terça-feira, 8 de dezembro de 2009

POPULARIDADE E RISCOS...

FONTE: Ivan de Carvalho (TRIBUNA DA BAHIA).

A pesquisa CNI/Ibope relata que de setembro a novembro a avaliação positiva do governo Lula subiu três pontos – passou de 69 para 72 por cento. Para completar, a desaprovação acompanhou, diminuindo três pontos, de 17 para 14 por cento.
Isso é impressionante para um governo que está completando sete anos. Mais impressionante é a aprovação ao desempenho, não do governo, mas do presidente. Em setembro, o Ibope já lhe havia atribuído 81 por cento e em novembro mediu um novo recorde, 83 por cento. A desaprovação caiu de 17 para 14.
Muitas razões conspiraram e conspiram para que o presidente Lula desfrute dessa situação extraordinária. Entre elas há de ser lembrada a de haver encontrado uma economia saneada pelo Plano Real, apesar do erro imenso que o Banco Central, sob Gustavo Franco, cometeu, com a teimosia de manter a qualquer custo o real sobrevalorizado perante o dólar. Outras estão bem à vista também. Bolsa Família, a promessa do programa Minha Casa, um enorme carisma e uma capacidade de comunicação impressionante com a população pobre – a imensa maioria –, os braços sociais representados por setor sindical e uma parafernália de ONGs chapa branca.
O governo FHC teve de enfrentar também várias crises financeiras de origem externa. Mesmo assim, a partir da nomeação de Armínio Fraga para a presidência do BC, o governo FHC conseguiu arrumar efetivamente a casa, mesmo à custa da impopularidade do então presidente da República, que, em relação ao atual, sofria a grande desvantagem de não saber explorar o populismo, coisa que Lula faz com absoluta perícia. Casa arrumada, sistema bancário consolidado com reformas que incluíram o Proer, o país está passando bem pela crise financeira e econômica recente. E ainda “aparece” o pré-sal.
Então, temos um presidente com aprovação de 83 por cento conforme o Ibope e de 80 por cento segundo o Instituto Sensus. E outra coisa importante é que, mesmo com o espaço de zero a 100 por cento já quase todo conquistado, o presidente faz o mais difícil: a cada pesquisa avança mais um, dois, três pontos no pequeno espaço ainda hostil. Vale dizer: nenhuma tendência de queda e até uma pouco compreensível tendência de ultrapassar limites. Vai ver, ele regula sua popularidade com base na matemática do transfinito. O finito, no caso, está limitado a 100 por cento, mas, quem sabe, ele acaba ultrapassando esse percentual...
É perigoso? É. Já surgiu a tentação do terceiro mandato consecutivo, à moda Chávez, mas não deu. E se Dilma Rousseff der chabu? A tentação voltará sob pressão, como “único caminho”? Um presidente muito popular pode dar-se ao luxo de fazer bobagens e coisas perigosas. Recebeu o presidente mentiroso Ahmadinejad, do Irã, que quer fazer a Bomba e acabara de, mais uma vez, negar o Holocausto. Faz campanha eleitoral para Dilma e diz que é atividade de governo. Mais virá? Sim, mais virá.

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