quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

QUEREMOS 4%!...

FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).

O governador Jaques Wagner propôs, em mensagem enviada à Assembleia Legislativa e já publicada no Diário Oficial, 4% de aumento para os servidores estaduais a partir do próximo ano. O percentual, reconhecidamente baixo, não cobre a inflação do período que ficou próximo a 5%. Há de se compreender, entretanto, as dificuldades enfrentadas pela administração que, creio, se pudesse, daria não quatro mas 100 por cento de reajuste. É natural que nenhum governante queira ficar mal na fita com seus subordinados. É batata: quem ganha mal trabalha mal e até maltrata o público, que não tem a ver com o eventual mau humor de quem é (mal) pago para lhe servir.
Mas deixemos essas baboseiras de lado. O que impressiona é a passividade com que as lideranças dos nossos barnabés reagem diante da novidade. Na verdade, elas não reagem. Elas parecem aplaudir a decisão. Não se viu até agora – nem em declarações – qualquer tipo de zanga ou insatisfação dos sindicatos e entidades ligadas direta ou indiretamente aos servidores. Por que será? Acho que descobri a pólvora. Estou decidido a revelar os segredos que estão por detrás de toda a história. Seguinte: há anos o PT controla grande parte das chamadas instituições representativas dos trabalhadores – públicos ou privados. Antes de o partido chegar ao poder, assistíamos a uma revolução do nosso operariado – graduado ou não – contra os patrões, normalmente alcunhados de direitistas. Esses direitistas que tinham as burras cheias de dinheiro eram incapazes de saciar a fome ou melhorar a qualidade de vida daqueles que lhes serviam. Daí, pau puro. O serviço público paralisava literalmente. Médicos, professores, policiais, técnicos das mais diversas áreas, contínuos, ascensorista e o diabo a quatro cruzavam os braços. Iam para as ruas e não dava outra: “ O povo unido jamais será vencido”. O tempo passou. Tudo passa, aliás. O PT chegou ao topo do poder central e aqui na Bahia. E o que aconteceu? Aconteceu que o partido permanece à frente dos sindicatos e demais órgão representativos de inúmeras categorias.
Seus líderes são submissos às ordens de cima. E quem está em cima não admite que os subalternos de baixo se rebelem. É só isso. Acertei na mosca. O secretário Edmon Lucas (Desenvolvimento Social) que o diga.

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