terça-feira, 18 de maio de 2010

ESPECIALISTAS QUEREM DINAMIZAR MUSEUS...

FONTE: Noemi Flores, TRIBUNA DA BAHIA.

Trocadilhos referentes aos museus como coisa velha e inanimada nunca mais! Hoje, no Dia Mundial dos Museu, a ideia defendida pelos museólogos é atrair o público para visitação, oferecendo não só uma exposição estática, mas com a narração de toda a origem, história e importância das peças ou personagens, no contexto mundial, utilizando elementos da multimídia e também científico, objetivando pesquisas avançadas.
Um exemplo deste novo mecanismo, de acordo com Ângela Petitinga, diretora técnica da Doc-Expõe Gestão Museológica e Documental, é o Museu Nacional de Enfermagem Anna Nery (MuNEAN ) bem interativo com café, biblioteca, sistema virtual, que será inaugurado nesta quinta-feira, no Pelourinho. O objetivo é preservar a história da enfermagem e servir de ferramenta de fomento para cada passo do processo de evolução da profissão rumo ao futuro.
A museóloga fala de cátedra pois a instituição que dirige a Doc-Expõe Gestão Museológica e Documental é uma empresa baiana, pioneira do Norte e Nordeste, que oferece serviços nas áreas de Documentação Empresarial; Museologia; Expografia e Projetos Culturais. Foi fundada em maio de 1996, para gerir o Inventário de Bens Móveis e Integrados do Estado da Bahia, com o Patrocínio da Fundação Vitae e coordenação do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), e mapear os acervos históricos dos bens móveis da Bahia, trabalho que durou até 2004.
Desde então, a Doc-Expõe presta serviços na área museológica, da fase de concepção, projeto, execução até a etapa final de montagem de Museus, Memoriais, Centros de Cultura e exposições de curta e longa duração para Empresas Públicas e Privadas além da elaboração de projetos culturais.
Petitinga conta que a partir da 2ª Guerra Mundial “os museus deixaram de ser estáticos para competir com centros de lazer, principalmente na Europa, colocavam filmes, vídeos e elementos da multimídia para atrair o grande público”.
A ideia do museólogo atualmente, segundo a especialista, não é só mostrar os objetos; é preciso contar a sua história amplamente, por exemplo uma moeda x , tem que se contar por quem passou, os reis ou presidentes da época, qual o seu valor real, explicando o que as pessoas poderiam comprar com aquele valor vigente na época.
Outro exemplo citado pela museóloga é em relação ao suicídio do presidente Getúlio Vargas com a cama com as mostras do sangue.
“O que se deve contar é o que mudou na história depois daquele tiro”, indicou, acrescentando que “se um copo ou xícara que foram usados por uma princesa ou alguma autoridade, não é só isto que vai se falar, mas a origem do material se é alumínio, louça ou vidro, quando foi descoberto este material, se polui ou não o meio ambiente., se existe ilustração, como foi feita, o material utilizado, a pintura remete a que fase. É isto que os museólogos estão empenhados em fazer”, anunciou.
UNIR O ÚTIL AO AGRADÁVEL PARA CHAMAR PÚBLICO.
De acordo com Petitinga a categoria quer colocar em prática ideias que possam unir o útil ao agradável com exposições em museus afins.
“No Museu Costa Pinto tem um acervo de jóias do casal Costa Pinto que doou todo seu acervo ao Estado, então poderia ser realizada uma exposição comercial temporária de jóias de ouro e prata de alguma empresa, para atrair pessoas ao museu, bem como realizar desfile de modas etc porque os museus têm que ter chamarisco para dinamizar com lanchonetes, lojinhas, lançamentos de livro e exposições”.
A museóloga afirmou que Salvador ainda não possui um museu deste porte que atenda a todas as expectativas, mas há os que chegam perto como o Museu Teixeira Leal, no Pelourinho, que possui auditório, realiza cursos e exposições.
Já o Museu do Polo Petroquímico, na Cidade do Saber, em Camaçari, é bem dinâmico e está dentro dos exemplos modernos de museu. Possui jogos educativos, jardim montado dentro do museu para se falar de ecologia, vídeos sobre a definição e a história do polo; explicação sobre os objetos que utilizamos que são fabricados pelo polo, a exemplo do plástico.
Sobre a profissão, a especialista afirma que “ser um profissional de museologia é supergratificante porque a gente se integra com todas as áreas, temos que ter uma cultura ampla para esta função, sempre estar a par de novidades em todos os sentidos “, pontuou.
PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA.
Os museus são centros de resgate e preservação da memória cultural-histórica de um povo, e o Dia Mundial do Museu começou a ser assim considerado em 1977, quando o Conselho Internacional dos Museus – ICOM instituiu o dia para estreitar laços entre os museus e as comunidades nas quais estavam inseridos. A palavra museu vem do grego mouseium, que significa “templo das musas”.
Na mitologia grega, as musas são deusas da inspiração e da aprendizagem e protetoras da arte. Nada mais apropriado para um lugar que permite conhecer outras histórias, olhar o passado e refletir sobre o momento presente e futuro. Investigações dão conta de que um dos primeiros museus a se ter notícia remonta à Alexandria, no Egito, e foi construído no século III a.C.
Os museus modernos foram criados no século XVII a partir de doações de coleções particulares. O primeiro museu, efetivamente, como conhecemos hoje, surgiu a partir da doação do acervo do colecionador britânico John Tradescant (1608-1662), feita por Elias Ashmole, à Universidade de Oxford e recebeu o nome de Ashmolean Museum. No Brasil, o primeiro museu data de 1862.
É o Museu do Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano, em Recife. Os outros museus brasileiros foram todos fundados durante o século XX, sendo um dos mais importante, pela qualidade do acervo, o MASP - Museu de Arte de São Paulo, fundado em 1947.
Existem vários museus espalhados pelos diversos cantos do mundo. Cada um deles reflete uma história. Hoje, temos museus de diferentes tipos: são museus de ciências, de artes, de história, e com seus, cidades inteiras que são verdadeiros museus a céu aberto etc.

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