terça-feira, 18 de janeiro de 2011

BAHIA É O ESTADO MAIS ATINGIDO POR RAIOS...


FONTE: Adriano Villela, TRIBUNA DA BAHIA.

Na última terça-feira, Denilton de Jesus dos Anjos, 19 anos, morreu ao ser atingido por um raio quando transitava pelas imediações da Refinaria Landulpho Alves, em Mataripe.
O problema é mais comum do que se pensa num primeiro momento. O Brasil é o país que mais recebe raios em todo o mundo, contabilizando 50 milhões de raios em um ano, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O número representa cerca de duas descargas por segundo.
Segundo o Grupo de Eletricidade Atmosférica (GEA) do INPE, de 2000 a 2009 o Brasil teve 1.321 mortes causadas por raios, 131 somente em 2009 – há apenas um balanço preliminar referente a 2010, apontando para 103 vítimas fatais.
Segundo o coordenador do GEA, Osmar Pinto Júnior, no mais das vezes quando não mata a descarga elétrica deixa sequelas, como queimaduras. Os raios costumam ocorrer em regiões tropicais, e como o Brasil é o maior país tropical, é mais fácil ser atingido, informou o coordenador.
Regionalmente, o Norte registra o maior número de casos, abrigando os dois estados com maior frequência deste acidente climático (Amazonas e Pará, que totalizam 18 milhões de ocorrências).
A Bahia aparece como o estado do Nordeste com maior incidência deste acidente climático no Nordeste (1,37 milhão ao ano, ou 2,6% do total), ou o 12° em todo o ranking nacional. No volume de mortes, o estado mais atingido foi São Paulo (230). Na Bahia, 50 pessoas perderam a vida no período em razão da eletricidade atmosférica.
DICAS.
O GEA orienta alguns cuidados que podem prevenir acidentes com raios. Quando ocorrer temporais, deve-se afastar de postes de iluminação, árvores, cercas de arame farpado. Para quem estiver no mar, rio ou piscina, a recomendação é sair imediatamente ao menor indício de raios ou trovões. Como a água do mar conduz eletricidade, raios que ocorram no oceano até 5 quilômetros de distância podem provocar choques.
O maior perigo é ficar em local descampado, como os campos de futebol, pastagens, estradas, montanhas, à beira de lagos. A água também é perigosa. Até mesmo ficar perto do mar é perigoso, alerta o grupo de eletricidade atmosférica.
Na areia, o risco é menor, mas como é uma área plana, é preciso ficar atento para que a pessoa não fique como objeto mais alto em relação ao chão, outra fonte de ameaça, informou Osmar Pinto Filho em um programa de televisão. “O risco maior no campo é quando a pessoa fica perto de objeto metálico, uma enxada, uma pá ou um trator”, exemplificou.
O telefone também oferece risco, especialmente o fixo, pois o fio transporta a corrente elétrica de um raio. Quanto a telefonia celular, a interferência gerada por uma descarga próxima pode danificar o aparelho e causar leves queimaduras no rosto, mas não pode estar ligado à rede elétrica via bateria.
Os aparelhos eletrônicos devem ser desligados da tomada. Se nenhum abrigo for encontrado, uma dica é ficar agachado no chão, com as mãos na nuca e os pés juntos.
Conforme o grupo do Inpe, ficar debaixo de árvores é um erro muito comum e pode ser fatal. “Os para-raios protegem as edificações e quem está dentro delas, mas não que está fora delas”, esclareceu o coordenador.
O mesmo ocorre em aviões e carros. É muito improvável o raio penetrar o metal, mas a vulnerabilidade é transferida para quem estiver nas imediações. Ao permanecer dentro do veículo, as janelas devem estar fechadas.

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