FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).
Ouvi, como sempre disperso em pensamentos fúteis, depoimentos de jornalistas venezuelanos sobre as maldades do presidente Hugo Chávez com a imprensa local. Parece-me que foi num documentário da TV Cultura, retransmitido pela TVE. Os coleguinhas de lá chegaram à paranoia. Eles há muito deixaram de temer a censura, explícita à medida que ou se está a favor do governo chavista ou se está contra. Assim como no Brasil, lá as emissoras de rádio e tevê são concessões do Estado.
Os adversários do poder as têm suspensas tão logo vença o prazo de validade para renová-las. A censura deixou de ser, portanto, o fantasma mor da mídia da Venezuela. A choradeira, o verdadeiro pânico hoje naquelas bandas é com relação à autocensura.
Os jornalistas estão ficando literalmente loucos. Ou se autovigiam ou perdem o emprego. O presidente Lula acha que seu colega aprendiz de ditador é a democracia personificada. Tentou, inclusive, amordaçar a imprensa daqui, mas felizmente não conseguiu, apesar de, paradoxalmente, contar com o apoio de instituições que só existem porque existem jornalistas.
Queriam criar um Conselho Federal para vigiar as atividades jornalísticas, mas prevaleceu o bom senso. Entretanto, se for reparar em detalhes o que ocorre com a imprensa brasileira, vamos verificar que não estamos tão distantes da capenga imprensa venezuelana – capenga porque Chávez amputou-lhe uma das pernas, cegou-lhe um dos olhos e cortou-lhe uma das mãos.
Talvez estejamos hoje em desvantagem com o país comandado pelo amiguinho de Lula. Há um caso concreto aqui de fazer inveja aos poucos veículos de comunicação independentes da Venezuela.
E Lula não tem a ver com isso. Falo da estúpida censura imposta pela Justiça, e ratificada pelo Supremo Tribunal Federal, ao jornal O Estado de S. Paulo. A democracia teve uma recaída perigosíssima. E olha que já nos livramos da asfixia militar há mais de 20 anos. O Estadão não pode citar o nome do filhinho do presidente do Senado, o paizão José Sarney. Acho que o nome do denguinho de Sarney é Fernando.
Toda essa imposição porque Fernandinho ( para os íntimos, claro) foi flagrado numa escuta da Polícia Federal pedindo ao popozão um empreguinho para uma cunhada, nora e sei lá que diabos! Sarney tem um coração maior do que o próprio universo. Aliás, ele é acusado de praticar centenas de atos secretos ilegais, inclusive nomeando a irmãzinha para uma função qualquer no Senado. Não sei se na Venezuela de Chávez acontece esse tipo de coisa deprimente. O mais curioso: um dos ministros do Supremo disse mais ou menos o seguinte: pegava mal ir contra a reputação, a honra e a moral de alguém, usando escutas (não sei se lícitas). Coincidentemente, esse alguém tem o sobrenome Sarney. Daí fica fácil concluir que o STF pisou na goela do Estadão para beneficiar um tagarela que sabe que pode falar o que bem quiser e entender no telefone, mesmo imoralidades ou algo comprometedor. Sabe também que quem o estiver grampeando, legal ou ilegalmente, não escapará das duras penas da lei.
O garoto (no bom sentido) de Sarney, assim como o pai, não é mortal como nós. Qualquer privilégio é pouco para quem nasceu na ala restrita aos deuses (ou aos demônios).
Ouvi, como sempre disperso em pensamentos fúteis, depoimentos de jornalistas venezuelanos sobre as maldades do presidente Hugo Chávez com a imprensa local. Parece-me que foi num documentário da TV Cultura, retransmitido pela TVE. Os coleguinhas de lá chegaram à paranoia. Eles há muito deixaram de temer a censura, explícita à medida que ou se está a favor do governo chavista ou se está contra. Assim como no Brasil, lá as emissoras de rádio e tevê são concessões do Estado.
Os adversários do poder as têm suspensas tão logo vença o prazo de validade para renová-las. A censura deixou de ser, portanto, o fantasma mor da mídia da Venezuela. A choradeira, o verdadeiro pânico hoje naquelas bandas é com relação à autocensura.
Os jornalistas estão ficando literalmente loucos. Ou se autovigiam ou perdem o emprego. O presidente Lula acha que seu colega aprendiz de ditador é a democracia personificada. Tentou, inclusive, amordaçar a imprensa daqui, mas felizmente não conseguiu, apesar de, paradoxalmente, contar com o apoio de instituições que só existem porque existem jornalistas.
Queriam criar um Conselho Federal para vigiar as atividades jornalísticas, mas prevaleceu o bom senso. Entretanto, se for reparar em detalhes o que ocorre com a imprensa brasileira, vamos verificar que não estamos tão distantes da capenga imprensa venezuelana – capenga porque Chávez amputou-lhe uma das pernas, cegou-lhe um dos olhos e cortou-lhe uma das mãos.
Talvez estejamos hoje em desvantagem com o país comandado pelo amiguinho de Lula. Há um caso concreto aqui de fazer inveja aos poucos veículos de comunicação independentes da Venezuela.
E Lula não tem a ver com isso. Falo da estúpida censura imposta pela Justiça, e ratificada pelo Supremo Tribunal Federal, ao jornal O Estado de S. Paulo. A democracia teve uma recaída perigosíssima. E olha que já nos livramos da asfixia militar há mais de 20 anos. O Estadão não pode citar o nome do filhinho do presidente do Senado, o paizão José Sarney. Acho que o nome do denguinho de Sarney é Fernando.
Toda essa imposição porque Fernandinho ( para os íntimos, claro) foi flagrado numa escuta da Polícia Federal pedindo ao popozão um empreguinho para uma cunhada, nora e sei lá que diabos! Sarney tem um coração maior do que o próprio universo. Aliás, ele é acusado de praticar centenas de atos secretos ilegais, inclusive nomeando a irmãzinha para uma função qualquer no Senado. Não sei se na Venezuela de Chávez acontece esse tipo de coisa deprimente. O mais curioso: um dos ministros do Supremo disse mais ou menos o seguinte: pegava mal ir contra a reputação, a honra e a moral de alguém, usando escutas (não sei se lícitas). Coincidentemente, esse alguém tem o sobrenome Sarney. Daí fica fácil concluir que o STF pisou na goela do Estadão para beneficiar um tagarela que sabe que pode falar o que bem quiser e entender no telefone, mesmo imoralidades ou algo comprometedor. Sabe também que quem o estiver grampeando, legal ou ilegalmente, não escapará das duras penas da lei.
O garoto (no bom sentido) de Sarney, assim como o pai, não é mortal como nós. Qualquer privilégio é pouco para quem nasceu na ala restrita aos deuses (ou aos demônios).
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