sábado, 15 de janeiro de 2011

20 ANOS SEM MEU PAI...

Hoje está completando exatamente vinte anos que o meu maior ídolo partiu sem ao menos ter tempo de se despedir de mim, tivemos um inicio de relação muito conturbada desde os meus sete anos de idade que eu aprontava muito e era difícil o dia que não levava no mínimo duas surras, naquele tempo os pais podiam sem medo nenhum dar um corretivo em seus filhos e fazê-los que tivessem um futuro como verdadeiro homem na essência da palavra, já que hoje em dia e por causa das Leis frouxas que temos nos País os pais estão sendo forçados a verem seus filhos se tornando bandidos e em raros casos homens de bem e dando orgulho a sua família, infelizmente estamos tendo hoje uma sociedade viciada em todos os sentidos.
Nos tempos em que os filhos eram colocados de castigo ajoelhados em cima de caroço de milho, em sal grosso ou ainda levava bolos com palmatórias não se ouvia falar que um filho agrediu aos pais ou até mesmo uma pessoa com mais idade. Ir dormir sem dar a benção aos pais era sinal de castigo certo, e era tido como respeito por aqueles que recebiam a benção de alguém mais velho, para um jovem entrar no meio da conversa de pessoas de mais idade sem ser chamado era outra surra certa.
No entanto ninguém morreu por que levava bolos, palmadas o ficava de castigo muito pelo contrario se tornaram na maioria pessoas de bem, eu só vim curtir o meu pai depois dos dezessete anos de idade por que foi quando comecei a entender as coisas e curtir o meu pai.
Sempre ouvia dele que para ver ele no médico podia preparar que a cosia era séria e fala sempre daquelas pessoas que viviam com certa constância indo aos consultórios em busca de uma medicação, fui pego de surpresa quando em uma manhã de quarta feira de janeiro de 1991 e ele me disse que ia ao médico que não estava se sentindo bem, achei que era brincadeira dele e ainda fiz gozação “tira esta aranha do bolso e paga uma consulta”, isto foi feito e exames solicitados pelo médico e de imediato realizados por ele, só que o médico laboratorista muito amigo dele ao pegar o resultado tratou logo de entregar-lhe e pedindo que fosse de imediato levar ao médico solicitante, só que não sabíamos ainda a gravidade do problema que meu pai tinha, tudo isto ocorreu num espaço de tempo muito curto, no sábado ele já não foi trabalhar (tinha um restaurante) fato que estranhei, pois ele nunca desde que me entendi por gente tinha visto ele ficar em casa não indo abrir o seu comercio, neste dia a tarde ao retornar de meu trabalho percebir que ele já não estava bem e juntamente com minha mãe e meus irmãos chamamos nossos tios (as) irmãos (ãs) dele e comunicamos o fato de imediato ele foi internado em uma clinica da cidade e na madrugada de domingo para segunda feira ele teria que ser transferido para uma clinica na capital do estado, encontramos no amigo Antonio Araújo Lima (Art Dez) o empenho para deixar o seu comercio fechado e ir dirigindo o veiculo com meu pai, minha mãe e uma irmã em busca de quem sabe da recuperação de meu pai, só que quase no mesmo horário que eles haviam deixado a cidade, já na madrugada de segunda para terça feira fomos comunicado que ELE havia nos deixado.
Não só perdeu a família, mas muita gente, pois além de um grande homem PAULO LÉLIS DA SILVA, ou simplesmente PAULO BALEIA era o diferencial, ele não deixava ninguém triste não deixava os amigos sem uma palavra de conforto nos momentos de dificuldades. ELE foi o que eu posso dizer o MEU HEROI, só lamento não ter vivido um pouco mais ao seu lado. Não éramos PAI E FILHO e sim dois amigos, havendo o respeito de FILHO para PAI sempre, as brincadeiras e gozações sempre imperaram entre nós dois, em dias de FLA x FLU ou BA x VI, eu já podia me preparar que era gozação até o final do jogo com vitória ou derrota era sinal de muita alegria, na final do campeonato Brasileiro de 1980 entre FLAMENGO x ATLÉTICO MINEIRO, onde vimos uma grande futebol jogado pelas duas equipes e vencido por seu rubro negro por 3 x 2, eu sofrir gozação por muito tempo, pois ele não esquecia aquele dia em que eu já amanhecei dizendo a ele que se preparasse pois Reinaldo ia passear no Maracanã e no final do jogo tive que me contentar em ver Nunes o João Danado decidir o jogo nos minutos finais. Foram tantas as gozações que fazíamos um com o outro que este espaço se tornaria pequeno para contar todas, mas tem aquelas que não esqueço.
Jogando pela Desportiva no campeonato do Joaquim Romão e ele como bandeira vermelha (hoje assistente um) daquele jogo chamou o arbitro da partida e pediu minha expulsão alegando que eu havia puxado a camisa do adversário, claro que o arbitro não me expulsou mas me deu uma bronca, em outro jogo ele anulou dois gols meus que eu não entendi e em casa perguntei a ele o que havia acontecido ele me disse que eu era filho dele e se confirmasse o gol iam dizer que ele estava me protegendo. Estas entre tantas outras que ele aprontou, no entanto eu chegava em dias de jogos que ele trabalhava no dia seguinte era sinal de criticas por minha parte, no entanto nunca nos zangamos um com o outro, muito pelo contrário riamos e muito de tudo depois do acontecido.
Até hoje eu sinto sua falta, os conselhos, as brigas (no bom sentido), sempre procurando me orientar para trilhar o caminho do bem, sempre dizia aos filhos que quando partisse não deixaria nenhuma riqueza como fazendas, apartamentos, carros ou outros patrimônios mas que deixava para que cada um de seu filho dignidade e honradez esperava que cada um seguisse o caminho do bem e só o bem viesse a fazer como ele fez durante sua vida.
São vinte anos mas para mim é como se tivesse apenas vinte segundos de sua partida pois até hoje sinto sua falta, do companheiro, amigo conselheiro e sempre pronto a ajudar na hora precisa.
Esta é uma lacuna que nunca mais vai ser preenchida, mesmo com esta saudade me sinto tranqüilo por que tenho certeza que aqui embaixo a família perdeu o seu comandante, o irmão, tio, avô, cunhado, mas lá em cima ou onde DEUS quer que ele esteja com certeza ganharam alguém do bem.
BALEIA, deve já ter se encontrado com seus pais MANOEL PAULO E MARIA RAIMUNDA, além de sua irmã LÚCIA, entre outros familiares que partiram antes ou até mesmo depois dele, com certeza também já deve ter se encontrado com seus amigos: ESMERALDO ALMEIDA (CRENTE), CLAUDEVALDO RODRIGUES PEIXOTO (NINHO), MANOEL SOARES (CABOCLINHO), DEJANIRO SALES (SÊO DEJA), WALDECK SANTOS SILVA, AUGUSTO CARRANCA, LUCIANO GONÇALVES, LUIS LAYMON GONZAGA entre tantos outros de quem ELE privava a amizade e por quem ele sempre teve muito carinho.
Se você ainda tem a felicidade de ter seu pai ao seu lado procuro valorizá-lo enquanto ele está em vida, pois saiba que ele é não apenas seu pai, mas sim seu melhor amigo, não existe amigo melhor que o seu pai, mesmo que você ache que ele não gosta de você procure amá-lo da melhor maneira possível para que não pense muito tarde em dizer que o ama. Veja sempre em seu pai não aquele que o repreende, mas aquele que quer ver o seu bem e procura sempre lhe dar conselho para que no futuro você seja um cidadão de bem. Prefira levar uma bronca de seu pai do que um tapa de um policial.
De uma coisa eu tenho certeza ainda irei me encontrar com ele, não sei como e nem onde. Mas que DEUS vai me mostrar este caminho eu espero com ansiedade.
MEU PAI são vinte anos e como passaram rápido, mas você continua vivo em minha memória e no meu coração.

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