segunda-feira, 19 de julho de 2010

APURAÇÃO DO CASO ANANDA EMPERRA...

FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.

Três mulheres bonitas e com projetos de vida a concretizar. Três histórias interrompidas de forma trágica. As polícias de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia, desafiadas a descobrir quem são os assassinos de três mulheres: Mércia Nakashima, Eliza Samudio e Ananda Lima Barreto.
Na largada dessa luta por Justiça, a Bahia fica atrás, com a investigação estagnada. Faltam testemunhas, suspeitos e elementos para conclusão do inquérito que apura a morte da bancária Ananda. E enquanto Mércia e Eliza estão diariamente na mídia, com acusados presos, advogados sedentos pelo desenrolar do caso, na Bahia mais uma morte entra para o rol dos crimes insolúveis.
Na última sexta-feira, o delegado geral da Polícia Civil, Joselito Bispo, admitiu à reportagem da Tribuna que as investigações sobre a morte de Ananda Lima Barreto não andaram. “A Polícia Civil não tem novidades do caso. As investigações não andaram e as testemunhas ouvidas não contribuíram para o andamento do inquérito”, disse. Ele ainda pede para que testemunhas do crime procurem a polícia para que o caso seja elucidado. Bispo chegou a fazer uma comparação do caso da bancária com o caso do ambientalista "Nativo", que foi elucidado após três anos. “O da bancária também pode levar o mesmo tempo”, disse.
Casada com o capitão da Polícia Militar Roberto de Melo Assunção, que trabalha como ajudante de ordens do governador Jaques Wagner, Ananda foi encontrada morta nas dunas de Ipitanga. A bancária estava desaparecida desde quando saiu do trabalho, na agência da Caixa Econômica Federal (CEF) de Lauro de Freitas. O corpo da vítima foi encontrado ao lado do carro dela, o Palio JRL-5732. Passados quatro meses do crime, a polícia baiana não aponta sequer suspeito. Diferente do caso das outras duas mulheres mortas, Eliza e Mércia, a família de Ananda se calou.
LÁ FORA - Os investigadores de Minas e do Rio estão bastante adiantados na apuração do desaparecimento de Eliza Samudio, que já é considerada morta, apesar do corpo não ter sido localizado. Ainda esta semana, o Instituto de Criminalística (IC) de MG deve concluir o laudo sobre a segunda busca realizada no sítio do goleiro Bruno, que jogava no Flamengo, suspeito de envolvimento no desaparecimento. Ele teve um relacionamento com a jovem e ela tentava provar, na Justiça, que teve um filho do atleta. Eliza não faz contato com familiares e amigos desde o início de junho.
Já no caso da advogada Mércia Nakashima, os suspeitos também estão identificados e a polícia paulista caminha para a conclusão do inquérito. Mércia foi vista pela última vez no dia 23 de maio. O carro da advogada foi encontrado em uma represa na cidade de Nazaré Paulista, após indicação de um homem que viu o veículo ser empurrado enquanto pescava. No dia seguinte, seu corpo foi encontrado no mesmo local.
O ex-namorado de Mércia, o advogado e policial aposentado por invalidez Mizael Bispo de Souza, é o principal suspeito do assassinato da jovem. “O crime foi premeditado, houve um planejamento. Mizael tinha certeza absoluta que o carro não seria encontrado. Se não houvesse a testemunha que apontasse onde o carro foi jogado, nós não teríamos encontrado o corpo de Mércia. Ele buscou o crime perfeito”, afirmou o diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa de São Paulo, Marco Antônio Desgualdo.

CASO ELIZA.
4 de junho - Eliza faz o último contato com família
8 de junho - polícia encontra vestígios de sangue em carro do goleiro Bruno
9 de junho - depoimentos revelam que a jovem foi levada para o sítio do goleiro
24 de junho - sítio do goleiro é vigiado
25 de junho - Dayane, mulher de Bruno, é presa
26 de junho - o bebê de Eliza é encontrado
28 de junho - Roupas de mulher e de criança são encontradas em sítio de Bruno
6 de julho - Polícia apreende menor, de 17 anos, que diz que Eliza foi sequestrada, agredida e morta
7 de julho - Sete mandados de prisão são expedidos. Bruno e Macarrão se entregam no Rio. Exames comprovam que sangue encontrado no carro do Bruno é de Eliza
8 de julho - Polícia afirma, com base em depoimentos, que Bruno estava na casa em que Eliza foi morta no momento da execução. O ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, teria assassinado Eliza por asfixia mecânica e jogado a mão dela para cães da raça rottweiler. Ele é preso. Bruno e Macarrão são transferidos para MG
12 de julho - Menor dá nova versão para o caso e não diz se o goleiro estava no sítio quando Eliza foi morta.
14 de julho - retomadas as buscas pelo corpo da vítima
18 de julho - Laudo sobre vestígios de sangue humano e fios de cabelo em um colchão no sítio de Bruno deve ser divulgado esta semana

CASO MÉRICA.
23 de maio -
A advogada Mércia Nakashima, 28 anos, desaparece após deixar a casa da avó, em São Paulo.
25 de maio - Sem notícias sobre Mércia, a família Nakashima comunica a polícia sobre o desaparecimento da advogada e espalha panfletos por toda a cidade
27 de maio - Sem ser convocado, o ex-namorado de Mércia, o ex-policial Mizael Bispo de Souza, 40 anos, presta depoimento
31 de maio - Souza já é considerado suspeito no sumiço de Mércia
01 de junho - Polícia realiza a reconstituição do trajeto feito por Mizael no dia em que a advogada foi vista pela última vez
04 de junho - Souza presta novo depoimento
10 de junho - Após denúncia, o pai de Mércia pede apoio dos bombeiros e realiza buscas
11 de junho - Pescador encontra o corpo da advogada boiando na represa de Nazaré Paulista 15 de junho - Testemunha diz ter visto o carro da advogada ser jogado no local, no dia em que ela sumiu
09 de julho - Suspeito de envolvimento na morte da advogada, o vigia Evandro Bezerra Silva é preso
10 de julho - A Justiça decreta a prisão preventiva de Mizael Bispo de Souza
14 de julho - Prisão preventiva é suspensa
17 de julho - Uma acareação entre Mizael e o vigia Evandro está marcada para dia 20, o que pode esclarecer dúvidas sobre o assassinato

CASO ANANDA.
1 de março - A bancária Ananda Lima Barreto Assunção, 30 anos, desaparece ao sair do trabalho em direção à sua casa. Familiares comunicam o desaparecimento à polícia
2 de março - O corpo da jovem é encontrado em uma área de dunas, em Ipitanga, Lauro de Freitas
4 de março - Peritos afirmaram que a bancária morreu por asfixia mecânica, tendo o rosto empurrado na areia. A delegada Andréa Barbosa Ribeiro, da Delegacia de Homicídios (DH), colheu depoimentos de oito funcionários da agência da Caixa Econômica Federal (CEF) de Lauro de Freitas, local onde Ananda trabalhava. A polícia descartou a hipótese de latrocínio, pois nenhum pertence dela foi levado do interior do carro
5 de março - Polícia ainda não tinha suspeito do crime
3 de abril - A delegada Andréa Ribeiro pediu ao Ministério Público Estadual (MPE) mais 30 dias para concluir o caso, já que o crime não tinha motivação e autoria definidas
16 de julho - A polícia não apontou suspeitos e admite que a investigação não andou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário