FONTE: cgn.uol.com.br
A mulher que teve o olho arrancado pelo filho na última semana na zona
leste de Londrina doou a cornéa para um paciente que estava na fila de espera
pelo transplante...
Na tarde da sexta-feira (13), Maria de Lourdes Dechechi, 47
anos, contou à reportagem que está bem. Já em casa e de repouso, ela agora
passa por um período de adaptação à nova vida. "É como se fosse uma
cirurgia. Preciso ficar de repouso absoluto. Dores não sinto porque tenho
colírios anestésicos", disse.
Ela disse que ao ser informada pela equipe médica que não
teria condições de ter o olho reimplantado preferiu optar pela doação.
"Quando cheguei no hospital, achei que meu olho estava cortado. Imagine?
Quando me falaram que o globo ocular estava intacto falei que faria a doação. A
gente tem uma ilusão que o corpo é da gente e não sabemos os planos que Deus
tem para nós", comentou.
O filho dela, um jovem de 19 anos, tem um tipo raro de
autismo e passa por tratamento. Ele está internado numa clínica. "Meu
filho não é drogado, não é viciado e nem alcoólatra. É uma pessoa que tem
problema neurológico sério, que toma medicações e de vez em quando entra em
surto", afirmou a mulher, que ainda busca ajuda do Ministério Público (MP)
para garantir ajuda para o tratamento do filho.
O médico oftalmologista Noboru Yagui explicou que a córnea
é um tipo de órgão que não pode ser reimplantado. "A lesão arrebentou
todos os nervos ópticos e não seria possível religá-los", disse. O tipo de
transplante entre vivos é raro. "Normalmente não existe, aconteceu esse
acidente, a paciente doou e a córnea foi reaproveitada", afirmou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário