quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

SÓ 49% INFARTADOS CHEGAM COM VIDA AO HOSPITAL...

FONTE: Noemi Flores (TRIBUNA DA BAHIA).

Médicos cardiologistas brasileiros e europeus que se reuniram recentemente no I Fórum Internacional sobre Avanços & Oportunidades no Tratamento Emergencial do Infarto Agudo do Miocárdio – IAM, no Rio de Janeiro, para trocar experiências e conhecer como são feitos trabalhos semelhantes fora do País, chegaram à uma conclusão alarmante: apenas 49% dos pacientes com infarto agudo do miocárdio chegam com vida ao hospital.
O presidente da Associação Brasileira de Cardiologia, seção Bahia, Joel Pinho, adverte as pessoas para que logo que sintam os primeiros sintomas como dores no peito, enjoos, suor repentino e palidez procurem um médico, principalmente quem tem mais de 50 anos, já é hipertenso, sedentário, fumante, está com peso acima da média, tem alguém da família cardíaco e possui colesterol alto.
O cardiologista afirma que geralmente as pessoas confundem o sintoma como algo referente ao estômago e lamenta que “metade dos pacientes que infartam morre antes de chegar no hospital porque não reconhece os sintomas que é dor no peito, sudorese e palidez. Às vezes com transtorno digestivo e enjoo, em vez de procurar o médico ele toma remédio para estômago”.
Ele explica que uma primeira manifestação do infarto é a paralisação cardíaca e o paciente deve passar pelo processo de reanimação: “Aí entra outra vertente, que é a morte súbita, que pode acontecer em jogo de futebol, num teatro em outro local. Por isso, em todos locais onde haja aglomerações tem que ter o aparelho Desfibrilador Externo e Automático (DEA), que é capaz de reconhecer o que está acontecendo para serem aplicadas as primeiras providências”.
Diante disto, o especialista reforça os cuidados que as pessoas devem ter para com a saúde. Devem procurar ajuda médica tão logo surjam os primeiros sintomas, principalmente quem está no grupo de risco. Para o cardiologista, a morte súbita está ligada ao infarto “uma das formas de apresentação do infarto é a morte súbita porque a maioria dos indivíduos 30% ou 20% que têm parada cardíaca já tiveram infarto no passado”, alertou Pinho.
O presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (BA) reconhece que grande parte das pessoas que têm problemas cardiológicos como pressão alta não fazem uso do remédio diariamente como deveria ser e há até quem diga que o remédio “vicia demais”. “Isto é preconceito e desconhecimento total, quem tem que tomar todo dia, um ou dois remédios, de acordo com a prescrição do cardiologista, não vicia, mas coloca a pressão normal e evita transtornos posteriores.”
De acordo com informações divulgadas no I Fórum, o atendimento pré-hospitalar é fundamental para aumentar as chances de sobrevida. Após o início dos sintomas, o índice de morte na primeira hora é de 60% e cada minuto perdido nas três primeiras horas representa 11 dias a menos na expectativa de vida dos pacientes. A doença mata cerca de 80 mil brasileiros por ano e o índice de morte na primeira hora após o início dos sintomas é de 60%.
O trabalho realizado pelos atendimentos de emergência aos pacientes acometidos pelo Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), como os do Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) de todo o País, é determinante para redução da mortalidade e sequelas causadas pela doença. Para se ter uma idéia da dimensão do problema, o IAM é uma das principais causas de morbi-mortalidade no Brasil e no mundo. A doença atinge cerca de 300 mil brasileiros por ano e 27% desses casos acabam em morte.

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