sexta-feira, 21 de maio de 2010

JORNALISTA É SEQUESTRADO E AGREDIDO NA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE (CE)...

FONTE: Mariane Zendron / Redação Portal IMPRENSA (portalimprensa.uol.com.br).

O jornalista Gilvan Luiz Pereira, de Juazeiro do Norte, no Ceará, foi sequestrado e torturado por homens encapuzados, na noite de quinta-feira (20). A captura durou apenas 20 minutos, já que a polícia interceptou o carro em que o repórter era levado.
Fundador do jornal Sem Nome, Pereira, 40 anos, escreve artigos críticos sobre a administração do prefeito de Juazeiro do Norte, Manoel Raimundo de Santana Neto (PT), acusado de irregularidadades administrativas, fraudes em licitações e superfaturamento de obras. O jornalista, que está internado com escoriações pelo corpo em um clínica da cidade, conversou com o Portal IMPRENSA sobre o caso. O sequestro ocorreu por volta das 20h20. "Três ou quatro homens encapuzados se aproximaram e me colocaram dentro de um carro. Exigiram que eu fechasse os olhos e não dissesse nada, senão me matariam".
Pereira conta que algumas pessoas viram o rapto e ligaram para a polícia, que alcançou o carro onde estavam Gilvan e os sequestradores 20 minutos depois e a seis quilômetros do centro da cidade. Durante esse período, Gilvan conta que apanhou muito. "Se a polícia não tivesse aparecido, eu estaria morto com certeza".
Questinonado sobre os possíveis mandantes do crime, o jornalista atribui o mando ao prefeito de Juazeiro e também ao vereador do PSB, Roberto Sampaio. "Fiz uma denúnica recentemente sobre a esposa do vereador, que estava recebendo o 'Bolsa Família' (auxílio do governo federal para pessoas com baixa renda) sem ter o perfil para isso". Gilvan ainda relata que, antes do sequestro, recebeu duas ameaças de pessoas ligadas aos políticos.
O jornalista diz que pretende ficar na clínica até a próxima terça-feira (25), por motivos de segurança, e que não sabe se voltará a fazer denúncias sobre os administradores da cidade por medo de novas retaliações. Ao Portal IMPRENSA, o vereador Roberto Sampaio negou a autoria do crime. "Jamais usuaria a minha representatividade política em nome da violência. Tenho um nome a preservar. O Gilvan sempre falou mal de mim, mas eu nunca tive raiva dele". Sampaio disse ainda que espera que a polícia desvende o caso por ter sido um caso grave de violência.Em nota publicada no site da Prefeitura de Juazeiro do Norte, o prefeito diz que repudia a violência sofrida pelo jornalista. "Desprezando atitudes desta natureza praticadas por pessoas de caráter criminoso, reafirmo o propósito de concitar a autoridade policial para que investigue rápida e eficazmente esse odioso fato, para que os culpados sejam punidos severamente como exige a Lei. Minha índole não acalenta a imundície desse gesto nem qualquer tipo de atentado a vida alheia". José Carlos Pimentel, advogado do prefeito de Juazeiro, disse, em entrevista à reportagem, que o político nada tem a ver com o crime. "O prefeito não comandou, não patrocinou, não incitou o crime e repudia a violência cometida contra Gilvan. Já pedimos à Secretaria de Segurança Pública do Ceará e ao ministro da Justiça (Luiz Paulo Barreto) para que apurem o caso".

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