domingo, 23 de maio de 2010

QUANTAS HORAS DE SONO VOCÊ PRECISA? (PARTE UM)...

FONTE: Ivonete Lucirio (revistavivasaude.uol.com.br).
É tanta coisa para fazer que dormir parece ter se tornado um luxo. Mas entenda por que o sono é tão necessário e por que cada um tem o seu próprio tempo de descanso.
Seu amigo acorda às 5 horas da manhã no maior pique para correr no parque depois de ter dormido durante seis horas, enquanto você se arrasta para fora da cama às 7 horas, depois de oito de repouso. Bom, você não é preguiçoso, nem seu amigo um louco — talvez apenas um pouco. Dormir é uma tarefa muito específica, cada um precisa de um tanto de horas na cama. “Os chamados pequenos dormidores, cerca de 2% das pessoas, necessitam apenas de cinco a seis horas por noite. Já os grandes dormidores, outros 2%, de dez a onze. A maior parte da população está nesse intervalo”, explica o neurofisiologista Geraldo Rizzo, do Laboratório do Sono (Sonolab) dos Hospitais Moinhos de Vento e Mãe de Deus, em Porto Alegre, RS.
Para descobrir de que tipo você é, pergunte ao seu corpo. “A fórmula prática é aproveitar as férias para deitar quando tiver vontade e levantar quando não sentir mais sono, sem pressão de horário ou compromissos. Assim, poderá perceber quantas horas de sono necessita.” O difícil é, depois das férias, manter o ritmo ideal, já que há pressões por todos os lados que levam ao sono de baixa qualidade.
Mas é natural que a quantidade de horas necessárias de sono mude com o passar dos anos. Recém-nascidos dormem até 20 horas por dia. “Já os idosos costumam ter períodos mais fragmentados, entram poucas vezes na fase de sono profundo”, explica Gunther Kissmann, da Casa de Saúde São José, no Rio de Janeiro. Uma pesquisa, coordenada por Derk-Jan Dijk, professor da Universidade de Surrey, no Reino Unido, comprovou exatamente isso. No estudo feito com voluntários, adultos mais velhos dormiram cerca de 20 minutos menos do indivíduos de meia-idade, que, por sua vez, dormiram 23 minutos menos do que os adultos mais jovens.
QUESTÃO DE QUALIDADE.
A insônia e os pesadelos são os problemas de sono mais comuns em mulheres. Já os homens, reclamam do ronco
O problema não é a queda progressiva no tempo dormido que vem com a idade. Isso é fisiológico. O que faz mal para o corpo são as horas em que nos mantemos acordados de modo não natural. Há situações na vida que impedem a pessoa de dormir bem por um período, como um filho recém-nascido ou um projeto importante a finalizar no trabalho. Os efeitos negativos desaparecem depois de algumas semanas de sono de qualidade. O corpo se recupera.
Mas parece que as dificuldades entre os lençóis vão muito além dessas situações esporádicas. Uma pesquisa realizada em 2008 por um grupo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) confirmou isso. Depois de entrevistar mais de 2 mil pessoas, os especialistas constataram que 63% tinham alguma reclamação com relação ao seu sono. Comprovando a tese já apresentada, o grau de prevalência das reclamações aumentava de acordo com a idade, e era bastante semelhante em todas as regiões do País. A insônia e os pesadelos se mostraram mais comuns em mulheres: 40% delas reclamaram da primeira situação e 25% da segunda. A dificuldade que aparece com mais frequência para os homens é o ronco, atingindo 35%.
Em 2007, o neurofisiologista Geraldo Rizzo coordenou outro amplo estudo em todo o País com mais de 2 mil pessoas, também para identificar como dorme o brasileiro. Ele chegou a resultados bastante semelhantes aos da Unifesp. Somando as respostas “sim” e “às vezes” quando a pergunta era se a pessoa tinha dificuldade para dormir, ultrapassou-se a marca dos 70% na maioria das regiões do Brasil. Quando a pergunta era “Acorda durante o sono?”, o “sim” e o “às vezes” beiraram os 90%. As causas para ficar de mal com a cama são várias. A principal foi “problemas financeiros”, com 48,2%, seguido por “problemas de saúde”, com 39,5%.
Os problemas financeiros são mais difíceis de serem tratados, mas os de saúde têm solução. “Entre estes distúrbios, o mais presente é a apneia, que é quando a respiração interrompe-se várias vezes durante o sono, trazendo sérias consequências a todo o organismo”, diz o pneumologista Carlos Alberto de Barros Franco, da Casa de Saúde São José. A breve parada respiratória acontece porque os músculos da garganta relaxam, bloqueando a entrada do ar. As interrupções na respiração provocam também ligeiros despertares e a pessoa fica sonolenta o dia todo. Esse distúrbio pode ser tratado principalmente com uma mudança de hábitos como emagrecer e parar de fumar. Quando isso não resolve, há soluções mais invasivas, como o uso de um aparelho que mantém a garganta aberta enquanto se dorme, reposicionando a mandíbula, ou até cirurgias.

Continua...

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