quinta-feira, 6 de maio de 2010

DILMA GANHA APOIO PODRE...

FONTE: Ivan de Carvalho, TRIBUNA DA BAHIA.

Ora, o presidente Lula e o Ministério das Relações Exteriores, com a entusiástica aprovação de quase todo o PT e mais alguns pequenos partidos cuja bandeira principal é se autodenominarem “de esquerda”, vivem fazendo festa para regimes políticos como os de Cuba, Sudão, Venezuela, Irã, partes do mundo onde os detentores do poder não dão a mínima para os princípios democráticos e para os direitos humanos.
Há poucos dias, a candidata do PV a presidente da República, a senadora Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente e ex-petista, sintetizou em duas frases lapidares sua opinião desfavorável à política externa brasileira.
Disse que o Brasil é “a única democracia ocidental que tem dado audiência a Ahmadinejad” – o presidente do Irã, que vive de braços e abraços com Lula quando não está cuidando do perigoso programa nuclear iraniano e rompendo com a Agência Internacional de Energia Atômica, órgão da ONU que fiscaliza programas nucleares para assegurar que não tenham fins bélicos.
Disse também Marina Silva que “se os direitos humanos são importantes para os brasileiros, também são importantes para os cubanos”, numa singela e arrasadora condenação dos amores do nosso presidente e do nosso governo ao regime totalitário cubano, amores, salamaleques e rapapés executados por convicção e também para dar um cala-a-boca às alas petistas mais à “esquerda”, insatisfeitas com algumas políticas do governo no plano interno.
Bem, Marina teve a sua vez e arrasou. Ontem foi a vez de José Serra, o adversário tucano. Ele não deixou passar batida a declaração de apoio do presidente-ditador da Venezuela, Hugo Chávez, à candidata do PT a presidente da República, Dilma Beng... hiiii, não consigo esquecer isso!... Rousseff.
Em entrevista ao grupo RBR, em Porto Alegre, Serra sabia, porque era óbvio, que iam lhe perguntar sobre a torcida de Chávez por Dilma. Esperou. Perguntaram.
E ele: “Quero te dizer uma coisa, até acho muito bom, no meu caso”. Já seria o suficiente, a ironia estava de bom tamanho. Mas a oportunidade pedia mais.
Serra, falando a um grupo de mídia, criticou a intervenção (brutal) de Chávez nos meios de comunicação da Venezuela, disse que a entrada da Venezuela no Mercosul enfraquecerá essa organização, alertou que “não reformar o Mercosul compromete sua existência” e completou: “Chávez começou na vida pública encabeçando um golpe. Só depois foi eleito”.
A palavra agora está com Dilma. Compete a ela dizer aos eleitores se aceita ou rejeita o apoio declarado, ostensivo, de um governante vizinho que está trabalhando contra a democracia e os direitos humanos em seu país durante 24 horas por dia, todos os dias.
Se ao menos fosse preguiçoso, isso já seria uma atenuante. Mas não é. Se calasse, seria outra atenuante. Mas não cala, nem sob ordem real.

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