FONTE: *** Alexandre Faisal
(dralexandrefaisal.blogosfera.uol.com.br).
Pesquisas indicam que
muitas mulheres na pré e pós-menopausa enfrentam um constrangedor problema: a
baixa libido ou falta de desejo sexual. E para, pelo menos, 10% destas
mulheres isso acarreta diversos impactos emocionais. Uma pesquisa realizada
pela Universidade de Ohio procurou avaliar as atitudes das mulheres com desejo
sexual hipoativo e entender como isso afetava suas relações pessoais. A
pesquisa foi realizada por meio da internet com uma amostra de conveniência de
450 mulheres, na pré e pós-menopausa, com idades entre 20 e 60 anos. Todas
relatavam baixo desejo sexual. Vamos aos resultados.
Vinte e sete por cento das mulheres na pré-menopausa e 34% das
mulheres na pós-menopausa afirmavam que estavam muito insatisfeitas com o seu
nível de desejo sexual atual. Quanto a freqüência de relações sexuais, se no
início do casamento, 70% das mulheres tinham entre 3 e 6 relações por semana;
na atualidade a maioria tinha apenas uma relação por mês. E muitas atribuíram
dificuldades pessoais e interpessoais relacionadas à baixa libido, incluindo, o
impacto negativo sobre a imagem corporal e autoconfiança. Em relação ao
parceiro, muitas reclamaram que se sentiam ''menos conectadas''. E Quanto às
expectativas, para elas uma ou duas experiências sexuais satisfatórias por mês
já seria bom o bastante. Um dado chama a atenção: a maioria destas mulheres
nunca havia mencionado seu baixo desejo sexual para os prestadores de cuidados
de saúde e desconfiava de alguma possibilidade de tratamento. De fato, se para
os homens existem mais de 20 tratamentos aprovados pra problemas de disfunção
sexual, para as mulheres o cenário é muito diferente. Para elas que sofrem com
a falta de desejo não há até o momento nenhum tratamento farmacológico aprovado
pelo FDA. O que não chega a ser uma surpresa, já que freqüentemente as causas
do declínio ou ausência do desejo sexual são psicológicas.
Mas novos estudos, como este que vai se estender como um ensaio
clínico, ao longo dos próximos anos, estão buscando ampliar o leque de opções
terapêuticas. Temos que convir que desenvolver uma droga que aumente o desejo
não é fácil. E se isso acontecer duro, duvido que os homens não queiram
experimentá-la.
(S. Kingsberg. Attitudinal Survey of Women Living with Low Sexual Desire.
Journal of Women's Health, 2014)
Sobre o autor.
Alexandre Faisal é
ginecologista-obstetra, pós-doutor pela USP e pesquisador científico do
Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. Formado em Psicossomática, pelo
Instituto Sedes Sapientiae, publicou o livro "Ginecologia
Psicossomática" e é co-autor do livro "Segredos de Mulher: diálogos
entre um ginecologista e um psicanalista”. Atualmente é colunista da Rádio USP
(FM 93.7) e da Rádio Bandeirantes (FM 90.9). Já realizou diversas palestras
médicas no país e no exterior. Apresenta palestras culturais e sobre saúde em
empresas e eventos
Sobre o blog.
Acompanhe os boletins
do "Saúde feminina: um jeito diferente de entender a mulher" que
discutem os assuntos que interessam as mulheres e seus parceiros. Uma abordagem
didática e descontraída das mais recentes pesquisas nacionais e internacionais
sobre temas como gravidez, métodos anticoncepcionais, sexualidade, saúde
mental, menopausa, adolescência, atividades físicas, dieta, relacionamento
conjugal, etc. Aproveite.
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