quinta-feira, 13 de maio de 2010

O PP DO TEMPO...

FONTE: Ivan de Carvalho, TRIBUNA DA BAHIA.

1. O PP, um dos principais partidos da base de sustentação do governo Lula e que se acreditava favas contadas na aliança que apoiará a candidata petista à sucessão presidencial, Dilma Rousseff, pediu tempo para pensar. E para medir, com base em observações e pesquisas eleitorais. Isso pode ter reflexos na Bahia, superficiais ou profundos, mas é questão para cujo esclarecimento cumpre esperar mais um pouco.
O presidente nacional do PP, Francisco Dornelles, disse ontem que seu partido só decidirá em junho qual o candidato a presidente que vai apoiar. E acrescentou que os diretórios estaduais estão liberados para fazerem as alianças que quiserem. Há estimativas de que dez diretórios estaduais apoiarão José Serra e os restantes permanecerão governistas, apoiando Dilma Rousseff.
Mas o PP, por sua convenção nacional, escolherá um candidato a presidente, ingressando na coligação às eleições majoritárias liderada por este candidato ou candidata, o que terá um impacto político-eleitoral favorável, além de somar para este candidato tempo na propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão.
E o que aconteceu ontem no Rio Grande do Sul? O presidente nacional do PP, Francisco Dornelles, tio do tucano mineiro Aécio Neves, reuniu-se em Brasília com o presidente nacional do PSDB, senador pernambucano Sérgio Guerra. Na reunião estavam também os presidentes do PP e PSDB do Rio Grande do Sul.
E então anunciou-se o apoio do PP gaúcho à candidatura presidencial do tucano José Serra. É a primeira seção estadual do PP a declarar formalmente apoio a Serra.
Sugiro que o leitor mesmo tire sua conclusão a respeito de para qual candidatura a presidente da República o deputado Francisco Dornelles empurra a sardinha do PP. Para facilitar mais ainda essa conclusão, lembro que o presidente nacional do PP é o nome mais cotado, nas duas últimas semanas, em todas as especulações, para ser o candidato a vice-presidente da República na chapa do tucano José Serra.
2. Ontem certamente não foi um bom dia para a candidata Dilma Rousseff, que além de amargar essa má notícia gaúcha ainda deu uma escorregada de quebrar a parte extrema inferior da coluna vertebral, para usar a terminologia dos ortopedistas e não a popular. É que, defendendo a posição brasileira de ficar acariciando o tresloucado (faz tempo que não vejo esta palavra escrita em jornal, antigamente A Tarde adorava incluí-la nas reportagens sobre suicídio) presidente Ahmadinejad, disse que o Irã “controla armas nucleares”.
Ora, o Irã já está com os bofes para fora de tanto dizer que jamais pretende controlar essas armas, embora os outros países e a torcida do Flamengo estejam cansados de saber que a República Islâmica só pensa em fazer a bomba. Mas, ao contrário do que disse Rous-seff, não controla ainda. Vai ver, a candidata do PT à Presidência da República é uma dessas raras pessoas que estão à frente do seu tempo e, assim, fala de coisas futuras no presente do indicativo. E se assim é, tempo não deve perder em incluir mais esse galardão no seu currículo, na Plataforma Lattes do CNPq.

Nenhum comentário:

Postar um comentário