quarta-feira, 14 de julho de 2010

DÊ OUVIDOS A ESTE ALERTA...

FONTE: Roberta Cerqueira, TRIBUNA DA BAHIA.

Eles já viraram mania. Os aparelhos de Ipod, MP3, MP4 e modelos afins não saem das mãos, e, pior, do ouvido de muita gente. O problema é que o uso diário deste tipo de equipamento pode causar sérios danos à audição e até mesmo a surdez parcial ou total. Estudos comprovam que o ouvido humano pode suportar até 85 decibéis – barulho equivalente a uma avenida movimentada – durante oito horas por dia. Ouvir música usando fones pode ultrapassa os 120 decibéis.
Engana-se quem pensa que estes aparelhinhos, aparentemente inofensivos, caíram no gosto apenas dos adolescentes. Na bolsa da secretária Manuela Nascimento, 34 anos, não pode faltar o ipod. “Ouço todos os dias, quando vou e quando volto do trabalho e na hora de dormir, tem dia que adormeço com os fones no ouvido. Sou viciada em música”, enfatiza, ela que calcula uma média de cinco horas de uso, por dia.
Até então, Manuela diz nunca ter sentido nenhum sinal de dano em sua audição. “Escuto muito bem”, garante, apesar de nunca ter se consultado com médico especializado, a respeito de um zumbido, que aparece e desaparece, com uma certa frequência. Pesquisas apontam que, pelo menos, 35% das perdas de audição são provocadas pela exposição frequente ao som intenso. Especialistas recomendam que para cada cinco decibéis, além dos 85 decibéis (que o ouvido humano pode suportar), é preciso reduzir duas horas de exposição ao ruído.
“Aquela sensação de ouvido entupido, pode sinalizar uma lesão do nervo auditivo”, salienta a otorrinolaringologista Clarice Saba, alertando para o perigo que se esconde em uma simples distração. De acordo com ela, muitas pessoas sofrem pequenas lesões auditivas, mas não percebem no dia a dia, quando vão atentar para o problema já estão com a audição muito comprometida.
Dados da Sociedade Brasileira de Otologia apontam que 15% a 20% da população, sentem zumbidos nos ouvidos, sintoma que indica perda auditiva. No Brasil, o número representa uma média de 25 a 30 milhões de brasileiros.
Destes, apenas 15% se sentem incomodados com o barulho e procuram ajuda médica Outras pesquisas dão conta que 30% a 35% das perdas de audição são creditadas à exposição a sons intensos, sejam eles em ambientes profissional ou em lazer. Este tipo de surdez, relacionada à exposição a sons altos, é cumulativa.

UMA PERDA QUE NÃO REGRIDE.
Uma vez cessado o fator causador, a perda de audição estaciona, mas não regride.”O tímpano perfurado pode ser reversível, seja através da regeneração natural do tecido, ou de uma cirurgia, mas, quando o nervo auditivo é atingido por um barulho intenso não há reversão”, explica a otorrinolaringologista. Os tocadores são potentes e podem atingir uma intensidade sonora de até 120 decibéis, em seu volume máximo. O que equivale à intensidade de uma turbina de avião durante a decolagem. Um estudo do Comitê Científico Europeu de Riscos à Saúde comprova que o uso de mp3, com fone intra-auricular, favorece a perda de audição, e que adolescentes e jovens na faixa etária de 20 anos, não perceberiam a diminuição da acuidade auditiva imediatamente. Os efeitos nocivos da música alta só serão percebidos em uma década ou quando estiverem com 30 anos, avalia a pesquisa. De acordo com o estudo, os grupos mais expostos a riscos são aqueles que ouvem MP3 ao menos cinco horas por semana. Porém, os malefícios podem ser notados mesmo para quem ouve apenas 28 segundos, por dia, de música alta. Isso porque muita gente ouve música nos ipods com sons entre 100 e 115 decibéis, quando o nível recomendado é sempre inferior a 60 decibéis. "Se o som do aparelho impede que a pessoa escute uma conversa ao seu lado, então é hora de baixar o volume”, diz Saba, que já atende muitos adolescentes com problemas na audição.

CUIDADOS PARA PROTEGER OS OUVIDOS.


• Deixar o volume do tocador de MP3 na metade do volume máximo do aparelho
• Ficar atento para que o som saído dos fones não seja ouvido pelos amigos ao redor
• Evitar ficar muitas horas seguidas ouvindo MP3
• Procure ajuda médica tão logo seja percebida qualquer alteração da audição
Fontes sonoras e a intensidade em decibéisTurbina do avião a jato, 140

Arma de fogo, 130-140

Serra elétrica, 110

Cortador de grama, 107

Shows de rock, com distância de 1 a 2 metros da caixa de som,105-120

Furadeira pneumática, 100-105

Piano tocando forte, 92-95

Walkman no volume 5, 95

Avenida movimentada, 85

Automóvel (passando a 20 metros),70

Conversação a 1 metro, 60

Sala “silenciosa”, 50

Área residencial à noite, 40

Falar sussurrando, 20

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