69% HOMICÍDIOS SÃO LIGADOS AO TRÁFICO DE DROGAS EM SALVADOR, DIZ POLÍCIA CIVIL...

FONTE: CORREIO DA BAHIA.

Número considera somente os homicídios que já têm motivação conhecida.

Um estudo divulgado nesta segunda-feira (8) pela Polícia Civil da Bahia aponta que 69% dos casos de homicídios com motivação já identificada acontecidos na capital baiana no primeiro trimestre do ano têm ligação com o tráfico de drogas. Segundo a Polícia Civil, 199 homicídios já têm motivação conhecida e 137 destes tiveram como autores e boa parte das vítimas pessoas envolvidas com o tráfico.

O estudo foi elaborado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) a partir dos inquéritos instaurados para investigar os homicídios. Em nota, a Polícia Civil diz que o "estudo confirma a estreita relação entre tráfico e assassinato". Ainda é dito que operações conjuntas entre o DHPP e o Departamento de Narcóticos (Denarc) buscam prevenir este tipo de crime.

Nos 3 primeiros meses deste ano, Salvador teve 451 homicídios, 252 sem motivação preliminar conhecida (56%). Sessenta e dois destes homicídios tiveram motivos diversos, como passionalidade, violência doméstica, briga de trânsito, entre outros, correspondendo a 31% dos dados.

A maior parte dos casos ligados ao tráfico de drogas aconteceu na Região Integrada de Segurança Pública/Baía de Todos os Santos, com 72,5% das 203 ocorrências. O subúrbio de Paripe é a área com mais incidência de homicídios com esta motivação.

Na Risp/Central, foram 68,8% dos crimes violentos legais intencionais relacionados ao tráfico, registrando 135 casos - boa parte destes no bairro de Tancredo Neves. A Risp/Atlântico foi a região de menor incidência de assassinatos motivados pelo tráfico de drogas, entre janeiro e março deste ano, com 44,4 por cento dos 82 homicídios ali registrados. Itapuã aparece no estudo do DHPP como a área mais crítica daquela Região Integrada de Segurança Pública.

O delegado Jorge Figueiredo acredita que o estudo reforça a importância da ação conjunta entre DHPP e Denarc. "Diante da constatação de que 69% dos assassinatos na capital estão ligados ao tráfico de drogas, as investigações passam a ter, como foco principal, a relação entre esses dois tipos de crime", diz.