FONTE: Rivânia Nascimento, TRIBUNA DA BAHIA.
Cerca de dez milhões de brasileiros, ou 5%
da população do país, sofrem de incontinência urinária, segundo dados da
Organização Mundial da Saúde (OMS). Incontinência urinaria é aquela
vontade incontrolável de fazer xixi e que às vezes pega a pessoa de surpresa.
Mulheres, homens e idosos sofrem mais com o problema, que pode ser prevenido e
tratado com exercícios ou cirurgia, nos casos mais graves.
A bexiga é um órgão
elástico, que pode ser enchido e esvaziado. Na maioria das pessoas, há um
completo controle sobre esse armazenamento e esvaziamento, o que não ocorre na
incontinência. “Perder xixi não é normal. Se isso começar a acontecer com
frequência, o recomendado é buscar um médico”, alertou a ginecologista Nilma
Antas Neves, professora e doutora em Imunologia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
De acordo com especialistas, o assoalho
pélvico é um grupo de músculos de controle voluntário que se localiza na porção
inferior da bacia, especificamente entre as coxas. Essa rede muscular começa no
osso púbico (região baixa do abdômen), passa pelas paredes laterais dos ossos
da bacia e se dirige para o cóccix (osso no início da fenda que separa as
nádegas).
A função da pelve é sustentar os órgãos
internos e proporcionar o correto funcionamento da uretra e do reto.
Quando esses músculos ficam frouxos ou pouco
fortalecidos, podem acontecer vazamentos involuntários da bexiga ou do reto.
Por isso, exercícios para fortalecer o assoalho pélvico devem ser feitos todos
os dias.
Tipos:
De urgência: ocorre quando há súbita vontade de urinar e a pessoa não consegue chegar a tempo ao banheiro.
Mista: associação dos dois tipos anteriores.
Exercícios físicos
ajudam.
A prevenção contra a doença ocorre com
administração de exercícios para o fortalecimento da musculatura do assoalho
pélvico. O exercício consiste na contração do assoalho pélvico por 10 segundos
e o relaxamento também. O movimento deve ser repetido 10 vezes por, pelo menos,
três vezes ao dia. Estes músculos são importantes para o controle da micção.
Além dos exercícios, ter hábitos saudáveis
auxiliam na prevenção, tais como: evitar o sedentarismo e a obesidade;
controlar o ga-nho de peso nas gestações; praticar exercícios para fortalecer o
assoalho pélvico; tratar a constipação (prisão de ventre); não fumar para
diminuir a tosse e a irritação da bexiga.
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)
alerta que a incontinência urinária tem tratamento e que, desde janeiro, por
determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), os planos de saúde
passaram a cobrir os custos de procedimentos importantes para o tratamento,
como o esfíncter artificial (para incontinência após cirurgia de próstata) e a
neuromodulação sacral (semelhante a um “marcapasso”, utilizado por implantação
na medula para controle da bexiga hiperativa).
”A SBU participou
ativamente no último ano para conseguir a aprovação no rol da ANS para esses
dois procedimentos. Nosso próximo desafio será
aprová-los no Sistema Único de Saúde”, afirma o diretor de Comunicação do
órgão, Carlos Sacomani. De acordo com o urologista, em casos de incontinência
urinária grave, após cirurgia de retirada da próstata, o tratamento padrão no
mundo é a implantação do esfíncter urinário. “O esfíncter existe no Brasil, com
registro na Anvisa, por pelo menos dez anos, então não era justo ter o
tratamento e não poder oferecê-lo ao paciente, pois nem planos ou SUS cobririam
seus custos”, explica.
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