FONTE: Ana Lis
Soares,
filha do Marco Túlio e da Arlete (revistapaisefilhos.uol.com.br).
Entre 2% e 5% das pessoas têm orelha
de abano. Saiba o que causa e o que pode ser feito se for o caso do seu filho.
Dumbo!
Orelha! Orelhudo! Orelha de burro! Muitos apelidos para uma característica só -
a maioria deles bem desagradável. A orelha de abano atinge entre 2% e 5% da
população. É um número pequeno, mas que a gente sabe que pode ser motivo de
incômodo e bullying.
O que define a orelha de abano é
fugir da normalidade. Mas ela pode se apresentar de várias maneiras, com graus
mais ou menos intensos. A orelha normal tem uma curvatura que segue e lá em
cima divide em duas cristas. Quando tem um plano só, ou seja, a bordinha da
orelha não faz a curva e não acaba nas duas cristas, é uma orelha de abano.
Outro caso de orelha de abano é quando ela cresce na concha, ou seja, nessa
parte de cima. O último caso é quando ela se afasta da cabeça na região
posterior.
É genético?
Orelha é que nem mão, ou nariz.
Não que sejam iguais, mas todos eles mudam de uma pessoa a outra e podem
encontrar semelhanças numa mesma família.
Não existe nenhum gene que cause
a orelha abano. Mas tem famílias com muitos casos – e não necessariamente todos
os irmãos, por exemplo, vão ter. Segundo o cirurgião plástico Pablo Rassi
Florêncio, filho de Rosane e Rodopiano, provavelmente há uma hereditariedade.
“Quer dizer, a gente sabe que aquilo é herança, como um nariz maior. Mas sempre
existem os primeiros casos na família”, explica.
Segura!
Algumas intervenções podem
funcionar, outras não. Existem muitos mitos em torno da orelha de abano, como o
caso das faixas. Segundo Pablo, isso apenas resolveria total ou parcialmente
dentro de 20 ou 30 dias após o nascimento. Depois disso, a orelha vai ficando
mais firme. “Tem gente que cola a orelha e aparece com o dedo colado! De uma
forma geral, as faixas e a cola não causam grandes malefícios, mas também não
resolvem”, conta Pablo. No caso da orelha de abano, apenas a cirurgia funciona.
Operar ou não.
A cirurgia que resolve esse
problema é a Otoplastia, e pode corrigir um defeito na estrutura
das orelhas presente desde o nascimento, que se torna aparente com o
desenvolvimento, ou tratar as orelhas deformadas causadas por lesão.
É esta cirurgia a responsável pela criação de uma forma natural, dando
equilíbrio e proporção às orelhas e à face.
Apesar de a maioria das pessoas
passarem pelo procedimento quando adulta, alguns pais preferem que seus filhos
tenham as orelhas corrigidas ainda quando crianças. E a escolha, neste momento,
é deles. Segundo o médico cirurgião, a idade ideal para fazer a Otoplastia é a
partir dos 5 anos, porque até aí a orelha está crescendo, chegando ao seu
formato e tamanho. O melhor é que seja feita a partir dos 7 anos.
A anestesia varia: pode ser local
ou geral, dependendo da idade. “Em crianças menores pode ser que façamos
cirurgia geral, pois elas não colaboram tanto”, explica o médico.
O ideal da cirurgia é que dê um
aspecto natural à orelha, ou seja, ao olhar a pessoa de frente, você enxergue a
curvatura da orelha, não a deixando com a parte superior “para trás”, como se
estivesse colada.
O pós-operatório.
É a parte que gera mais dúvidas e
mitos. Pode acontecer sangramento, alguns hematomas e machucados por causa da
faixa de compressão. A criança operada vai tomar antiinflamatórios e
analgésicos.
Segundo Pablo, casos de infecção
são raros, mas podem acontecer. “Para evitar, a gente costuma dar algum
antibiótico já na cirurgia. Fora isso, são necessários alguns cuidados na hora
de dormir, pois é neste momento em que algumas pessoas podem fazer um movimento
brusco, arrebentando um ponto, fazendo com que a orelha volte ao lugar e o
problema perdure”, finaliza Pablo.
Consultoria: Dr. Pablo Rassi Florêncio,
cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP),
é graduado em Medicina e pós-graduado em Cirurgia Geral pela UNIFESP
(Universidade Federal de São Paulo), filho de Rosane e Rodopiano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário