segunda-feira, 14 de junho de 2010

MENSTRUAÇÃO IRREGULAR...


FONTE: Daniela Talamoni, Viva Saúde/Ed. 15 (itodas.uol.com.br).

Tem mês que a menstruação desce duas vezes, em outros, nem aparece. Será que isso é um problema grave?Por volta dos 12 anos, a hipófise, uma glândula localizada na base do cérebro, avisa aos ovários que já é hora de começar a produzir os hormônios sexuais para transformar aquela pré-adolescente em mulher. Então, o estrogênio (responsável pela formação das características femininas, como o arredondamento do quadril e o crescimento das mamas e dos pêlos pubianos) começa a ser liberado na corrente sangüínea e, gradativamente, faz a camada interna do útero (o endométrio) crescer. Quatorze ou quinze dias depois, no auge da fertilidade, um óvulo maduro sai do ovário e caminha pela trompa até chegar à região uterina. Paralelamente, entra em cena a progesterona (hormônio fundamental para a manutenção da gravidez) e por mais duas semanas termina de reforçar o endométrio, deixando-o ainda mais espesso e ideal para receber, abrigar e nutrir um futuro embrião. Caso não ocorra a fecundação, porém, esse cenário se desfaz e descama, dando origem à primeira menstruação (conhecida como menarca). A partir daí, o mesmo ciclo tende a se repetir mensalmente, em média a cada 28 dias, até a menina completar 45 anos – época em que a produção hormonal finalmente cessa e quando tem início a menopausa.
Durante toda a fase reprodutiva feminina, o intervalo, a duração e a intensidade do fluxo menstrual sofrem pequenas variações (acentuadas por fatores como estresse, por exemplo), mas na maioria do tempo se mantêm os mesmos. A menstruação só costuma ser bruscamente alterada em duas situações especiais. Uma, nos dois ou três anos posteriores à menarca, até o organismo se acostumar ao vaivém dos hormônios, o que leva a momentos de irregularidade. Já a outra interrupção se dá no período da gravidez, durante os nove meses. Fora isso, qualquer falha nessa engrenagem complexa não deve ser considerada normal e, segundo especialistas, precisa passar por uma cuidadosa investigação clínica. “O ciclo menstrual é o espelho da produção de hormônios sexuais femininos. Portanto, uma irregularidade acentuada e constante do fluxo (medida por intervalos variados entre uma menstruação e outra e que chegam a ultrapassar 45 dias) pode refletir defeitos no processo de ovulação”, alerta o ginecologista e obstetra Carlos Lowndes Dale, do Rio de Janeiro. Estima-se que 15% dos casos de infertilidade estejam relacionados ao desequilíbrio hormonal. Mas não é só por causa da possível dificuldade de engravidar que este problema deve ser analisado. Alterações na freqüência da menstruação também costumam indicar a presença de tumores no ovário ou de um mioma no útero, por exemplo. E, por isso, seria necessário um procedimento cirúrgico para fazer tudo voltar ao normal – e evitar outras complicações.


A DIFERENÇA QUE ELES FAZEM.
Na maioria dos casos envolvendo o sangramento ou atrasos freqüentes no ciclo, porém, o que se observa é uma falha do próprio organismo na produção de algum tipo de hormônio sexual. Uma avaliação clínica do ginecologista já é suficiente para identificar a falta ou o excesso deles, mas, eventualmente, também é solicitado um exame de dosagem hormonal para descartar a presença de tumores e cistos – que também costumam causar problemas no fluxo. Independentemente da causa, no entanto, o tratamento sempre é recomendado. Não é à toa. De acordo com a ginecologista Zsuzsanna Di Bella, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o mais comum entre as mulheres é haver escassez da progesterona, o que poderia impedir a concretização de uma gravidez desejada. “Essa falta também aumenta muito os riscos de câncer no útero”, garante Carlos Dale. Ele explica que sem este hormônio da gestação em quantidade suficiente há um acúmulo de estrogênio, o que comprovadamente ampliaria as chances de aparecimento de tumores. Por sua vez, esse excesso hormonal também prejudica bastante as mulheres obesas. Segundo o médico, enzimas presentes na gordura são capazes de aumentar bastante a produção estrogênica. Tão maléfica quanto a sobra de estrogênio é a sua falta. Embora seja uma situação mais rara em se tratando da fase reprodutiva, a redução desse hormônio é capaz de culminar em uma menopausa precoce. Com o tempo, caso nada seja feito, as vítimas do problema ainda poderão desenvolver osteoporose, colesterol alto, além de doenças cardíacas. Finalmente, existe ainda outro inconveniente hormonal para as mulheres. Durante os dias férteis do ciclo (ou seja, por volta do 14o dia), normalmente, ocorre uma produção pequena de andrógenos (hormônios masculinos, entre eles a testosterona), cuja função principal é o aumento da libido. Em algumas, no entanto, essa quantidade aparece acima do normal, causando grande oleosidade na pele, espinhas, um excesso de pêlos e inchaços.

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