quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

ESPECIALISTA FALA SOBRE OS TIPOS E PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS ANTICONCEPICIONAIS...

FONTE: Thiago Pereira (TRIBUNA DA BAHIA).

De principal método contraceptivo a medicamento indicado no tratamento de cistos ovarianos, os anticoncepcionais tornaram-se um produto de uso amplo e extremamente democrático entre o público feminino. Apesar de exigir a indicação de um ginecologista, muitas crenças e ditames do senso-comum são utilizados pela maioria para escolher o medicamento ideal, o que pode ser perigoso, já que cada hormônio é adequado a características pessoais e determinadas patologias.
Segundo a médica oncoginecologista, Lenira Maria de Queiroz Mauad, os contraceptivos devem ser analisados de forma individual, já que podem trazer benefícios para algumas mulheres e serem prejudiciais a outras.
Mulheres com ciclos irregulares, acne, fluxo menstrual abundante e que necessitam de método seguro e acessível são as melhores candidatas para o uso de contraceptivos hormonais. Por outro lado, fumantes, pessoas que tiveram ou têm tumores sensíveis a hormônios, predisposição a varizes, trombose ou pressão alta podem ter mais prejuízos que vantagens com esse tipo de medicamento.
De acordo com a médica, as mulheres fumantes não devem usar o medicamento após os 35 anos. Já para mulheres saudáveis e não fumantes não há um limite fixado pelos estudos atuais, mas a formulação e as doses são adaptadas a cada pessoa e idade. Portanto, o acompanhamento médico é indispensável em todos os casos.
A médica disse ainda que o medicamento está relacionado a diminuição do risco do câncer do endométrio (tecido interno do útero) e do câncer do ovário. Estudos apontam uma diminuição de tipos de câncer. Especialistas da Universidade de Abrdeen, no Reino Unido, avaliaram por 36 anos 46 mil mulheres. Eles detectaram que o risco de câncer ginecológico era 29% melhor nas usuárias do remédio.
MUITO ALÉM DA PÍLULA.
Os tipos de anticoncepcionais vão muito além da pílula de hormônios. Conheça alguns dos medicamentos utilizados para prevenir uma gravidez indesejada:
PÍLULA COMBINADA.
Ingere-se um comprimido por dia, sempre no mesmo horário, por 21 dias seguidos. Na pausa de uma semana, ocorre a menstruação. "A pílula combinada oral é a mais usada. É mais barata e possui uma variedade maior de doses e composições que permitem um maior flexibilidade no uso e na prescrição", disse a Dra. Lenira.
INJETÁVEL MENSAL.
Indicado para quem tem intolerância gástrica à pílula ou distúrbios intestinais. Também tem a vantagem de eliminar a necessidade de se lembrar de tomar um comprimido todos os dias. As pacientes recebem uma dose do medicamento na farmácia, uma vez por mês. De acordo com dra. Lenira, as injeções mensais geralmente são usadas por mulheres que se esquecem de tomar a dose diária, que têm náuseas, apresentam sangramento durante o uso das pílulas orais ou que fazem uso de outra medicação que possa diminuir a absorção via oral.
ADESIVO OU ANTICONCEPCIONAL TRANSDÉRMICO.
É colocado na pele, que passa a absorver os hormônios presentes nele. Como cada adesivo dura uma semana, são feitas três trocas seguidas pela própria paciente. Na quarta semana, há uma pausa para a menstruação. Para retirá-lo, basta puxar, mas ele não sai facilmente nem com a água quente do banho. Também é usado por mulheres que têm intolerância gástrica com a pílula. O adesivo tem as mesmas indicações e vantagens do anel vaginal. No entanto, não deve ser usado por mulheres com predisposição pessoal ou familiar de trombose ou doenças coronarianas como infarto e angina. Pode causar reação alérgica na pele e manchas com o sol.
ANEL VAGINAL.
Também é indicado para quem tem algum problema na absorção do medicamento via oral. Apesar de ser colocado no fundo da vagina, não é um método de barreira: a argola flexível é mantida no local por três semanas, tempo em que permanece liberando hormônios. Ao final da terceira semana, é retirado para que a mulher menstrue. O anel é colocado e retirado pela própria paciente.
PÍLULA DE PROSGESTERONA.
É indicada para as mulheres que têm intolerância ao estrogênio. Apesar de o uso de hormônios por fumantes - principalmente por aquelas com mais de 35 anos - não ser recomendado, alguns médicos receitam essa pílula para essas pacientes. Isso porque o estrogênio, presente na pílula combinada; pode potencializar os riscos de doenças cardiovasculares, colaborando para a formação de coágulos ou para o entupimento de veias e artérias.
INJETÁVEL TRIMESTRAL.
A mulher vai à farmácia a cada três meses para tomar uma injeção, que libera o hormônio no organismo. Também recomendado para quem costuma se esquecer de tomar a pílula, tem menos contra-indicações para quem tem problemas cardiovasculares do que o injetável mensal, já que não contém estrogênio. Tem duas desvantagens: pode levar a ganhos de peso e dificultar a gravidez nos meses seguintes à suspensão do tratamento.
IMPLANTE SUBDÉRMICO.
Com duração de três anos, é inserido sob a pele com uma seringa, entre a derme e a epiderme, geralmente na parte superior interna do braço. A ação do medicamento, que libera gradualmente progesterona, é de três anos. Quando acaba a validade ou caso a paciente queira engravidar, é preciso ir ao médico para retirar o implante. É usado principalmente em mulheres que amamentam e em pacientes com endometriose.
DIU (DISPOSITIVO INTRA-UTERINO) HORMONAL.
É muito usado por quem não planeja engravidar em um prazo de cinco anos (tempo aproximado de eficácia). Para colocá-lo, é preciso ir ao médico e estar menstruada. O DIU com hormônio pode melhorar cólicas consideravelmente e costuma ser indicado para mulheres que têm endometriose ou muito sangramento na menstruação. Após o primeiro ano de uso e enquanto o medicamento estiver no organismo, é comum parar de menstruar.
MINIPÍLULA.
Tem eficácia menor do que a das pílulas comuns por ser composta de progesterona em baixa dose, mas é recomendada para mulheres que estiverem amamentando.

Nenhum comentário:

Postar um comentário