sábado, 12 de dezembro de 2009

A MERDA ESTÁ FEITA...

FONTE: JÂNIO LOPO (TRIBUNA DA BAHIA).

O companheiro Lula está coberto de razão. O povo tá mesmo na merda. Há mais de 500 anos, incluindo os últimos oito anos de administração de sua excelência. Ainda bem que ele reconhece. Mas Lula quer tirar o povo da merda. Tomara que consiga. Entretanto, o ditado desaconselha a mexer em merda. Afinal, quanto mais mexe mais fede.
Conheço gente que ficou ruborizada com a merda de Lula. E se ele tivesse dito bosta? O alvoroço seria igual. Melhor do que pronunciar fezes, não acha? Fezes, como a merda e como a bosta, têm um odor insuportável e lembra prescrição de exame médico. Aliás, tem médico petista (é só uma brincadeirinha) que ao invés de solicitar exame de fezes já pensa quem colocar no pedido exame de merda. Há o risco dele (o médico) incorrer numa expressão de duplo sentido. No popular, exame de merda soa como um exame vagabundo, sem validade, vulgar e imprestável.
Por isso é bom que expliquemos aos leitores o exato sentido da merda proferida por Lula. Não precisei recorrer ao Aurélio ou a outro dicionário para compreender o desabafo presidencial. Tá na cara – não a merda, mas o desabafo. O nosso mais brilhante ex-operário quis dizer que o povo está numa situação difícil e que é necessário que medidas sejam tomadas para a superação do obstáculo. Sejamos justos: Lula, apesar dos dois mandatos, tem buscado amenizar a merda em que o povão está atolado. O Bolsa Família não é uma merda qualquer. É um prato cheio. Digo prato cheio de feijão, arroz e farinha. Carne é luxo e merda é merda. Com sair dela? Bastaria – creio – acabar com a corrupção. Esta, sim, é uma grande merda! Falar nisso, recordam da merdança ( o termo é meu) do mensalão petista, agora copiada pela turma do Arruda em Brasília?
A intenção deles, óbvio, era assegurar que a merda não saísse da latrina. Mas ocorreu o inusitado: (com perdão da má palavra) tanto os petistas como Arruda e seu bando cagaram fora do pinico. Taí uma ideia iluminada (toda minha) cujos direitos posso tranquilamente transferir para o marido de dona Marisa quando ele voltar a se inspirar (ou eu?) em questões escatológicas. É que, como povo, também me sinto na merda. E boiando, quando acaba. E não há nada pior do que boiar feito merda. Não quero tomar intimidade com o presidente da República, mas tem hora que dá vontade até mesmo de mandar todo mundo à merda. Vamos fazer um protesto: abaixo a merda. A merda e o cocô. E quem quiser que se invoque. E, por falar em enfezado, você sabe muito bem que uma pessoa enfezada está irritada simplesmente porque está cheia de fezes. Vou parar. Este artigo, confesso, saiu num peido só. Ou numa só flatulência.Dá no mesmo.

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