FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
As trompas têm o objetivo de captar o óvulo - liberado durante a ovulação - para que ele possa encontrar o espermatozoide e, assim, ocorrer fecundação dentro delas.
“No entanto, quando elas estão obstruídas isso não acontece, sendo essa uma das principais causas da infertilidade”, diz o ginecologista Joji Ueno (CRM-48.486), doutor em medicina pela Faculdade Medicina da USP e responsável pelo setor de Histeroscopia Ambulatorial do Hospital Sírio Libanês e Diretor na Clínica Gera.
Segundo Ueno, a obstrução das trompas é considerada uma causa mecânica da infertilidade feminina.
“Estando obstruída, a trompa não conseguirá conduzir o óvulo do ovário até o útero, impedindo a fecundação e a gravidez”, explica.
E o problema pode ser causado por infecções ginecológicas, como a clamídia ou gonococos; formação de cicatrizes após cirurgias, pela endometriose; ou quando a mulher decide fazer a laqueadura para não ter mais filhos.
“Em algumas situações, é possível realizar uma cirurgia para desobstrução”, informa o médico. Com uma laparoscopia, é possível abrir as trompas, quando a área obstruída é pequena.
Mas, se o procedimento cirúrgico não é uma boa alternativa, o indicado é investir em uma Fertilização in vitro, evitando assim expor a mulher ao estresse de uma gravidez interrompida.
Neste caso, as taxas de sucesso na concepção variam muito - de apenas 10% até 70%, dependendo do bloqueio e da quantidade de cicatrizes após a cirurgia.
No caso da laqueadura, existem duas opções: a reversão cirúrgica e a fertilização in vitro.
Como avaliar se as trompas estão normais.
Basicamente, existem dois métodos diagnósticos capazes de verificar a funcionalidade das trompas uterinas, confira:
Histerossalpingografia: exame radiológico que, após a introdução de um líquido de contraste radiopaco, permite a visualização e a documentação da passagem do mesmo pelo aparelho reprodutivo, simulando o trajeto percorrido pelo sêmen.
Por meio deste exame, é analisado o canal cervical, a cavidade do útero, a permeabilidade das trompas e a dispersão do contraste no abdome. No entanto, é um exame de difícil interpretação.
E outra limitação é o não seguimento dos corretos preceitos técnicos para a sua realização, que podem aumentar o desconforto da paciente submetida ao exame. Apesar disso, ainda é um exame muito solicitado para a avaliação do fator tubário.
Vídeolaparoscopia: exame realizado com anestesia geral, que permite visualizar por meio de imagens o interior do abdome e identificar a anatomia do aparelho reprodutivo.
É o exame mais preciso para avaliar a integridade das trompas e diagnosticar uma série de anormalidades, como é o caso da endometriose.
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