terça-feira, 18 de janeiro de 2011

GRANDES MARCAS SOFGREM COM A PIRATARIA...

FONTE: Amanda Mota, TRIBUNA DA BAHIA.

Louis Vuitton, Gucci, Chanel, Lacoste, Adidas e Tommy Hilfiger são algumas das numerosas marcas de grifes famosíssimas e mais vendidas no mercado internacional. Mas, quanto você pagaria por uma lindíssima e chiquérrima bolsa da Louis Vuitton, por exemplo?
No universo das marcas superpoderosas, a coisa funciona assim: independente do produto a ser adquirido, o importante é mostrar a presença que a marca faz ao complementar o look, afinal, o símbolo de status é o que “pesa” para muitos.
Se for considerar o tamanho da bolsa, a cor da blusa ou talvez o design do tênis, o preço fica por esquecido quando o que importa é vestir a marca. Mas, quando se fala em grife, é muito pouco provável que alguém desembolse, tão fácil, um valor de 250 reais, por exemplo, numa camisa polo da Lacoste, só para expor o perseguido “jacarezinho” ou quem sabe 200 reais numa “bandeirinha” “vermelho/branca/azul” da Tommy Hilfiger.
E, é pensando no valor consideravelmente alto, que o crescimento desordenado da pirataria de grife tem tomado conta do comércio, afinal, pagar menos pela grife acaba sendo símbolo de vantagem para o consumidor: “Tenho bolsas e relógios de grife que comprei sem precisar pagar fortunas e ainda tenho muito mais do que se estivesse pagando por um original, afinal, pagar caro não faz parte do meu orçamento”, assumiu a vendedora Maria Fortuna, garantindo ainda que não perde a oportunidade de estar na moda, acompanhando sempre as novidades, mesmo não adquirindo produtos originais.
No maior polo de pirataria, a conhecida Rua 25 de Março, localizada na cidade de São Paulo, pode ser encontrada uma variedade de imitações de grifes para todos os gostos e preços pra lá de atraentes. E é desse setor informal que o negócio expande para outros bairros da cidade como Itaquera, Guarulhos e todos os outros estados do país, assim como em Salvador.
E tem de tudo, camisa polo a partir de R$ 10, tênis da 'Nike' de R$ 60 – mesmo estes soltando a sola ou até mesmo machucando o pé -, bolsa da 'Louis Vuitton' a partir de R$ 20 ou relógio 'Rolex' a partir de R$ 15. É o verdadeiro gueto da pirataria, pois o baixo valor das peças justifica o grande chamariz do produto.
Quem tem feito a festa dos baianos são algumas pequenas butiques espelhadas pelos bairros da cidade e, principalmente, os coreanos, que há anos vêm controlando esse mercado informal. Numa pequena loja na Barra tudo pode ser encontrado: da camisa ao tênis, o que não falta é marca, cor e tamanho a escolher.
Enganam-se quem pensa que esses consumidores se importam em usar e abusar do falsificado. Na realidade, os consumidores da pirataria de grife não se importam em comprar o “tabajara” - como chamam - afinal, o importante mesmo é que eles possam desfrutar do que está na moda e poupar na hora de comprar.
COMERCIALIZAÇÃO DÁ CADEIA.
O mais interessante é que existem estilos diferentes de consumidores desse tipo de produto falsificado. Uma parte fica por conta de jovens com idade entre 16 e 25 anos, e de pouco poder aquisitivo para comprar uma peça da marca original. A outra parte seria a classe média e alta que costumam combinar o verdadeiro e falso em seu visual, uma maneira astuta de legitimar as cópias e sentir-se mais seguros para utilizá-los.
Mas, ainda que seja tão barato e muito próxima a realidade, muitas socialites preferem não contribuir com a pirataria, como é o caso da advogada Eliana Cavalcante.
“Acho um absurdo e falta de respeito pagar por um produto genérico. Não compro e jamais contribuiria com isso. Como pode uma grife se dispor a colocar algo no mercado com tanta qualidade profissional e uma pessoa vem e coloca no mercado produtos tão parecidos e de péssima qualidade? Isso é uma grande falta de respeito e merece punição. Prefiro pagar R$ 50 mil numa bolsa da Louis Vuitton original do que R$ 1 numa genérica, ou então comprar produtos nacionais tão bons quanto os de grife”.

PIRATARIA DÁ CADEIA – Apesar do livre comércio de falsificações, foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados, um Projeto de Lei que aumenta a pena para quem comercializa produtos pirateados e altera dispositivos da Lei de Propriedade Industrial (n°9.279/96).
Se antes a punição era de três meses a um ano, prescrição do crime, que agora é de oito anos, igualando-se neste quesito à lei de direitos autorais. O projeto prevê também apreensão imediata dos produtos pirateados.

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