terça-feira, 16 de março de 2010

FECHE O SINAL PARA A VIOLÊNCIA...

FONTE: Noemi Flores (TRIBUNA DA BAHIA).
Todo o cuidado é pouco para motoristas em sinaleiras ou nos horários de grande pico quando há engarrafamento, principalmente mulheres e pessoas idosas, que são as vítimas principais de roubos. Os ladrões aproveitam para quebrar o vidro do carro com pedras e roubar pertences das vítimas.
De acordo com o diretor do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (DCCP), delegado Mauro Morais, esta é a modalidade mais comum em Salvador e o local mais visado é na Avenida Antonio Carlos Magalhães, próximo ao Parque da Cidade, no Itaigara.
A respeito de uma nota que circula na internet sobre uma nova modalidade de roubo, praticada por crianças malabaristas, que colocam bolas de tênis no escapamento, resultando no afogamento e parada do motor, o delegado afirmou que desconhece este tipo de roubo em Salvador.
“Sobre a colocação de bolinha de tênis no escapamento do carro, ouvi falar na televisão, mas se deu no Sul do País. Na Bahia não temos conhecimento desta modalidade.” Morais informou que o que ocorre são assaltos nas sinaleiras em frente ao Parque da Cidade, mas o índice tem se reduzido com aparato colocado pela polícia. “Já colocamos câmeras, policiamento intensivo, prendemos muita gente, mas sempre torna a acontecer”, lamentou.
O delegado aconselha, principalmente às mulheres, que são as mais visadas, que quando dirigirem “evitar bolsas grandes e também não colocá-las no banco do carro. Caso for utilizá-la devem retirar os documentos e dinheiro e por em uma carteira, guardada no porta-luvas”, sugeriu, enfatizando que o ladrão não deve “ter acesso visual, porque ele age a partir do que o interessa mais”, o que significa que as vítimas são escolhidas quando a bolsa está à vista.
Geralmente quem comete este tipo de delito são jovens da faixa de 16 a 19 anos e que são encaminhados para a Delegacia do Adolescente Infrator (DAÍ), quando menores, ou a Furtos e Roubos. Quando ocorre o inquérito, se for menor vai para a recuperação, “mas se não se recupera, volta a agir”, lamentou.
No entanto, o diretor do DCCP enfatiza que depois deste aparato formado pelo departamento em conjunto com a Polícia Militar, com câmeras e policiamento ostensivo nos canteiros em frente ao Parque da cidade, “hoje já não acontece como antes, o número é pequeno. Estamos coibindo sempre esta modalidade, assistindo aos vídeos e identificando estes indivíduos”, garantiu.
Para a delegada Suziane Brandão, titular da Delegacia do Idoso, “infelizmente a mulher e os idosos são os mais vulneráveis nestes casos, mas como se trata de crime contra o patrimônio e nós tratamos diretamente da violência contra o idoso, estes casos vão para as especializadas”.
PARQUE DA CIDADE É O PONTO CRÍTICO.
O motorista Robson de Oliveira confirma que a modalidade mais frequente na cidade é a de quebrar o vidro para pegar a bolsa ou quando a janela estiver aberta ameaçar com canivete, pedra ou caco de vidro. Foi o que aconteceu com sua ex-esposa duas vezes no Dique do Tororó, na sinaleira próxima à Estação da Lapa.
“A primeira vez, com um caco de vidro na mão o pivete abordou pedindo a bolsa. Ela respondeu que não andava com bolsa e reagiu, abrindo a porta para assustá-lo, enquanto chegou outro e perguntou o que estava acontecendo. O que assaltou na certa pensou que ela estava armada e disse que não tinha nada e foi embora”. Esta prática é condenada pelos policiais, que enfatizam que a vítima não deve reagir e o que tiver deve dar ao ladrão.
Na segunda abordagem, no mesmo lugar, o motorista conta que a ex-esposa “estava com a janela aberta e outro pivete veio sem nada na mão, queria levar no grito o dinheiro. Como ela tinha umas moedas, deu a ele e da mesma forma que apareceu ele sumiu”, narrou.
Já a corretora de imóveis Estela Maria Garcez Pereira, 42 anos, até hoje lembra com medo o fato que aconteceu em frente ao antigo Colégio Tereza de Lisieux, na Avenida Antônjo Carlos Magalhães, sentido Iguatemi. “Fico gelada só de pensar que neste dia não levei meu filho de oito anos à escola porque estava gripado, senão ele estaria no carro, pois estava voltando para casa, 17h30, em pleno engarrafamento, quando ouvi aquele estrondo no meu carro e mais que depressa um sujeito meteu a mão e levou minha bolsa com tudo, dois celulares, três cartões de crédito, talões e documentos. Mas agradeci a Deus por meu filho não estar no carro”, disse, comovida
O taxista Gerônimo dos Santos Bispo, 52 anos, há 29 anos no ramo, afirma: “Para mim não existe lugar mais perigoso, todos são, principalmente em engarrafamentos. É só o indivíduo verificar que a vítima é frágil e que ele tem como fugir do local”. Bispo e vários motoristas profissionais consultados apontaram diversos locais perigosos em Salvador, embora o diretor do DCCP frise que o lugar crítico é nas imediações do Parque da Cidade.
As sinaleiras classificadas como perigosas pelos profissionais são a de Amaralina, próxima à Visconde de Itaborahy, nas imediações do Nordeste de Amaralina; na Pituba, na Manoel Dias da Silva, cruzamento com a Paulo VI; Dique do Tororó, próximo à Lapa, e Avenida Paulo VI, próximo ao Superpão, na Avenida Paulo VI, próximo ao Hiperposto Iguatemi, atrás da lanchonete McDonald´s.

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