sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

MINHA EXPERIÊNCIA...

FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).

Sempre fui avesso a receber homenagens. Não me sinto à vontade. Devo confessar, inclusive, que tenho fobia de gente. Ir a um estádio de futebol nem pensar, mesmo que as principais atrações sejam o Leônico contra o Estrela de Março, times que, acho, já estão há muito tempo sepultados.
Cinema e teatro só frequento em ocasiões especialíssimas. Enfim, onde há multidão (e olha que multidão para mim é mais de dez pessoas reunidas) dificilmente serei encontrado. Mesmo nas poucas vezes que frequento um barzinho (diversão que tenho abandonado por conta da saúde) procuro o mais calmo, o mais vazio.
Ontem, entretanto, me vi orgulhosamente obrigado a quebrar esse meu tabu. A Câmara Municipal de Camaçari, através do vereador Alfredo Ernesto de Andrade (PSB) convidou-me a receber a Medalha Marques de Abrantes. Na verdade não foi bem um convite. Foi uma imposição mesmo. Brincadeira. O interessante é que, embora já tenha trabalhado na assessoria de imprensa da prefeitura local, quando ainda se tratava de município de área de segurança nacional, por lá deixei inúmeros amigos. Mas jamais imaginaria ser alvo de tal honraria. Primeiro, porque sequer conhecia (pelo menos não me lembro) o autor da proposta.
Segundo porque nunca me vi em situação tão complicada. Terceiro porque só vim saber praticamente na véspera que deveria comparecer à solenidade como um dos convidados especiais.
No final, acredito ter-me saído sofrivelmente bem. Meu discurso de pouco mais de 20 segundos pode até não ter agradado, mas foi mais do que suficiente para não decepcionar a enorme plateia que se fez presente no belo teatro da Cidade do Saber (no Nordeste só perde em estrutura e modernidade para o Castro Alves) não por minha causa, mas por conta dos outros agraciados. Não poderia faltar à cerimônia como cheguei a pensar a fazê-lo. Seria uma descortesia com os vereadores, em especial com Alfredo, que tão gentilmente lembrou da minha existência.
Ficam aqui, pois, meus agradecimentos à Câmara – um abraço fraterno à sua presidente Luiza Maia (PT) – e toda população de Camaçari, cidade que tenho como opção de uma segunda moradia. A homenagem teve também um significado político importantíssimo no meu ponto de vista exatamente por não conter ingredientes politiqueiros ou menores.
O PT e os demais partidos com representantes naquela Casa tiveram um gesto de altivez ao usar critérios que diria técnicos e humanistas para laurear as figuras que acharam convenientes. Em nenhum momento levaram-se em consideração as picuinhas políticas ou a inclinação ideológica de a e b. Até porque se as houvesse certamente eu não seria um dos honrados com a medalha. Por motivos óbvios. Meu muito obrigado.

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