FONTE: Adriano Vilela, TRIBUNA DA BAHIA.
Adotada por vaidade, técnicas
para trocar a cor dos olhos podem causar sérios danos à visão, como edemas e
cicatrizes na córnea ou mesmo cegar. O alerta é do oftalmologista Leôncio
Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, de Campinas São Paulo. Segundo informou
o centro paulista, via assessoria, tanto o implante de uma lente em frente à
íris como a técnica à laser não são aprovadas pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária e pelo Conselho Federal de Medicina. Quem
topa o risco tem feito a mudança no exterior.
De acordo com o especialista, o
primeiro sinal de alerta são olhos avermelhados, que pode indicar edema da
córnea. “Quanto antes for feita a tomografia das duas faces da córnea e
retirada da lente menor é o risco de perda severa da visão”, afirma.
Outros sinais de alerta são: dor de cabeça, náusea e pupila dilatada que podem
estar relacionados ao glaucoma de ângulo fechado, que sempre representa uma
emergência médica.
No começo do mês, foi divulgado o
caso da brasileira Patrícia Rodrigues, que implantou a lente em 2009, no
Panamá, país onde surgiu a técnica. “Eu perdi 70% da visão. Não posso dirigir,
nem trabalhar. Não consigo ler. Eu não
consigo usar o computador. Eu não tenho mais uma vida normal. Me tornei uma
pessoa incapaz”, contou Patrícia Rodrigues ao programa de
televisão Fantástico. “Fico até com medo de esquecer a fisionomia dos meus
familiares, esquecer como é meu rosto, porque eu não me vejo mais no espelho”.
A técnica a laser consiste em retirar a
melanina, cujo deslocamento provocado pelo laser pode provocar “o glaucoma de
ângulo fechado caracterizado por dor súbita nos olhos, náusea e dor de cabeça
que sinalizam uma emergência oftalmológica”. Em entrevista citada no site UOL,
o autor do procedimento a laser, o americano Gregg Homer, afirmou que foram
realizados testes com voluntários mexicanos e nenhum problema foi relatado. O
médico Paulo Augusto de Arruda Mello, professor da Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp), avalizou o posicionamento do CFM. “O laser promove quebra de
pigmento, portanto é evidente que isso pode promover um processo inflamatório
na região”.
Queiroz Neto ressalta que os colírios de prostaglandina
indicados para tratar o glaucoma escurecem os olhos. “Quem passa por este
procedimento pode ganhar uma doença crônica que é a maior causa de cegueira
definitiva no mundo e para não perder a visão volta a ter olhos castanhos”.
O médico observa que a exposição do olho ao laser também pode antecipar a
formação da catarata. A forma mais segura de trocar a cor dos olhos, sugere o
especialista é através de lente de contato desde que adaptadas por um
oftalmologista. “Usar lentes mal adaptadas também pode causar sérios
problemas”, alerta.
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