segunda-feira, 10 de maio de 2010

CHAPINHA PODE MATAR...

FONTE: Karina Baracho, TRIBUNA DA BAHIA.

Elas são netas, talvez bis netas, do ferro de cabelo. Modernas, bonitas e práticas, fazem a cabeça das mulheres deixando os cabelos lisos e bonitos. Os preços são variados, e elas podem custar cerca de R$ 250, as mais modernas, até R$ 9,90, a depender da promoção da loja. Porém, os especialistas alertam para o uso indiscriminado das chapinhas de cabelo. Segundo eles, alguns cuidados básicos devem ser tomados para que a beleza não custe caro.
“O perigo está em usar todos os dias, pois os fios ficam saturados”, diz o hair design do Nina Esthetic Fernando Sozza. Ele acrescenta ainda que a prancha faz um processo de desidratação profunda nos cabelos. “Sendo necessário fazer a reposição hídrica dos fios”. Sozza condena também o uso com os cabelos molhados. “Não se deve fazer, mesmo aquelas que são liberadas, como as de cerâmica, pois as pranchas vaporizam a água, que é um condutor térmico”.
De acordo com ele, alguns cuidados também devem ser tomados ao utilizar a prancha para evitar choques ou acidentes mais graves. “Além do cabelo estar seco a pessoa também não pode estar molhada. Na ânsia de ficarem mais bonitas, o que geralmente acontece é usar as chapas logo depois que saem do banho, ainda úmidas, aí mora o perigo”, alerta.
O que também explica o técnico em eletricidade Maurício Dantas. “Ao ligar a chapinha a pessoa pode levar um choque, e a depender da intensidade dessa descarga elétrica pode causar a morte por choque”, afirma, chamando ainda atenção para o perigo das queimaduras.
Em menos de um ano duas jovens morreram em Pernambuco ao usarem as chapinhas. O preço da vaidade foi muito alto. Conforme a perícia, as duas jovens foram encontradas descalças e molhadas. “A temperatura destes produtos é muito alta, podendo ultrapassar os 130ºC, com isso a probabilidade de queimaduras nas mãos, e testa é muito grande e até no couro cabeludo. Além de estar seca deve-se usar a chapinha sempre calçada e de preferência com uma sandália de borracha”, alerta.
Alerta para a qualidade – Conforme o hair design, é imprescindível que o consumidor observe a qualidade do produto que leva para casa. “Quando for muito barato deve-se desconfiar. Geralmente esses que tem o preço abaixo do mercado não possuem uma temperatura constante e pode causar danos aos cabelos”. Sozza também não é adepto do uso das chapas para modelar as madeixas. “Acho desnecessário. Hoje existem as escovas progressivas e digital”.
Ele destacou ainda que as chapinhas usadas constantemente danificam os cabelos. “Deixam quebradiços, aí tem que entrar a turma do SOS para fazer a reconstrução capilar daquilo que deveria e poderia ser evitado”, diz ele que também é especialista em tratamentos específicos para devolver a vida aos cabelos. O cabeleireiro do Salão Face, Rogério Henrique, também não aconselha o uso das chapas para as suas clientes. “Oriento que use o mínimo possível, sempre com o bom senso, para não haver excessos. Peço que elas se direcionem aos processos alternativos que deixam o resultado bem melhor, como os tratamentos profundos, como as hidratações e as diversas escovas que temos no mercado”.
Porém, se for caso de extrema necessidade usar as chapinhas Rogério direciona. “Tem que usar um protetor térmico para que os fios não sofram tanto”, alerta. Conforme ele, todos os profissionais deveriam colocar o produto antes de expor os fios a temperaturas tão intensas. “Aqueles que têm responsabilidade e cuidado nunca deixam de usar”, lembra.
A equipe de reportagem da Tribuna da Bahia entrou em contato com o Instituto Baiano de Metrologia e Qualidade (Ibametro) para verificar se o órgão exige que seja colocado um selo de qualidade nas embalagens das chapinhas. Mas, segundo a assessoria de comunicação do Ibametro não existe nenhuma lei que exija o selo de qualidade. Os testes são realizados apenas quando ocorre alguma denúncia sobre o mau funcionamento dos produtos.
POTÊNCIA DO BEM.
Porém, nem tudo que é quente danifica. Conforme o hair design Fernando Sozza passar um protetor na chapa fria, com ultrassom e infra-vermelho tem o processo inverso. “Ela trata e potencializa a ação do produto em cinco vezes mais. Ideal para a reconstrução capital quebra as moléculas fazendo com que os produtos entrem nos fios com maior rapidez”, explica.
Outro destaque de Sozza foi para a tesoura Thermocut, de origem alemã, ela corta e cauteriza os fios ao mesmo tempo. “Pesquisadores descobriram que os cabelos nascem fechados, mas a partir do primeiro corte se abrem, formando as famosas pontas duplas, sendo uma porta de entrada para a ação do tempo e retirando a proteína dos fios”.
A Thermocult que é ligada a um equipamento e aquecida de 90 a 120º C – a depender de cada fio e da necessidade de reestruturação deles –, a tesoura cauteriza os fios, eliminando as pontas duplas e conservando as substâncias naturais necessárias para a hidratação dos cabelos. Sozza é o pioneiro na utilização do produto em Salvador. Ele destaca que os resultados são incríveis, como cabelos com maior brilho e elasticidade. Além disso, a utilização regular da Thermocut acarreta também o desaparecimento das indesejáveis pontas quebradas. “É fantástica e os resultados aparecem logo no primeiro corte”, conclui.

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