TRADIÇÃO DO PRESÉPIO CONTINUA VIVA...

FOTO: Karina Baracho (TRIBUNA DA BAHIA).

As peças são pequeninas, o boi, o burro, as ovelhas, a estrela e os pastores. Esses são apenas alguns dos inúmeros símbolos do nascimento do menino Jesus em Belém. Todos os personagens são posicionados com os detalhes e a delicadeza que a data pede. Ele representa o local e os personagens bíblicos que estavam presentes neste importante momento cristão. Apesar de estar diminuindo a cada ano, a tradição de montar o presépio em família continua viva em diversos lares soteropolitanos.
Segundo o padre da igreja Nossa Senhora da Assunção Pedro Sposato, a iniciativa faz parte da tradição que ajuda as crianças e adultos a lembrarem o nascimento de Jesus. “E isso na formação cristã é muito importante”, ressaltou. O religioso destacou ainda que incentiva os paroquianos a montarem o presépio. “É uma maneira de unir toda a família”.
Na casa da empresária Edna Neves Carneiro, 70 anos, o espírito natalino aflora ainda no inicio de dezembro, quando a família se prepara para montar o presépio. “Essa tradição existe aqui em casa há 49 anos e começou com meu ex-marido. Nos casamos em setembro e em dezembro saímos para comprar nossa árvore e as peças para o presépio. Ele fazia a armação da gruta e nunca esquecia os mínimos detalhes. Quando nos separamos eu continuei a montar”, destacou dona Edna.
Segundo ela, a iniciativa era uma tradição nas duas famílias. “E nós continuamos”. Acrescentou ainda que faz questão de passar a ideia para os filhos e netos. “Explico para eles a importância da data, que não é consumo como muita gente pensa, mas sim o nascimento do menino Jesus. Uma época de confraternização”, ressaltou a empresária. Depois de montar por muitos anos o presépio de Natal, a design gráfica Tâmara Gouveia, 27 anos, deixou um pouco de lado a tradição. “Por serem muito pequenas as peças foram se perdendo nas inúmeras mudanças que fazia na adolescência, pois morava de aluguel”, lamentou.
SÃO FRACISCO MONTOU 1ª. MANJEDOURA.
De acordo com a história, o primeiro presépio foi montado por São Francisco de Assis no Natal de 1223. O frade católico armou o presépio em argila na floresta de Greccio (comuna italiana da região do Lácio). Sua ideia era montar o presépio para explicar as pessoas mais simples o significado e como foi o nascimento de Jesus Cristo.
No século XVIII, a tradição da montagem entrou nas residências e se popularizou pela Europa e, logo em seguida, se expandiu por todas as regiões do mundo. Os presépios podem variar de tamanho e até pode se tornar temático, porém, a sua essência e os personagens principais estão presentes em todas as versões desde a mais tradicional a mais moderna.
A comercialização de presépios prontos vem crescendo e tomando conta do comércio local neste período do ano, o que, de acordo com o padre Pedro Sposato é uma forma de continuar com as tradições. “É importante que cada família tenha um, mesmo que pequeno em casa. Pois faz lembrar da verdadeira importância do Natal”, concluiu o religioso.