FONTE: Carla Prates, do UOL, em São Paulo (boaforma.uol.com.br).
Está sentindo a roupa mais apertada do
que no dia anterior? Costuma ter dores nas pernas? A sensação de inchaço tem se
tornado uma rotina? Fique atento, pois pode ser resultado de uma alimentação
com muito sal, do consumo inadequado de água ou até sintoma de várias doenças.
Descartada esta última hipótese, aposte nos alimentos ricos em potássio para se
prevenir contra o problema do acúmulo de líquidos no organismo.
De acordo com a nutricionista Roseli Rossi, da Clínica Equilíbrio Nutricional, "o
edema ou inchaço é resultado do extravasamento de líquidos que saem dos vasos
sanguíneos e vão para o tecido subcutâneo".
A nutricionista Renata Bressan,
nutricionista da Clínica Alfredo Halpern e membro da Abeso (Associação
Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica), complementa:
"o sódio (sal) é quem carrega a água para dentro dos vasos. Quando há um
consumo excessivo de sódio, o organismo fica sobrecarregado de líquidos e o
rim, responsável por eliminar o líquido acumulado, não consegue cumprir esta
tarefa, o que causa o edema".
O efeito disso pode ser sentido no
inchaço dos pés, mãos, coxas, tornozelos, mamas e região abdominal, o que é
visível se pressionarmos o dedo sobre a pele, pois deixa uma marca
temporariamente. A pele fica com um aspecto brilhante também. E o peso pode subir cerca de 2 quilos. Além de ter uma alimentação
com uma quantidade adequada de sal e beber muita água, outros hábitos são
indicados para prevenir o problema, como o consumo de alimentos diuréticos e,
como já citado, os ricos em potássio.
Hormônios.
Desequilíbrios no nosso organismo, como
variação de pressão sanguínea, quantidade de proteínas no sangue, alterações
hormonais, ficar muito tempo em pé, uso de alguns medicamentos ou sedentarismo
também podem favorecer o aparecimento de edemas.
Além disso, há hormônios que podem
provocar o inchaço: progesterona, cortisol, antidiurético, renina e
aldoesterona. A nutricionista Roseli Rossi esclarece que "esses hormônios
favorecem a retenção de líquidos. A progesterona, por exemplo, prepara o
organismo para a gravidez, deixando o revestimento do útero pronto para a
implantação do óvulo fertilizado. Isto faz aumentar o fluxo de líquidos pelo
corpo".
E não é só na gravidez que a progesterona
entra em ação, mas também antes da menstruação. Renata Bressan acrescenta:
"no ciclo menstrual, após a ovulação até o sangramento, a progesterona
está em níveis aumentados. E o hormônio é responsável pela retenção de líquidos
e sódio, entre outras alterações".
O cortisol é produzido em situações de
estresse, colaborando para a retenção de líquidos. Já a renina estimula a
produção de um hormônio que eleva a pressão sanguínea, o que pode causar falha
renal. E a aldoesterona atua nos rins aumentando a reabsorção de sódio e,
conseqüentemente, de água.
Atividades
físicas e drenagem.
O inchaço causa um desconforto estético,
certamente. Pior do que isso, pode trazer dores, dificuldade para andar e
diminuição da elasticidade da pele, afetar a circulação sanguínea e aumentar o
risco de infecções. Mas os maiores agravantes são o aumento da pressão arterial
e a sobrecarga renal. A hipertensão pode levar a infarto, derrame, desmaios
etc.
Além do tratamento médico, há mudanças no
comportamento e outras medidas que podem ser coadjuvantes contra o problema,
como praticar atividades físicas e fazer drenagem linfática. Ambas ativam a
circulação. Entretanto, Bressan avisa: "a drenagem linfática funciona
desde que a alimentação e a hidratação sejam adequadas". Ou seja, uma
coisa não compensa a outra.
Antes de qualquer coisa, é importante
descartar algumas patologias que podem estar causando o inchaço, segundo
Bressan. Entre elas, a insuficiência renal crônica ou cardíaca, desnutrição,
problemas hepáticos ou doenças da tireoide.
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