato. O que é que é isso?! Ultrapassamos o limite burocrático. Seria mais viável participar da reunião na Dinamarca para discutir o efeito estufa. Falar em efeito estufa, tanta burocracia (falo da Ucsal) por nada. Que merda! Será que merda também é cultura?

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