FONTE: Agência Brasil, TRIBUNA DA BAHIA.
A morte violenta de milhares de
jovens a cada ano no país provoca redução da expectativa de vida em todos os
estados, revela estudo divulgado na sexta-feira (12/7) pelo Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Em alguns estados, como
Alagoas e Espírito Santo, a expectativa de vida dos homens diminui mais de dois
anos por causa de homicídios, acidentes e suicídios de pessoas entre 15 e 29
anos.
De acordo com o Ipea, os homens de Alagoas
têm perda de 2,62 anos em sua expectativa de vida e os do Espírito Santo, de
2,14 anos. Outros nove estados têm redução de mais de 1,5 ano na esperança de
vida por causa da violência na juventude: Bahia (1,81 ano), Amapá (1,74), Pará
(1,73), Paraíba (1,69), Paraná (1,68), Pernambuco (1,66), Ceará (1,6), Goiás
(1,53) e Mato Grosso (1,51).
Apenas três estados têm perda estimada menor
do que um ano: São Paulo (0,78), Acre (0,95) e Santa Catarina (0,98). Os homens
do Rio de Janeiro têm perda é de 1,32 ano e o Distrito Federal, de 1,42. O
estudo do Ipea também tenta contabilizar, por meio de um modelo econômico
complexo, o “valor da vida”.
Conforme o cálculo do Ipea, as mortes
violentas de jovens no país causam perda de bem-estar social equivalente a R$
79 bilhões por ano. O custo equivale a 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB), que
é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país.
Segundo o pesquisador do Ipea Daniel
Cerqueira, o impacto é diferente em cada estado. Nos estados mais violentos,
como Alagoas, o custo das mortes violentas, de R$ 1,7 bilhão, chega a
representar 6% do PIB. Em São Paulo, estado que registra a menor taxa de mortes
violentas de jovens, o custo, de R$ 14,9 bilhões, representa 1% do PIB.
“A taxa de mortalidade é um custo de
bem-estar social. É um custo em termos de dor, sofrimento, perda de
produtividade, e representa um grande custo econômico. Só para ter uma dimensão
do que representam R$ 79 bilhões, isso é mais do que o orçamento das
secretarias de Segurança e de Justiça [ou Administração Penitenciária] de todos
os estados”, disse Cerqueira.
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