sábado, 10 de setembro de 2011

GESTAÇÃO E TRÂNSITO: ATÉ QUANDO DIRIGIR É SEGURO?...

FONTE: Lucy Andrade, TRIBUNA DA BAHIA.


Enjoos, tonturas, sono, moleza no corpo, sintomas frequentes durante a gravidez e que não combinam com direção. Assim como, o estresse não é um aliado da gestação. Esse é um dos questionamentos que as gestantes fazem – “posso continuar dirigindo e até quando?”


O Código de Trânsito Brasileiro atual não restringe a grávida de dirigir, ficando a critério da obstetra e da gestante decidir o momento de sair de trás do volante. “A gravidez é diferente para cada pessoa, há mulheres que dirigem até o oitavo mês, outras que não podem assumir a direção no primeiro trimestre.


Há grávidas que não apresentam nenhum problema durante a gestação e podem dirigir”, disse a ginecologista e obstetra Maria do Socorro Magalhães Alves.

Colisões, freadas bruscas, buracos, derrapagens. As ruas e estradas oferecem dezenas de perigos para todos os motoristas, mas para as grávidas, os riscos são ainda maiores. Quando a barriga fica muito próxima ao volante, qualquer colisão ou freada mais brusca pode fazer com que a barriga encoste e haja descolamento de placenta.


Assim como ressaltou a obstetra Maria do Socorro, pequenas freadas podem causar ruptura do útero, hemorragia e até parto prematuro. Por isso, alguns cuidados são de extrema importância. A começar por ele - o cinto de segurança.

Com enjoos, vômitos constantes, tonturas e pressão arterial baixa, chegando a 7/8, a gerente administrativa Leila Batista, 28 anos, está “proibida” de dirigir até sanar os sintomas. “Estou com três meses e duas semanas de gravidez e não tenho como pegar no volante dessa forma, a minha pressão está muito baixa, fico tonta e sem contar os outros sintomas.


Para quem sempre dirigiu é ruim depender dos outros, mas no momento é o ideal, não posso colocar a vida do meu filho em risco. E mesmo quando estou de carona ainda me sinto mal”, disse a gerente.

A gestante passa por várias fases. Nos primeiros meses o corpo está se adaptando, há uma "explosão" de hormônios, que além dos sintomas comuns, alteram o humor das futuras mamães.


A partir do sexto mês o bebê já está inquieto, se mexendo de um lado para o outro. No sétimo mês as pernas começam a inchar e a barriga já está bem avantajada. “Uma grávida com pressão arterial descontrolada e que fica tonta é desaconselhável dirigir até normalizar, assim como tem casos de pessoas que sentem muito sono, então é melhor pegar carona ou arrumar outra forma de condução.


Depois do quinto mês, o bebê começa a se esticar, o que não deve tirar a atenção da mãe, e com a barriga muito grande e as pernas inchadas, a direção já começa a incomodar, então é fundamental o bom senso”, explicou a obstetra Maria do Socorro.

Até 1997, o Código de Trânsito Brasileiro impedia as mulheres grávidas de dirigir a partir do quinto mês de gestação, pois o bebê está mais agitado na barriga, os reflexos da mulher durante a gravidez se tornam mais lentos e os riscos de acidente aumentam. Apesar do atual código não fazer nenhuma restrição, os médicos alertam para os cuidados que as futuras mamães devem ter para evitar problemas gestacionais.


“A grávida não deve dirigir por longos períodos para evitar estresse, hipoglicemia, dificuldade de retorno venoso e inchaço nas pernas. O ideal é que a mulher não exceda o tempo de duas horas.


E quando os imprevistos aparecerem, como um pneu furado, mantenha a calma e peça ajuda. Qualquer esforço a mais pode acarretar a perda do bebê” confirmou a ginecologista.

USO DO CINTO ATÉ O ÚLTIMO MÊS.
Apesar de não haver um mês específico para deixar de dirigir, a mamãe deve saber que um dos maiores cuidados que podem ter com seu bebê é deixar o banco completamente para trás, o mais distante possível do painel - e isso serve para motoristas e caronas. Já para as baixinhas que precisam aproximar o banco para alcançar os pedais, as almofadas são desaconselháveis, então este é um sinal de que está na hora de pensar em trocar de lugar no carro.

O cinto de segurança é obrigatório e deve ser usado até o último dia de gestação. Apesar do cinto não machucar o bebê, há regras a serem seguidas: o cinto deve descer pelo ombro, passar entre os seios e chegar à ponta da bacia. E usar sempre o cinto de segurança três pontos. Nunca use o cinto de baixo por cima da barriga, porque no caso de um acidente, o impacto de uma desaceleração repentina pode afetar a placenta e até causar um descolamento.

O cinto de três pontos é projetado para segurar seu corpo nas partes em que ele é mais resistente, isto é, os ossos. Isso explica por que ele tem de passar em cima dos ossinhos do seu quadril e do esterno, o osso que forma a caixa torácica. No banco traseiro de muitos carros, os cintos de três pontos costumam ficar nas laterais, portanto prefira se sentar nestas posições, em vez de no meio. Seja como condutora, seja como passageira, o uso do cinto é indispensável.

RECOMENDA-SE PARA A GESTANTE:
No terceiro trimestre de gestação; Após longos períodos de jejum; Se os pés estiverem muito inchados impedindo uso de calçados fechados; Na presença de intercorrências como náuseas, vômitos, tonturas, câimbras, pressão alta ou baixa, hemorragias, ameaça de aborto ou contrações, entre outras situações. O recomendável é sempre consultar o médico.

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