sexta-feira, 7 de novembro de 2014

FALTA DE DESEJO SEXUAL “DESCONECTA” AS MULHERES DOS SEUS PARCEIROS...

FONTE: *** Alexandre Faisal (dralexandrefaisal.blogosfera.uol.com.br).
Pesquisas indicam que muitas mulheres na pré e pós-menopausa enfrentam um constrangedor problema: a baixa libido ou falta de desejo sexual.  E para, pelo menos, 10% destas mulheres isso acarreta diversos impactos emocionais. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Ohio procurou avaliar as atitudes das mulheres com desejo sexual hipoativo e entender como isso afetava suas relações pessoais. A pesquisa foi realizada por meio da internet com uma amostra de conveniência de 450 mulheres, na pré e pós-menopausa, com idades entre 20 e 60 anos. Todas relatavam baixo desejo sexual. Vamos aos resultados.

         Vinte e sete por cento das mulheres na pré-menopausa e 34% das mulheres na pós-menopausa afirmavam que estavam muito insatisfeitas com o seu nível de desejo sexual atual. Quanto a freqüência de relações sexuais, se no início do casamento, 70% das mulheres tinham entre 3 e 6 relações por semana; na atualidade a maioria tinha apenas uma relação por mês. E muitas atribuíram dificuldades pessoais e interpessoais relacionadas à baixa libido, incluindo, o impacto negativo sobre a imagem corporal e autoconfiança. Em relação ao parceiro, muitas reclamaram que se sentiam ''menos conectadas''. E Quanto às expectativas, para elas uma ou duas experiências sexuais satisfatórias por mês já seria bom o bastante. Um dado chama a atenção: a maioria destas mulheres nunca havia mencionado seu baixo desejo sexual para os prestadores de cuidados de saúde e desconfiava de alguma possibilidade de tratamento. De fato, se para os homens existem mais de 20 tratamentos aprovados pra problemas de disfunção sexual, para as mulheres o cenário é muito diferente. Para elas que sofrem com a falta de desejo não há até o momento nenhum tratamento farmacológico aprovado pelo FDA. O que não chega a ser uma surpresa, já que freqüentemente as causas do declínio ou ausência do desejo sexual são psicológicas.

         Mas novos estudos, como este que vai se estender como um ensaio clínico, ao longo dos próximos anos, estão buscando ampliar o leque de opções terapêuticas. Temos que convir que desenvolver uma droga que aumente o desejo não é fácil. E se isso acontecer duro, duvido que os homens não queiram experimentá-la.
(S. Kingsberg. Attitudinal Survey of Women Living with Low Sexual Desire. Journal of Women's Health, 2014)

Sobre o autor.


Alexandre Faisal é ginecologista-obstetra, pós-doutor pela USP e pesquisador científico do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. Formado em Psicossomática, pelo Instituto Sedes Sapientiae, publicou o livro "Ginecologia Psicossomática" e é co-autor do livro "Segredos de Mulher: diálogos entre um ginecologista e um psicanalista”. Atualmente é colunista da Rádio USP (FM 93.7) e da Rádio Bandeirantes (FM 90.9). Já realizou diversas palestras médicas no país e no exterior. Apresenta palestras culturais e sobre saúde em empresas e eventos

Sobre o blog.


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