FONTE: Rayllana Lima, TRIBUNA DA BAHIA.
Pequenas coisas no dia a dia
contribuem para o desalinhamento da coluna. Continuamente, sentamos errado,
pegamos peso, tropeçamos, caímos e, então, nossa coluna está sempre se
desalinhando e causando luxações. Mas o que poucas pessoas sabem é que isso
acaba interferindo no funcionamento de outros órgãos.
Quando a articulação e a musculatura não estão
funcionando como deveriam, começam a inflamação e a dor. É aí que entra a
quiropraxia. Segundo informações do quiropraxista Marcos Palmeira, formado pela
Palmer College (EUA) e especialista em
Clínica de Dor pela Unifacs, a quiropraxia é a profissão da área da saúde que
lida com o diagnóstico, tratamento e a prevenção das desordens do sistema
neuro-músculo-esquelético por meio das mãos.
A palavra é formada de dois radicais gregos,
quiro (mãos) e praxis (praticar) – “praticar com as mãos”. “Hoje já existem
aparelhos que também fazem essa correção, mas o ajuste é quase sempre feito com
as mãos, corrigindo e reposicionando os ossos”, informou o especialista.
Seja por ficar o dia inteiro no computador,
em pé no ônibus ou na fila do banco, algumas dores são o resultado do mau
comportamento da articulação. Ela para de funcionar como deveria e fica
travada, restrita. “As dores diárias que as pessoas costumam sentir são uma
manifestação do mau funcionamento das articulações. O Complexo de subluxação
gera as alterações, restrição de movimentos, desequilíbrios dos músculos e
desgastes das articulações. O cérebro precisa se comunicar com os órgãos e os
órgãos com o cérebro. Essa comunicação acontece através dos nervos que são os
fios do corpo, mas quando há uma subluxação que provoca interferência nessa
comunicação, ocasiona na alteração do funcionamento de algum órgão”, explica.
Dessa forma, mesmo que seu pâncreas ou
pulmões estejam em perfeito estado, não irão funcionar como deveriam. “Não
porque ele está doente, mas porque a informação que chega até ele não é uma
informação completa ou correta. Por isso dizemos que a quiropraxia não cuida
apenas da coluna, cuida da saúde através da coluna. Através da correção das
vértebras, normalizando a função dos nervos”, ratifica.
O tratamento se dá
através de um procedimento chamado ajuste. O realinhamento vertebral do
paciente permite que as informações vindas do cérebro cheguem a qualquer parte
do corpo sem alterações.
Diferente da medicina, o
tratamento não depende da queixa do indivíduo e é igual para toda dor. De
acordo com Marcos Palmeira, na graduação, há aulas de Filosofia da Quiropraxia,
que ensina a tratar das
desordens na saúde em geral. “Na medicina se trata o sintoma, se trata a
queixa. Já na quiropraxia se trata o corpo. Você pode chegar com dor de cabeça,
prisão de ventre ou dor na lombar. Meu trabalho é avaliar a coluna, encontrar
subluxações e fazer a correção. Se trata de normalizar o funcionamento do corpo
na questão da subluxação vertebral. Se tiver outros problemas, encaminho para
outros profissionais. Mas se a dor estiver sendo provocada por uma alteração na
coluna, vai desaparecer”, disse.
A equipe da Tribuna pôde presenciar uma das sessões de quiropraxia. O
organizador de congresso Roberto Duran, após o tratamento, iniciou o processo
de manutenção e disse ter adquirido bons resultados. “Anteriormente, fiz 60
dias de fisioterapia, mas o que está tirando minha dor mesmo é a quiropraxia. O
tratamento é agressivo, mas o resultado é bem mais rápido”, desabafou.
Além dos maus hábitos de postura, acidentes
e tropeços, o estresse excessivo ou a forma inadequada de lidar com ele também
irão prejudicar as habilidades do corpo para sustentar suas funções normais.
“Outra grande vantagem é que fazemos correções. Muitas vezes a pessoa que está
com dor toma remédio, faz uma massagem, uma acupuntura, sendo que servirá
apenas como um paliativo. A partir do momento que você toma um remédio, ele não
vai corrigir a disfunção mecânica, ele vai apenas cortar o sinal de dor. A
lesão continua no corpo e vai se agravando. É preciso investigar que disfunção
está provocando aquela dor. A dor não é o problema, o problema é a disfunção. A
dor nada mais é que a manifestação daquela disfunção. Claro que se a pessoa
estiver com uma muita dor, deve tomar o seu remédio para não sofrer. Mas ao
mesmo tempo em que cuida da dor, deve cuidar das lesões” salientou.
No Brasil, a profissão ainda não foi
regulamentada e há o curso apenas em duas cidades: Rio Grande do Sul e São
Paulo. “Os cursos existentes são regulamentados e têm boa avaliação no MEC.
Contudo, a profissão ainda não está
regulamentada. Existem dois projetos de lei, um pela Câmara dos Deputados e
outro pelo Senado, que visam regulamentar a profissão. Mas a grande dificuldade
da regulamentação vem por conta de um combate do Conselho de Fisioterapia que
quer fazer da quiropraxia uma especialidade da fisioterapia, coisa que não
acontece em nenhum lugar no mundo”, informa. Durante o tratamento, são feitas
de 10 a 15 sessões. Mas para manter a coluna bem alinhada, é orientado que se
faça pelo resto da vida. Na quiropraxia as sessões devem ser feitas quatro
vezes por ano, assim como vamos ao dentista duas vezes por ano cuidar dos dentes.
Salvador tem cerca de 5 clínicas de quiropraxia, o Dr. Marcos Palmeira chega a
atender cerca de 20 pessoas por dia.
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