FONTE: Ivan de Carvalho (TRIBUNA DA BAHIA).
Ogoverno do Irã avisou aos jornalistas que trabalham para os meios de comunicação estrangeiros que eles não poderão cobrir, hoje, os desfiles – que serão sete – pelo 31º aniversário da Revolução Islâmica, que derrubou o regime do xá Reza Palevi e colocou no poder o clero islâmico xiita chefiado pelo ayatollah Ruhollah Khomeini, sucedido até aqui pelo ayatollah Ali Khamenei. Nos últimos meses, esses jornalistas foram proibidos de cobrir manifestações oposicionistas, mas é a primeira vez que são excluídos de comemorações do aniversário da Revolução Islâmica de 1979.
É que há uma grande expectativa de que a oposição – considerada pelos chefes dominantes do clero xiita “inimiga de Allah” – realize manifestações de protesto contra a reeleição (considerada fraudulenta pela oposição) do presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Os jornalistas ou meios de comunicação estrangeiros estão autorizados a cobrir apenas o discurso que o presidente Ahmadinejad (aquele que nega, declarando ser mito e mentira, a matança de seis milhões de judeus pelo nazismo durante a Segunda Guerra Mundial) fará na manhã de hoje na praça de Azadi. Azadi significa liberdade e a escolha do local para o discurso parece mais uma ironia do que qualquer outra coisa.
O governo prevê a presença de centenas de milhares de pessoas nos sete desfiles. Ocorre que a oposição convocou o povo para protestar, nesses desfiles oficiais, contra o regime e a eleição por ela não aceita de Ahmadinejad. Explicando: a oposição está proibida de fazer manifestações de rua. Nas últimas que fez, no dia 27 de dezembro, nas grandes cidades do Irã, em comemoração à luta religiosa de Ashura, foram reprimidas pelas forças de segurança. Houve oito mortos, centenas de feridos e mais de mil presos. Daí que agora a oposição resolveu usar as manifestações oficiais para misturar-se a elas e protestar, na esperança de embaraçar a repressão e se fazer ouvir.
Enquanto isso, o governo brasileiro, um dos primeiros em todo o mundo a reconhecer a duvidosa vitória eleitoral de Ahmadinejad e um dos poucos a receber a visita oficial do suposto presidente reeleito, divulga sua posição contrária a novas sanções contra o Irã pelo anúncio do governo iraniano de que vai enriquecer urânio a 20%, um passo importante na direção da construção de armas nucleares.
O governo brasileiro sugere que a proposta de novas sanções não seria aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU e, sendo, seria ineficaz, pois não conduz ao diálogo. Ora, as sanções visam a forçar o Irã ao diálogo, evitando a perigosa alternativa, de desdobramentos imprevisíveis – um ataque militar “preventivo” ocidental ou israelense às instalações nucleares iranianas. A galera da “esquerda” do PT e outras galeras “esquerdistas” adjacentes devem estar exultantes. Como o governo Lula quer.
Aparentemente, apenas. Porque ele quer é entusiasmar a “esquerda” no ano eleitoral, mesmo à custa de ajudar no avanço do programa atômico militar do Irã.
Ogoverno do Irã avisou aos jornalistas que trabalham para os meios de comunicação estrangeiros que eles não poderão cobrir, hoje, os desfiles – que serão sete – pelo 31º aniversário da Revolução Islâmica, que derrubou o regime do xá Reza Palevi e colocou no poder o clero islâmico xiita chefiado pelo ayatollah Ruhollah Khomeini, sucedido até aqui pelo ayatollah Ali Khamenei. Nos últimos meses, esses jornalistas foram proibidos de cobrir manifestações oposicionistas, mas é a primeira vez que são excluídos de comemorações do aniversário da Revolução Islâmica de 1979.
É que há uma grande expectativa de que a oposição – considerada pelos chefes dominantes do clero xiita “inimiga de Allah” – realize manifestações de protesto contra a reeleição (considerada fraudulenta pela oposição) do presidente Mahmoud Ahmadinejad.
Os jornalistas ou meios de comunicação estrangeiros estão autorizados a cobrir apenas o discurso que o presidente Ahmadinejad (aquele que nega, declarando ser mito e mentira, a matança de seis milhões de judeus pelo nazismo durante a Segunda Guerra Mundial) fará na manhã de hoje na praça de Azadi. Azadi significa liberdade e a escolha do local para o discurso parece mais uma ironia do que qualquer outra coisa.
O governo prevê a presença de centenas de milhares de pessoas nos sete desfiles. Ocorre que a oposição convocou o povo para protestar, nesses desfiles oficiais, contra o regime e a eleição por ela não aceita de Ahmadinejad. Explicando: a oposição está proibida de fazer manifestações de rua. Nas últimas que fez, no dia 27 de dezembro, nas grandes cidades do Irã, em comemoração à luta religiosa de Ashura, foram reprimidas pelas forças de segurança. Houve oito mortos, centenas de feridos e mais de mil presos. Daí que agora a oposição resolveu usar as manifestações oficiais para misturar-se a elas e protestar, na esperança de embaraçar a repressão e se fazer ouvir.
Enquanto isso, o governo brasileiro, um dos primeiros em todo o mundo a reconhecer a duvidosa vitória eleitoral de Ahmadinejad e um dos poucos a receber a visita oficial do suposto presidente reeleito, divulga sua posição contrária a novas sanções contra o Irã pelo anúncio do governo iraniano de que vai enriquecer urânio a 20%, um passo importante na direção da construção de armas nucleares.
O governo brasileiro sugere que a proposta de novas sanções não seria aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU e, sendo, seria ineficaz, pois não conduz ao diálogo. Ora, as sanções visam a forçar o Irã ao diálogo, evitando a perigosa alternativa, de desdobramentos imprevisíveis – um ataque militar “preventivo” ocidental ou israelense às instalações nucleares iranianas. A galera da “esquerda” do PT e outras galeras “esquerdistas” adjacentes devem estar exultantes. Como o governo Lula quer.
Aparentemente, apenas. Porque ele quer é entusiasmar a “esquerda” no ano eleitoral, mesmo à custa de ajudar no avanço do programa atômico militar do Irã.
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