FONTE: *** Alexandre Faisal (dralexandrefaisal.blogosfera.uol.com.br).
A adoção de
estilo de vida saudável não é a regra entre as mulheres. Um estudo americano
avalia o potencial de redução da doença coronariana entre mulheres jovens que
adotam estilo de vida saudável.
As taxas de mortalidade por doença coronariana (DC) nos
Estados Unidos caíram nas últimas décadas. No entanto este declínio não foi tão
evidente entre as mulheres jovens. De fato, a taxa de mortalidade por DC
cresceu 1.3% ao ano, nas mulheres de 35-44 anos, entre 1997 e 2002. Autores
americanos se questionaram se há potencial para novas reduções nestas taxas de
mortalidade entre as mulheres jovens por meio de mudanças no estilo de vida.
Para isso, eles realizaram estudo objetivando estimar a proporção de casos de
DC e da presença de 3 fatores de risco para doença cardiovascular (DCV)
(diabetes, hipertensão e hipercolesterolemia) entre as mulheres jovens que
podem ser atribuíveis a estilo de vida pouco saudável. E eles têm respostas
muito interessantes. Os pesquisadores usaram dados da coorte de enfermeiras
americanas (”Nurses’ Health Study”), de 1991 a 2011.
Foram avaliadas mais de 88900 mulheres com idades entre 27
e 44 anos. Estilo de vida saudável foi definido como não fumar, índice de massa
corporal normal, a atividade física ≥ 2,5 h / semana, ver televisão ≤ 7 h /
semana, a dieta adequada e consumo de álcool menor que 15 g de álcool por dia.
Durante 20 anos de follow-up, surgiram 456 casos novos de DC incluindo casos de
infarto do miocárdio fatal e não fatal. Os resultados mostram que índice de
massa corporal saudável, prática de exercícios e dieta saudável se associaram
significativamente com menor risco de DC. Mais importante é que cerca de 73%
dos casos de DC foram atribuídas a estilo de vida saudável pouco saudável. Da
mesma forma, o estilo de vida não saudável foi responsabilizado pela presença
de fatores de risco para DC em 46% das vezes. A pesquisa mostra que adoção de 6
práticas saudáveis relacionadas ao estilo de vida tem o potencial para reduzir
bastante problemas cardíacos. Mas não só isso, já que segundo muitos outros
estudos, o benefício se aplica a outras patologias graves, tais como derrame e
câncer. Mais um dado favorável ao estilo de vida saudável: a sua adoção também
é útil para as mulheres que já apresentam hipertensão ou colesterol alto. Nada
de achar que neste caso a saúde já era. Pelo contrário.
E se estas recomendações valem para mulheres jovens, com menos de 44 anos, possivelmente são válidas para mulheres na meia idade e idosas. Mas convenhamos, são recomendações que valem para todos os que curtem a vida.
(Chomistek et al.
Healthy Lifestyle in the Primordial Prevention of Cardiovascular Disease
Among Young Women. Journal American College Cardiology 6 5(1), 201 5).
Sobre o autor.
Alexandre Faisal é
ginecologista-obstetra, pós-doutor pela USP e pesquisador científico do
Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP. Formado em Psicossomática, pelo
Instituto Sedes Sapientiae, publicou o livro "Ginecologia
Psicossomática" e é co-autor do livro "Segredos de Mulher: diálogos
entre um ginecologista e um psicanalista”. Atualmente é colunista da Rádio USP
(FM 93.7) e da Rádio Bandeirantes (FM 90.9). Já realizou diversas palestras
médicas no país e no exterior. Apresenta palestras culturais e sobre saúde em empresas
e eventos
Sobre o blog.
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discutem os assuntos que interessam as mulheres e seus parceiros. Uma abordagem
didática e descontraída das mais recentes pesquisas nacionais e internacionais
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