segunda-feira, 15 de julho de 2013

TÉCNICA PERIGOSA MUDA A COR DOS OLHOS...

FONTE: Adriano Vilela, TRIBUNA DA BAHIA.

Adotada por vaidade, técnicas para trocar a cor dos olhos podem causar sérios danos à visão, como edemas e cicatrizes na córnea ou mesmo cegar. O alerta é do oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, de Campinas São Paulo. Segundo informou o centro paulista, via assessoria, tanto o implante de uma lente em frente à íris como a técnica à laser não são aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária e pelo Conselho Federal de Medicina. Quem topa o risco tem feito a mudança no exterior.
De acordo com o especialista, o primeiro sinal de alerta são olhos avermelhados, que pode indicar edema da córnea. “Quanto antes for feita a tomografia das duas faces da córnea e retirada da lente menor é o risco de perda severa da visão”, afirma. Outros sinais de alerta são: dor de cabeça, náusea e pupila dilatada que podem estar relacionados ao glaucoma de ângulo fechado, que sempre representa uma emergência médica.
No começo do mês, foi divulgado o caso da brasileira Patrícia Rodrigues, que implantou a lente em 2009, no Panamá, país onde surgiu a técnica. “Eu perdi 70% da visão. Não posso dirigir, nem trabalhar. Não consigo ler. Eu não consigo usar o computador. Eu não tenho mais uma vida normal. Me tornei uma pessoa incapaz”, contou Patrícia Rodrigues ao programa de televisão Fantástico. “Fico até com medo de esquecer a fisionomia dos meus familiares, esquecer como é meu rosto, porque eu não me vejo mais no espelho”.
A técnica a laser consiste em retirar a melanina, cujo deslocamento provocado pelo laser pode provocar “o glaucoma de ângulo fechado caracterizado por dor súbita nos olhos, náusea e dor de cabeça que sinalizam uma emergência oftalmológica”. Em entrevista citada no site UOL, o autor do procedimento a laser, o americano Gregg Homer, afirmou que foram realizados testes com voluntários mexicanos e nenhum problema foi relatado. O médico Paulo Augusto de Arruda Mello, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), avalizou o posicionamento do CFM. “O laser promove quebra de pigmento, portanto é evidente que isso pode promover um processo inflamatório na região”.

Queiroz Neto ressalta que os colírios de prostaglandina indicados para tratar o glaucoma escurecem os olhos. “Quem passa por este procedimento pode ganhar uma doença crônica que é a maior causa de cegueira definitiva no mundo e para não perder a visão volta a ter olhos castanhos”.  O médico observa que a exposição do olho ao laser também pode antecipar a formação da catarata. A forma mais segura de trocar a cor dos olhos, sugere o especialista é através de lente de contato desde que adaptadas por um oftalmologista.  “Usar lentes mal adaptadas também pode causar sérios problemas”, alerta.

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