FONTE: em Chicago (noticias.uol.com.br).
poderia ajudar a tratar um tipo raro de autismo que está vinculado à epilepsia e, ao que tudo indica, a uma deficiência de aminoácidos, segundo um estudo publicado na revista Science esta semana.
Cerca de 25% das pessoas que sofrem de autismo são também epilépticos, ou seja, possuem um problema nas conexões elétricas cerebrais caracterizado por convulsões cujas causas são em sua maior parte desconhecidas.
Pesquisadores americanos da Universidade da Califórnia em San Diego e de Yale (Connecticut, nordeste dos Estados Unidos) foram capazes de isolar uma mutação genética em alguns pacientes autistas epilépticos que acelera o metabolismo de certos aminoácidos, o que gera uma carência.
Esta descoberta poderia ajudar os médicos a diagnosticar este tipo de autismo mais rapidamente, o que permitiria também começar um tratamento mais cedo.
Segundo os autores deste trabalho seria possível também tratar esta forma de autismo com suplementos alimentares que contêm os chamados aminoácidos ramificados, como mostram experimentos realizados com camundongos geneticamente modificados para ter a mesma mutação genética.
"Foi muito surpreendente encontrar mutações genéticas que afetam o metabolismo e que são específicas do autismo e podem ser potencialmente tratadas", afirmou o coautor do estúdio Joseph Gleeson, professor de neurociência da Universidade da Califórnia, em San Diego.
"O que é mais excitante é que o potencial tratamento é óbvio e simples: trata-se de dar aos pacientes afetados os aminoácidos que faltam a seu organismo", disse.
O professor Gleeson e seus colegas sequenciaram uma parte do genoma de crianças autistas em duas famílias que sofriam epilepsia e que contavam com a mutação do gene que regula o metabolismo dos aminoácidos ramificados.
A equipe de Gleeson realizou testes com suplementos alimentares comuns disponíveis em herbários em camundongos modificados geneticamente.
Os camundongos com a mutação genética específica mostraram sintomas de autismo, incluindo ataques de epilepsia, mas ao serem tratados com suplementos alimentares, a condição deles melhorou.
"Estudar os animais foi essencial para nossa descoberta", afirmou Gaia Novarino, do laboratório Gleeson, e principal autor do estudo.
"Uma vez que descobrimos que podemos tratar a condição em camundongos, a questão era se funcionaria de forma eficaz em nossos pacientes", disse.
Os pesquisadores forneceram o suplemento a pacientes humanos, mas ainda não há dados suficientes para determinar se o tratamento serviu para melhorar os sintomas do autismo.
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