FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
O desejo de ser mãe é uma realidade presente nos anseios da maioria das mulheres. Entretanto, nem todas podem realizar esse sonho com facilidade. É o caso de mulheres que sofrem com obesidade ou obesidade mórbida. Estudos apontam que o sobrepeso no sexo feminino pode associar-se à infertilidade e a disfunções sexuais.
“A obesidade causa na mulher alteração da produção de insulina, liberada pelo pâncreas, que pode levar a uma condição de infertilidade, conhecida como Síndrome do Ovário Policístico (SOP)”, explica João Ettinger, que é doutor em Medicina Interna e cirurgião do aparelho digestivo.
Além disso, estudo realizado na Brown University School of Medicine (EUA) revelou que entre 54 mulheres em idade sexualmente ativa com obesidade mórbida, 63% delas apresentaram algum problema de disfunção sexual quando sofriam com sobrepeso. Ao realizarem cirurgia bariátrica, por meio da qual perderam em média 60% do peso, apenas 32% das mulheres ainda apresentavam alguma disfunção sexual.
Caso a mulher deseje engravidar é fundamental que essa decisão seja comunicada à equipe médica. Sobretudo porque, após o processo cirúrgico, a paciente sofrerá mudanças tanto em sua estrutura física, quanto em seu processo nutricional, o que demanda o monitoramento médico para segurança dela e do bebê.
É comum, por exemplo, a necessidade de suplementação de cálcio e ferro, mas sempre sob orientação médica. “O ideal é que somente 2 anos após a cirurgia bariátrica a mulher engravide”, alerta Ettinger.
A intervenção pode ser realizada por diversas técnicas, mas na maioria dos casos a laparoscopia é indicada. Através da redução de peso, é possível diminuir as chances de problemas cardiovasculares, assim como controlar enfermidades como diabetes tipo 2, apnéia do sono e hipertensão arterial. As mulheres conseguem, através da redução de peso, melhorar também a função urinária, o que gera impactos positivos na qualidade de vida.
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