sexta-feira, 11 de junho de 2010

PORTADORES DE DOENÇAS MENTAIS SEM MEDICAMENTOS...

FONTE: Cristiane Flores, TRIBUNA DA BAHIA.

Falha na distribuição de medicamentos está pondo em risco o tratamento de portadores de doenças mentais. Esses pacientes fazem parte do Programa de Medicamentos Excepcionais, instituído pelo Ministério da Saúde com a finalidade de fornecer medicamentos de alto custo e de uso continuado para pessoas sem condições de pagar. Apesar disso, os Hospitais Juliano Moreira e Mário Leal, responsáveis pela distribuição, estão com os medicamentos em falta.
De acordo com o psiquiatra Luiz Fernando Pedroso, diretor clínico do Espaço Holos, centro particular de psiquiatria integrada de Salvador, vários pacientes atendidos no centro e inscritos no programa do Ministério da Saúde estão reclamando da falta dos medicamentos Aripiprazol e Clozapina, que são prescritos de forma continuada, isto é, sem interrupção. No entanto, constantemente, o Sistema Único de Saúde (SUS) não disponibiliza estas medicações.
“Não é a primeira vez que falham na entrega desses medicamentos; infelizmente são medicações caras e os pacientes que estão inscritos no programa não têm condições de comprar. Isso é gravíssimo porque esses pacientes não podem interromper o uso destas medicações, além disso, elimina todo benefício do programa.
Esses medicamentos têm menos efeitos colaterais e facilitam a adesão dos pacientes, pois já existe uma grande dificuldade na aceitação dos tratamentos psiquiátricos. Não vejo justificativa para falta desses medicamentos, uma vez que existe já um número certo de beneficiados pelo programa. Essa situação gera desespero tanto nos pacientes e como nos familiares; nós profissionais ficamos constrangidos, afinal, fomos nós que prescrevemos as medicações confiando no sistema. Isso é uma negligência, irresponsabilidade social atroz do governo”, desabafa o psiquiatra.
INTERRUPÇÃO TRAZ SÉRIOS PROBLEMAS.
Luiz reitera que esses medicamentos são utilizados para o tratamento da esquizofrenia e que a interrupção do uso traz sérios problemas ao tratamento, pois voltam os surtos e na maioria das vezes os pacientes têm que ser internados. “É um problema de saúde pública; na crise esses pacientes podem se tornar agressivos, representando um risco tanto para si próprio como para os outros, não é possível acontecer isso periodicamente e acharem normal”, concluiu.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) esclarece que o medicamento Aripiprazol não está no elenco do Programa de Medicamentos Excepcionais do Ministério da Saúde, mas a secretaria está fazendo aquisição da medicação para os pacientes com intolerância ao medicamento usado pelo Ministério da Saúde. Além disso, o órgão está fazendo um levantamento quantitativo da necessidade do mesmo. Com relação ao Clozapina, o desabastecimento foi por conta de atraso do fornecedor. Informou ainda que segunda-feira os dois medicamentos já estarão disponíveis.

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