FONTE: itodas.uol.com.br
Compensar o sono desajusta relógio
biológico e aumenta os riscos de diabetes, obesidade e fadiga crônica.
Quem tem uma rotina agitada costuma aguardar ansiosamente o
final de semana para colocar o sono em dia, dormindo
várias horas a mais. Mas segundo um estudo publicado na Science Translational
Medicine e apresentado no Endo 2013 – Encontro e Exposição Anual da Sociedade
Americana de Endocrinologia – essa não é a melhor atitude a ser tomada. Os
pesquisadores concluíram que a prática pode desalinhar o relógio biológico,
trazendo consequências negativas para o organismo. “Este é o estudo de mais
impacto sobre alterações hormonais e metabólicas relacionados ao sono já feito
com humanos. E sua grande descoberta é
esse desalinhamento do relógio biológico, que pode
gerar problemas na saúde”, explica a
endocrinologista Andressa Heimbecher, que esteve no Congresso.
Mas, por que dormir mais no final de
semana engorda?
O fenômeno é chamado de “jet lag social”, em referência às
alterações no ritmo do sono e da disposição de pessoas que viajam muito tempo
de avião e demoram a se adaptar ao novo fuso horário. A endocrinologista afirma
que o desajuste acontece porque, para que haja liberação adequada dos hormônios
noturnos, é preciso um número regular de horas de sono. Caso
contrário, há o risco de desenvolver fadiga crônica, queixas intestinais e ter
aumento no risco de obesidade e
diabetes.
“Quando uma pessoa apresenta um padrão desorganizado de
sono, ocorre um desalinhamento no relógio biológico e o corpo passa a perder o
ritmo. O sono passa a ocorrer em horas em que deveríamos estar alertas (no
trânsito, por exemplo), a fome em horários diversos e sem relação com o fato de
estar alimentado ou não”, diz.
Um dos problemas gerados pelo jet lag social é a falta de
resposta à insulina, que aumenta os níveis de açúcar no sangue. O nível de cortisol
– hormônio relacionado ao estresse – também aumenta nessa situação, o que gera
um crescimento dos níveis de glicose no sangue. E há uma redução do hormônio
leptina, que gera saciedade e, ao mesmo tempo, um aumento do
hormônio grelina, que gera fome. “Foi observado também
que quando o relógio biológico está desalinhado, aumenta o hábito de beliscar entre as refeições”,
alerta.
A sugestão da médica é equilibrar as horas de sono,
deixando os períodos semelhantes durante a semana e nos fins de semana. “Não
existe ‘poupança de sono’. O sono perdido não será recuperado. E agora sabemos
que um bom sono não se faz apenas com quantidade e qualidade. Ele se faz também
com regularidade”, finaliza.
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