FONTE: Alessandra Oggioni - especial para o iG
São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Sabe
aquele vizinho que vive falando mal do porteiro? E aquele colega de trabalho
que só reclama da vida? E a tia que acha que todos estão contra ela? Todo mundo
conhece alguma pessoa negativa. Em resumo, são indivíduos que criticam tudo e
todos de forma destrutiva, julgam de forma comparativa, jogam pessoas umas
contra as outras e valorizam somente os defeitos dos outros, segundo explica o
terapeuta Carlos Florêncio, que também é coach e especialista em
desenvolvimento pessoal.
Conviver
com estas pessoas pode até gerar sintomas físicos, como sensação de mal-estar,
cansaço e estresse. “Parece que você não consegue pensar direito, começa a
bocejar, fica ansioso e até irritado”, diz Florêncio. Mas nem sempre dá para
evitar o convívio. Se ele for necessário, algumas dicas podem ajudar.
Apesar
da vontade de evitar o contato com pessoas negativas, é importante não ser
indiferente. Ignorar ou ser agressivo pode até piorar a situação e, ainda,
fazer de você o “alvo” das próximas reclamações. Neste caso, a dica é tentar
conviver de forma harmoniosa, manter a integridade e a ética. “É preciso
entender que o mau-humor ou a visão de mundo negativista é da pessoa e não sua.
Você não pode se deixar afetar nem entrar nessa ‘onda’ negativa”, aconselha o
psicólogo Jose Paulo Laganá, especialista em transtornos de humor.
Desta
maneira, o melhor a ser feito para lidar com pessoas negativas é manter-se
impessoal. “Quando uma pessoa fala mal de outra para você, ela está esperando
que você entre no jogo, dê sua opinião ou concorde com ela”, explica Florêncio.
Sendo assim, a indicação é tentar “neutralizar” a conversa, não se deixar
envolver. Portanto, se uma amiga reclama o tempo todo do vizinho, não embarque
no assunto. Simplesmente diga que entende a situação e procure mudar de tema ou
levar a conversa a outro nível.
Café com fofoca.
No
trabalho, o problema também é bastante comum. Não raro, o momento do cafezinho
se torna a oportunidade perfeita para a pessoa negativa disparar reclamações
para todos os lados. “Isso contamina o ambiente e, em alguns casos, chega a
desorganizar grupos”, comenta Laganá. O psicólogo explica que isso acontece
porque, muitas vezes, a pessoa não sabe lidar com os próprios conflitos, sofre
internamente e age de tal maneira.
Para a
coach Mariella Gallo, consultora pessoal e de carreira, uma pessoa negativa
pode afetar significativamente o ambiente corporativo. Geralmente, um profissional
com essa característica encontra defeitos e problemas em todos os projetos, faz
comentários pessimistas sobre o trabalho dos colegas e é mais inflexível ao que
os outros têm para apresentar.
Para
não deixar que o comportamento negativo de uma pessoa atrapalhe a equipe, a
consultora aconselha aprimorar a autoconsciência, para não se deixar afetar, e
também o jogo de cintura. “A cada momento em que o outro traz questões
negativas, você deve perguntar qual é a solução que a pessoa vê sob aquele
ponto de vista. Deve-se sempre focar na solução e não no problema”, diz
Mariella.
Sou negativo?
Pior do
que lidar com alguém negativo é perceber que você mesmo comete esse tipo de
deslize. Para identificar se você é o inconveniente da turma, observe se aquilo
que você fala ou faz deixa transparecer um pessimismo constante. Você reclama
frequentemente? Fala mal de tudo e de todos, qualquer que seja a situação? Está
com a “cara” sempre fechada? Se a resposta foi sim para estas perguntas, é
melhor mudar a postura.
A coach
Mariella Gallo diz que, neste caso, o melhor a ser feito é identificar as
atitudes negativas e, a partir daí, determinar ações contrárias a serem feitas.
Por exemplo, se você não sorri, vai treinar sorrir. Se reclama do colega de
trabalho, vai exercitar o bom relacionamento interpessoal. “É necessário
desenhar e praticar comportamentos opostos, até que se atinja um novo hábito”.
O
terapeuta Carlos Florêncio também recomenda fazer um trabalho de autocontrole,
pensar antes de falar, respirar fundo e manter uma postura positiva. “É
importante valorizar a realidade, agir com ética e aceitar as diferenças.
Diminuir o outro para se sentir superior só demonstra pequenez de espírito”,
finaliza.
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